segunda-feira, setembro 18, 2017

Ação contra corrupção na saúde prende nove suspeitos e apreende cerca de R$ 170 mil

No total, foram apreendidos R$ 160 mil e US$ 2,2 mil em dinheiro, totalizando o equivalente a R$ 167 mil. (Foto: Polícia Civil/Divulgação)Nove suspeitos foram presos na manhã desta segunda-feira (18) durante a deflagração da Operação Hígia, da Polícia Civil de Pato Branco, no sudoeste do Paraná, contra corrupção na área da saúde.
Ao todo, foram cumpridos 67 mandados judiciais em Clevelândia, Saudade do Iguaçu, Francisco Beltrão, Curitiba e Joinville (SC). Além das prisões, foram apreendidos ainda R$ 160 mil e US$ 2,2 mil, totalizando o equivalente a R$ 167 mil.
Foram presos três secretários municipais, um vereador, um servidor público municipal, uma servidora pública estadual e três empresários. Também foram afastados preventivamente das funções três servidores públicos municipais e um secretário municipal de Pato Branco.
Dezenove pessoas foram conduzidas coercitivamente – quando se é obrigado a prestar depoimento.
De acordo com a polícia, os alvos da ação, que desde maio investiga irregularidades na área da saúde, são agentes políticos, servidores públicos e empresários. O grupo é investigado por crimes como associação criminosa, fraude em licitações, peculato, concussão, corrupção ativa e passiva, falsidade documental e lavagem de dinheiro.
Na casa de um dos suspeitos, os policiais apreenderam 19 armas de fogo, entre elas um fuzil de uso restrito e 758 cartuchos de munição de diversos calibres.

Na casa de um servidor público municipal foram apreendidas 19 armas e 758 cartuchos de munição de diversos calibres (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Na casa de um servidor público municipal foram apreendidas 19 armas e 758 cartuchos de munição de diversos calibres (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Nas buscas, foram recolhidos documentos, computadores, materiais elétricos e equipamentos.

Entre os presos estão o vereador Marco Pozza (PSD) e o ex-secretário de saúde de Pato Branco, Valmir Chiochetta, que atualmente estava à frente da secretaria de saúde de Clevelândia.
O advogado Heber Sutili, que defende o vereador Marco Pozza, disse que ainda não teve acesso a todo o conteúdo do inquérito policial e por isso não soube explicar o motivo da prisão temporária por cinco dias e das buscas feitas na casa e no gabinete do parlamentar.
"Estamos colaborando com a polícia e o primeiro passo agora é saber quais são as acusações contra ele e em seguida entrar com um pedido de habeas corpus", comentou.
Em nota, a assessoria de imprensa informou que a Prefeitura de Clevelândia recebeu com surpresa os mandados de busca e apreensão e de prisão temporária contra o secretário de Saúde.
O documento informa ainda que, apesar de os fatos investigados terem sido supostamente praticados antes da nomeação para o cargo que atualmente ocupa na administração de Clevelândia, a administração municipal decidiu pela exoneração de Valmir Chiochetta em respeito à "lisura, respeito e transparência", o que, acredita, deve contribuir com as investigações.
O G1 tenta contato com a defesa de Chiochetta.
O nome da operação é uma referência à mitologia grega. "Hígia é a deusa da saúde, limpeza e sanidade, relacionando-se à Secretaria de Saúde do Município de Pato Branco onde a investigação teve início", explicou a Polícia Civil.
Investigação paralela
De acordo com a Polícia Civil, Pozza é investigado paralelamente por suposta prática de crimes de corrupção ativa e passiva, falsidade documental e falso testemunho.
Em meio às investigações, a polícia diz ter encontrado indícios de que o vereador, aliado a um policial licenciado de Santa Catarina e um motorista, pagaram R$ 15 mil em propina a policiais rodoviários estaduais que atenderam a um acidente em julho.

Na batida, na área rural de Bom Sucesso do Sul, um motociclista morreu. Segundo a polícia, supostamente alcoolizado, o condutor do veículo fugiu do local sem prestar socorro.
Também conforme a Polícia Civil, os policiais receberam o dinheiro para adulterar o boletim de ocorrência, inserir declarações falsas de uma testemunha e para realizar o teste do bafômetro somente cerca de dez horas após o almoço, quando o motorista consumiu bebida alcoólica.

Fonte: G1

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