domingo, abril 09, 2017

Novo bombardeio na Síria deixa mais 15 mortos em Idleb, no noroeste do país

Fragata russa Almirante Grigorovich desloca-se próximo ao estreito de Bósforo rumo à costa turca do Mar Mediterrâneo, que também banha a Síria, após EUA atacarem governo de Bashar Al-Assad, aliado dos russos (Foto: Yoruk Isik / Reuters)

Mais 15 civis, entre eles quatro crianças, morreram neste sábado (8) vítimas de um segundo ataque aéreo na Síria.
Desta vez, o bombardeio ocorreu sobre a província de Idleb, último reduto dos insurgentes no noroeste do país, e que já havia sofrido um ataque químico que matou ao menos 80 pessoas na última terça-feira.
As informações são do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Segundo a ONG, o ataque contra a localidade de Urum al-Joz foi lançado por aviões russos, que apoiam o governo sírio nessa guerra que já deixou mais de 320 mil mortos e milhões de deslocados em seis anos.

Segundo bombardeio

Mais cedo neste sábado (8), ao menos outros 15 civis morreram em bombardeios de aviões que supostamente pertenciam à coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, perto da cidade de Al Raqqa, a "capital do Estado Islâmico" na Síria.
Entre os mortos no bombardeio, realizado na cidade de Hunaida, há quatro crianças, informou o OSDH, segundo a agência EFE. Também há vários feridos em estado grave.
A província de Al Raqqa, no nordeste da Síria, é o principal santuário do grupo terrorista Estado Islâmico e alvo de uma ofensiva das Forças da Síria Democrática (FSD), milícias lideradas pelos curdos e que contam com apoio da coalizão internacional.
Segundo o OSDH, desde o dia 1º de março morreram cerca de 220 civis, entre eles 36 menores de idade, pelos bombardeios realizados em Al Raqqa, incluindo o deste sábado.
As FSD, que contam com o apoio dos aviões da coalizão internacional e de forças especiais dos EUA no terreno, iniciaram no dia 6 de novembro a ofensiva "Ira do Eufrates" com o objetivo de expulsar o EI de Al Raqqa.
As milícias estão a poucos quilômetros de Al Raqqa e estão tentando cercar totalmente a cidade, antes de avançar rumo ao interior da cidade, que é considerada a "capital" dos territórios controlados pelo EI.

Movimentação russa

Nesta semana, os Estados Unidos lançaram sua primeira ação direta contra o governo da Síria. Trata-se de uma mudança significativa na ação americana na região, pois até então os EUA apenas vinham atacando o Estado Islâmico.
Na quinta-feira à noite, os norte-americanos dispararam 59 mísseis Tomahawk contra uma base aérea no país, em resposta a um ataque químico que matou mais de 80 pessoas, do qual, suspeita-se, o governo de Bashar Al-Assad é acusado de ser o autor. Ele nega.
O Observatório Sírio, que faz oposição ao governo sírio, informou que a base síria bombardeada pelos EUA foi "quase" totalmente destruída e deixou quatro soldados mortos. Segundo o governo de Assad, no entanto, o ataque matou seis pessoas, mas não informa se são civis ou militares.
O Pentágono informou que as forças da Rússia, aliada de Assad, que atuam no país asiático foram comunicadas sobre o ataque com antecedência e que setores da base onde havia russos foram evitados e não foram atingidos.
Nesta sexta-feira (7), a fragata russa Almirante Grigorovich deslocava-se próximo ao estreito de Bósforo rumo à costa turca do Mar Mediterrâneo, que também banha a Síria.
O presidente russo Vladimir Putin afirmou também na sexta que o ataque dos EUA foi uma "agressão a um Estado soberano" e condenou a ação que, segundo ele, é baseada em "pretextos inventados", informaram agências da Rússia. O país tem negado que o governo sírio foi o responsável pelo ataque químico. Os russos dizem que as forças sírias bombardearam um depósito de armas dos rebeldes.

Fonte: G1

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