quarta-feira, fevereiro 08, 2017

Apesar de ter sido alertado, Virgulino diz que motivo e mortes em Alcaçuz eram imprevisíveis.

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/“Sistema penitenciário é sinônimo de tensão”. A frase costuma ser dita pelo secretário de Justiça do Rio Grande do Norte, Wallber Virgolino, que foi ouvido pelo Portal
No Ar nesta quarta-feira (8). O gestor comentou o fato da secretaria que administra ter recebido alertas antes da rebelião que culminou com a morte de 26 presos na Penitenciária Estadual de Alcaçuz.

Os alertas a cerca de possíveis rebeliões no presídio iniciaram ainda em 2016. Em setembro, um memorando, documento de comunicação interna, avisava à Coordenadoria de Administração Penitenciária (Coape), que integra a Sejuc, do “risco eminente de rebelião/motim na PEA”.

Desde então novos avisos chegaram à pasta. Neles, a direção de Alcaçuz pede à Sejuc medidas preventivas contra possíveis rebeliões no maior presídio potiguar. No dia 11 de janeiro deste ano, três dias antes do massacre na penitenciária, o memorando número 014/2017 solicitava reforço e alertava “para ameaças de invasão, com risco de morte”.

A reportagem tomou conhecimento de cinco memorandos em que possíveis rebeliões em Alcaçuz foram o assunto. De acordo com Virgolino, isso comprova a tensão em que o sistema penitenciário vive. O secretário vai além e afirma que esses alertas não partem apenas de Alcaçuz. “Esses memorandos chegam aqui quase todo dia e são enviados de todas as unidades”, contou.

O titular da Secretaria de Justiça garante que “tudo que estava ao alcance da Sejuc foi feito” para evitar conflitos entre detentos. Em seguida, ele comentou a cerca de algumas solicitações pedidas pela direção de Alcaçuz nos memorandos.

No memorando enviado três dias antes da rebelião ter início, a diretoria de Alcaçuz , temendo um conflito entre os apenados, pediu munições, armas e também a transferência de três detentos. O secretário de Justiça conta que atendeu ao pedido de municiamento. Em seguida, faz uma indagação. “Íamos transferir para onde? Todos os presídios vivem situação delicada. Não é possível tirar todo mundo”.

O secretário ainda argumentou que a dimensão e o motivo da rebelião eram imprevisíveis, porque só a minoria dos detentos eram pertencente à facção com origens paulistas que massacrou o grupo potiguar, maioria na penitenciária.

“Nenhuma agência de inteligência tomou conhecimento ou comunicou à Sejuc. Os próprios diretores não estavam lá quando o conflito começou. Ou seja, se eles soubessem que iria ocorrer certamente ficariam lá”, relatou Virgolino.

Fonte: Portal Noar

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