terça-feira, novembro 22, 2016

Estado Islâmico incendeia poços de petróleo

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Poços de petróleo queimam há dias no Iraque e pequenas cidades são cobertas por uma nuvem negra tóxica, que afeta a saúde dos moradores - é mais um rastro de
crueldade deixado pelos militantes do Estado Islâmico em fuga, enquanto forças governistas avançam e retomam territórios antes ocupados pelo jihadistas. 

A cidade de Qayyarah é um desses territórios. Até pouco menos de um mês, ela pertencia aos terroristas; desde que as forças iraquianas começaram a se aproximar, os militantes colocaram fogo em todos os poços de petróleo da região, na tentativa de criar uma camada de fumaça que impedisse que a força aérea americana bombardeasse as posições deles. 

Pelo menos seis deles estão pegando fogo e exalando uma fumaça que fica sobre a cidade. 

Qayyarah vive agora dentro de uma redoma de fumaça, é como se o dia nunca deixasse de ser noite; o sol não consegue penetrar a densa coluna de fumaça, fazendo que com que se tenha a impressão de se estar em um eterno crepúsculo. 

A realidade sob esse manto negro é dura. Quase nada sobrou na cidade.  Dias antes de serem expulsos, os militantes usaram o hospital - o prédio mais alto da cidade - como base para seus atiradores de precisão. 

O Dr. Ali Fadage esteve no hospital durante os dois anos e meio de domínio do Estado Islâmico; ele ainda não consegue acreditar que tudo está em ruínas. 

Fadage diz ainda que os poluentes que estão sendo liberados no ar têm potencial para causar doenças típicas do aparelho respiratório, como a asma, a bronquite e, em casos mais agudos, até mesmo enfisema pulmonar. 

O médico não descarta que no futuro possa haver casos de câncer de pulmão por conta da exposição aos elementos tóxicos que estão no ar.

Não há uma casa em Qayyara em que não se encontre alguém doente. Os sintomas sempre são os mesmos: dificuldade para respirar, dor no peito, febre, náuseas. As crianças, como sempre, são as que mais sofrem. Na única clínica da região, cerca de 260 pessoas procuram ajuda todos os dias. Nem todos conseguem.

O jovem Ayman Bouzi, de 14 anos, tenta tapar a boca e o nariz com as mãos quando a fumaça descem mas isso é ineficiente e ele reclama de dores no peito. A febre e o mal estar já passaram, mas ele diz que ainda tem dificuldade para respirar.

Mesmo vivendo em uma situação tão desesperadora, quase nenhum dos 13 mil habitantes de Qayyara pode deixar a cidade. O local, acreditam as forças iraquianas, ainda pode estar repleto de radicais prontos para atacar a qualquer momento.

Bassem Raadi, um taxista de 40 anos, está decidido a não deixar sua casa; ele mora exatamente em frente ao poço que queima há quase um mês no meio da cidade. Mesmo com as duas filhas pequenas doentes, ele diz que não pretende sair. “Estive aqui sob o domínio do Estado Islâmico por mais de dois anos, aqui é meu lugar", diz ele, que afirma não ter mais para onde ir.

Os habitantes da cidade passam os dias como Raadi, vivendo num misto de resignação e medo. Enquanto isso, bombeiros trabalham para tentar apagar os poços de petróleo incendiados. Ainda não se sabe quando o fogo será extinto. Os homens passam o dia tentando combater as chamas, mas essa batalha, por enquanto, está sendo perdida.

Fonte: BAND

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