quinta-feira, julho 14, 2016

'Retomamos o controle do sistema', diz secretário após nova fuga no RN

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/“As fugas reduziram, o sistema distensionou. Os agentes penitenciários entram em qualquer unidade do estado a qualquer hora do dia e da noite, então nós
retomamos o controle das unidades prisionais”. Foi desta forma que o secretário de Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte, Wallber Virgolino, tratou sobre mais uma fuga no sistema prisional portiguar.

Na madrugada desta quinta-feira (14), dezesseis presos fugiram da Penitenciária Estadual Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, o ‘Pereirão’, que fica na cidade de Caicó, região Seridó potiguar. Foi a primeira da história da unidade. Os detentos  escaparam por um túnel de aproximadamente 30 metros de extensão.
Segundo o secretário, a situação calamitosa enfrentada pelo sistema prisional do RN não é um problema novo. “A situação crítica e calamitosa vem de 20 anos, mas o problema estourou agora e estamos resolvendo. As fugas diminuíram, mas infelizmente alguns casos isolados ainda vão acontecer”, justificou o secretário.
Com a fuga em Caicó ocorrida nesta quinta, chega a 272 o número de detentos que conseguiram escapar do sistema prisional potiguar somente este ano. Em 2016, foram 212.

'Mesmo com dinheiro, Estado tem dificuldade'
Promotor de Justiça responsável pela ação que cobra a construção de 3,5 mil novas vagas no sistema prisional do estado, Antônio Siqueira analisou as ações do governo para solucionar a crise no sistema penitenciário em entrevista ao Bom Dia RN.
Durante a entrevista, o promotor criticou a dificuldade do estado em converter recursos obtidos através de parcerias na construção de novas unidades. "O problema não é só falta de recurso. Há falta de recurso, é verdade, mas mesmo com dinheiro o governo tem dificuldade de fazer as coisas", disse o promotor.
Siqueira citou empréstimo de R$ 20 milhões do Tribunal de Justiça ao governo do estado como exemplo de falta de gerência para aplicar os recursos.
"Nossa ação se centra muito em questões que já se tinham planejado antes. Essas unidades que estamos pleiteando que sejam construídas são recursos que já tinham sido destinados através de convênios com a União, Ministério da Justiça e do mesmo fundo para o governo do estado e por omissão do governo foi devolvido", explicou o promotor.
"Estamos a um ano e meio de governo e estamos no quarto secretário da Sejuc. O que pressupõe isso? Será que na verdade foi culpa do secretário? Não nos parece. Faltou apoio do governo para regularizar todos esses problemas. O estado tem que entender a gravidade da situação e dar apoio aos secretários", disse Siqueira.
Sistema em calamidade
O sistema penitenciário potiguar não passa por um bom momento. E faz tempo. Em março de 2015, após uma série de rebeliões em várias unidades prisionais, o governo decretou estado de calamidade pública e pediu ajuda à Força Nacional. Para a recuperação de 14 presídios, todos depredados durante os motins, foram gastos mais de R$ 7 milhões. Tudo em vão. As melhorias feitas foram novamente destruídas. Atualmente, em várias unidades, as celas não possuem grades e os presos circulam livremente dentro dos pavilhões.

Fonte: G1

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