sábado, julho 30, 2016

Tetra da Liga Futsal, ex-time de Falcão tem atraso de salários e corre risco de acabar

http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Em qualquer lista das maiores potências da história do futsal, Jaraguá é lembrada. A equipe catarinense, que viveu tempos
áureos com o craque Falcão e um supertime, tendo conquistado a Liga Futsal quatro vezes, vive um drama nesta temporada, na qual, aliás, conquistou a Supercopa e ficou com o vice-campeonato da Libertadores.
Salários estão atrasados desde o início do novo projeto, que começou em fevereiro. O principal nome do time é o goleiro Franklin, campeão mundial com a seleção brasileira e que, já aposentado, aceitou o convite para voltar as quadras e ser o líder da equipe.

"Os pagamentos nunca foram saudáveis desde que começou. Voltei para não deixar o futsal de Jaraguá acabar, desde o início o presidente avisou que teria dificuldades, mas que haveria um patrocínio de R$ 40 mil, o que não acabou acontecendo. A partir daí a dívida só foi aumentando, e hoje é de R$ 350 mil", explica Franklin ao ESPN.com.br.

O caos no time chegou ao cúmulo nas últimas semanas, quando foi prometido um patrocínio de R$ 3,5 milhões, que acabou não se concretizando.

Já contando com este patrocínio, o time anunciou reforços, que estavam em um hotel da cidade e terão que deixar o local, que será ocupado pela seleção brasileira. O técnico Marcio Lacerda, por sua vez, teria recebido ordem de despejo de sua residência, por atraso acumulado no aluguel, assim como o preparador de goleiros.

Procurado pela reportagem, o presidente Gerson Postai confirmou que existem atrasos, negou a ordem de despejo para Lacerda e disse que iria encontrar uma nova habitação para os atletas recém-contratados. "Essa questão do aluguel não é a primeira vez não. Estamos ponderando, pagamos um mês o aluguel, um mês salário, um mês restaurante, para que não haja justamente despejo e outros problemas maiores", disse o presidente.

Um outro jogador, que preferiu ter seu nome revelado, contou sobre o drama vivido no elenco: "Eu vi e vejo ordem de despejo, pessoas sem dinheiro para comprar um alimento, famílias desesperadas por mudarem de Estado e não ter pessoas próximas para poder ajudar, enfim, todos problemas de ordem financeira. Tem também aquele dano moral, de você não saber o que falar pra sua mulher, de chegar com uma noticia boa, gerar uma expectativa e muitas vezes ela não se concretizar, e para seus filhos quando querem uma coisa simples e mesmo essas não conseguir oferecer."

Ex-torcedor, dono de uma empresa de material médico-hospitalar (que fornecia material ao clube) e mandatário desde fevereiro de 2015, Postai diz que se arrepende de ter aceitado a presidência.

"Me arrependo bastante, preferia estar como torcedor. As pessoas acham que é só colocar o time na quadra, nem imaginam todo o custo que é. Eu mesmo não tinha esse conhecimento", admitiu.

No desespero, os atletas cogitaram "perdoar" a dívida e comprar a vaga na Liga Nacional, assumindo assim a equipe. A ideia, que chegou a ser aceita pelo presidente, não chegou a uma concretização ainda por conta de divergências no pagamento desta vaga na maior competição do país.

"Nem na Libertadores (que foi em junho) os atletas queriam ir. Conseguimos um patrocínio, que cobriu 30% da folha, e fizemos o pagamento proporcional. No meu caso, recebi R$ 2.200, dei R$ 1 mil para o um jogador ir viajar, que estava com problemas com cartão de crédito e com a escola do filho, e mais R$ 1 mil para outro e assim contornamos para ir viajar," declarou Franklin. Na decisão, os catarinenses perderam para o Cerro Porteño-PAR por 4 a 2.

Representante dos atletas, Franklin tomou a frente das negociações com a diretoria e disse que agora está sendo acusado de mentiroso e de "agente dificultador" na negociação com o último patrocinador, fato negado por Gerson Postai.

"Eu e Franklin já brigamos e já nos amamos. Queremos a mesma coisa, abro mão de qualquer coisa para ver o time bem. Acabar (a equipe) não vai, vamos tentar fazer acerto com todos jogadores, e no lugar daqueles que não ficarem, vamos inscrever atletas da cidade para a segunda fase da Liga. Ano que vem não dá para prever, mas se não conseguirmos um patrocinador, ficará difícil", disse o presidente.

Franklin, por sua vez, se vê cada vez menos esperançoso com o futuro da equipe.

"Tenho minha empresa, poderia pegar minha mochila e ir para casa. Aceitei salário abaixo do que ganhei em toda carreira, em sete meses recebi R$ 2.200, e eu sou ganancioso? Acusado de mentiroso? O futuro é difícil. Estou tentando ajudar como posso, e se a minha luta agora é essa eu vou até o final", concluiu o goleiro de 43 anos.

Fonte: ESPN

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