Vereadores declaram “guerra” em abertura dos trabalhos do legislativo de Itaú

“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada”. A frase foi dita por Jesus no Evangelho de São Matheus, 10:34. O texto se levado ao pé da

letra pode nos levar a interpretações erradas, por isso fiz questão de trazer essa passagem bíblica para tentar explicar a falsa paz, pregada pelos Edis na primeira sessão Ordinária do Primeiro Período do Poder Legislativo do ano de 2016, na Câmara Municipal de Itaú ocorrida nesta sexta-feira (19).

Isso porque com o intuito de trazer a paz o Presidente da Casa, Antônio Dias, convidou o Pastor Gesson Lopes da Assembleia de Deus para trazer uma mensagem de paz para abrir os trabalhos do ano de 2016.

O curioso é que para esta sessão ordinária tanto no expediente do dia como na ordem do dia nada havia para ser debatido, exceto um requerimento de autoria do Vereador Paulo Moreira que não pode ser apresentado pela existência de uma Lei, que os requerimentos devem chegar a casa com antecedência de 24 horas. Lei de autoria do próprio Paulo.

A abertura dos trabalhos anuais começa com a Leitura Anual do Administrador Municipal, como o Prefeito Ciro Bezerra tinha feito uma viagem a Brasília (DF) pediu através de ofício o adiamento da leitura para a próxima sessão.

O Pastor Gesson Lopes trouxe a mensagem através do Salmo 33, para meditação e reflexão dos vereadores, agraciando cada um deles com o livro das Sagras Escrituras, A Bíblia. Inclusive o blogueiro, deixo aqui a minha gratidão pelo belo presente, Pastor Gesson.

De fato, o instrumento de paz (Bíblia), parece que não veio trazer a paz; nas palavras dos amigos vereadores todos iniciaram pedindo para que o ano de 2016 fosse de paz e harmonia, como os três passados, no entanto, alguns deles preferiram a espada para iniciar o duelo, fazendo uso de um forte instrumento, a língua.

São Tiago já deixou o alerta “A língua está localizada entre os órgãos do nosso corpo, e pode contaminar a pessoa por inteiro, e não somente põe completamente em chamas o curso da nossa existência, como acaba, ela mesma, incendiada pelo inferno”. (Tiago 3:6-9) Apresento mais essa passagem bíblica para mostrar aqui, o quanto os vereadores são “astutos” ao proferirem suas mensagens nas sessões do Poder Legislativo, ao ponto de irem do “céu ao inferno” com suas próprias palavras.

Passadas as explicações pessoais, o Vereador Jailson Brito foi o primeiro convidado a fazer uso da palavra que pediu paz e harmonia, assim como aconteceu nos três anos anteriores, havendo discussão apenas no momento de discutir e votar aquilo que achar certo votar, para melhoria do povo, sem acalorar as discussões, preferindo a paz.

Alex Brasil, agradeceu a Deus pela vida e o retorno dos trabalhos agradecendo em seguida o presente dado pelo Pastor Gesson, dizendo que o ano seria complicado, pedindo para que todos fizessem política e não politicagem. E que a verdadeira paz reinasse.

A paz tão sonhada pelos edis começou a definhar com a fala do Vereador Gildo Pinheiro, que intrigantemente tenha iniciado o discurso pedindo paz e harmonia fazendo uso de uma passagem da bíblia, usou de sutiliza para “disseminar a guerra”, vejamos:

“Eu tava vendo aqui a Bíblia e como temos no nosso regimento interno, pastor; o direito de fazer uso a qualquer vereador, e daqui como já tamos no terceiro ano desse mandato, o que eu vi? ‘E estiveram quietos por três anos, não havendo guerra entre a Síria. Porém no terceiro ano sucedeu que Jeosafá, rei de Judá, desceu para o rei de Israel. E o rei de Israel disse aos seus servos: Não sabeis vós que Ramote de Gileade é nossa, e nós estamos quietos, sem a tomar da mão do rei da Síria?’ (1 Reis 22:1-3) Naquele tempo já se fazia paz, né? Já se pensava em paz. a paz ela sempre foi feita. Não é diferente de hoje em dia, as eleições como o Pastor Gesson aqui tratou, que é um no de eleição. Ela foi para substituir as guerras, como nós estamos iniciando os nossos trabalhos hoje vamos realmente pedir paz, vamos trabalhar este ano, pastor, com seriedade que sempre tivemos, e com a mesma paz de sempre, nós estamos entre colegas aqui, esta casa não servirá de palco de guerra aqui pra ninguém”. Disse o vereador.

Após o pedido de paz o vereador proporciona um mal estar entre os vereadores da situação e se contradiz ao usar as palavras do Pastor Gesson Lopes ao dizer que a política veio substituir a guerra. Relembrando, ao término do ano legislativo de 2015 o vereador Gildo Pinheiro, fazia parte da situação, hoje, ao retornar os trabalhos na casa, os Vereadores Gildo Pinheiro e Jailson Brito, iniciam os trabalhos como oposição, sem falar no vereador Paulo Moreira que sempre foi oposição.

Gildo Pinheiro, preferiu a espada (língua), ao invés da paz anunciada pelo religioso. Fazendo da política um instrumento de guerra e não de paz como dito.

O Vereador sempre vem fazendo uso de parábolas para defender seu pensamento situacionista e agora oposicionista, procurando reaver seu espaço na política itauense, que andam meio que apagado, com isso procura atirar para todos os lados com o objetivo de acertar algum alvo.

O fato se deu quando o mesmo resolveu apoiar o vereador Paulo Moreira que enviou o requerimento pedindo explicações do Poder Executivo em relação à obra da Avenida Fausto Pinheiro que está paralisada, fazendo a comparação dos buracos existentes na lua com os da Avenida Fausto Pinheiro, dizendo que na Lua, os buracos permanecem por não haver ventos e demais fenômenos que possam tampá-los. E que a Avenida Fausto Pinheiro está causando inveja a lua, de tanto buraco e cratera que existe. Destacando também um atoleiro que ocorreu na avenida. Finalizando pedindo para que os colegas sejam coerentes nos trabalhos para não prejudicar ninguém, fazendo tudo em nome do povo de Itaú.

A partir daí a “Guerra foi declarada”, os vereadores da situação começaram a se olhar e viram na fala do vereador o discurso de paz descer pelo ralo.

A fala foi passada para o Vereador Paulo Moreira que continuou a lançar as críticas e cobranças ao administrador municipal, perguntando sobre a placa da obra da Avenida Fausto Pinheiro, não sabendo de onde é a empresa, de onde veio e quanto custou.

Paulo acendeu o alerta do vereador Ítalo Medeiros quando começou a falar sobre a energia das residências do Bairro da felicidade, ao dizer que foi ao escritório geral de Mossoró saber o porquê da energia não ser liberada e, segundo Miguel Rogério, a empresa contratada faliu e a Cosern perdeu o trabalho sendo realizado nos próximos 20, 30 dias.

Dizendo que veio mostrar que fez sua parte, foi buscar explicações, pois não tinha explicação por parte do prefeito e nem da Cosern. Relembrando o fato da água do município, que conseguiu água boa, e que todos os vereadores tem esse trabalho e não pode deixar passar.

Paulo voltou a criticar os carros da administração municipal, dizendo que ia entrar com um requerimento pedindo a relação de todos os carros do Poder Executivo, para saber principalmente sobre um veículo caçamba que se encontra em Pau dos Ferros com defeito e ainda não foi resolvido, a ambulância de terceira qualidade, emprestada, retratando uma verba de 480 mil reais, que não explicou para que, disse que o município não é desorganizado, mas o prefeito que é desorganizado. Dizendo que o povo está no sofrimento sem carro e sem médico.

A fala do vereador “indignou” Ítalo Medeiros que disse admirar muito o trabalho do vereador Paulo, porém ficou insatisfeito com as palavras dele em deixar no ar que só ele busca informações, só ele busca melhorias para a cidade de Itaú, como que os demais vereadores não desempenhassem esse papel, e não tivesse nenhum interesse em ajudar o município, apenas ele. Questionando qual o município que está 100%?

Ítalo falou sobre a maneira como o vereador busca aparecer para o povo de Itaú, na realização de seus atos, quando falou sobre a água do município, querendo dizer que só porque ele foi atrás das autoridades a água chegou, no entanto, os feitos dos demais vereadores não influenciaram. Com isso ítalo revelou que não foi apenas o vereador Paulo Moreira o interessado na solução da água do município. O cunhado de Ítalo, conhecido por Dr. Janeto Gurgel, esteve com ele muito antes de cada um e falou diretamente com o Secretário de recursos hídricos e nem por isso está se gabando pelo feito, sendo contraditório em seu discurso quando disse que a energia viria porque ele foi atrás, se perdendo nas palavras ao afirmar que a própria COSERN apontou os motivos do não fornecimento, aqui no caso, a falência da empresa licitada. Destacando que a sua busca é louvável, mas que não é somente ele que vai buscar as melhorias para o município.

Ítalo desmentiu o vereador ao dizer que estava na maternidade quando duas senhoras de Taboleiro Grande buscaram atendimento em Itaú e encontraram, questionando qual é a cidade de porte pequeno que não tenha médico. Havendo exceções, porém está na situação de oposição de criticar, admirando o papel de oposição.

Como resposta, Paulo Moreira, fez questão de dizer que está divulgando o seu trabalho, os que quiserem divulgar divulguem. Dizendo que não quer crescer em cima de ninguém, apenas fazer o seu papel. Quanto as viagens a Taboleiro Grande, disse que seu irmão, motorista da ambulância, implorou o médico de Taboleiro Grande para atender uma paciente de Itaú.

O Vereador Reikson Brasil agradeceu ao Pastor Gesson pela presente e disse que tentaria colocar em prática os ensinamentos da Palavra de Deus, em seguida aproveitou para criticar a atuação dos vereadores que falaram tanto em paz e começaram o ano lançando flechas, criticas em busca de interesses próprios, rebatendo as palavras do vereador Gildo Pinheiro, dizendo que se Fausto Pinheiro estive hoje entre nós, estava vivendo o hoje e não no passado como o que chegou na origem de Itaú-RN. Com isso Reikson viu que apenas o vereador usou dos seus conhecimentos de historiador para fazer uma critica destrutiva da administração municipal, alertando ao colega vereador que os buracos de hoje nem se comparam com os anteriores onde os veículos utilizam a Avenida como pista de corrida, mesmo com os buracos que se encontram, diferente dos anteriores que não era possível fazer tal prática.

Reikson finalizou pedindo para se fazer política da boa vizinhança onde todos deem as mãos e façam as coisas como nos últimos três anos, que viveram uma suposta paz.

O clima começou ainda com mais tensão com a fala do Vereador Márcio Lima ao fazer sua defesa, dando suas respostas às flechadas lançadas pelos vereadores Gildo Pinheiro e Paulo Moreira.

Márcio também iniciou agradecendo o presente do Pastor da Assembleia de Deus, em seguida parabenizou a Secretária de Educação Mirianete Brasil, pela bela semana pedagógica, ao professor Leonildes Oliveira pela palestra, aproveitando o tema educação para começar o seu discurso de defesa.

Márcio Lima já iniciou dizendo que todos estavam pedindo harmonia, mas que na verdade já estava vendo que isso não ia acontecer, porque as flechas já estavam sendo lançadas, seguindo dizendo que admira o que o vereador Paulo Moreira faz, mas repudia o que ele fala. Pois é muito fácil criticar estando fora da cortina, mas estando dentro do circo é muito difícil.

Márcio Lima disse que o prefeito só coloca placas de obra em recursos federais, já com recursos municipais, coloca se quiser, quanto a Avenida Fausto Pinheiro, ele disse que parou na licitação, e o atraso está sendo mais rápido do que 8 anos esburacada. O vereador fez comparações para defender as acusações de Paulo, dizendo que uns não fazem porque estão mal intencionados, vindo a cair na chamada passagem molhada, onde está nos papéis uma passagem molhada, onde nunca existiu, e o vereador Paulo Moreira não buscou saber sobre a placa; Márcio citou a obra da quadra Carlos Emanuel, com uma placa informando todos os prazos e não concluiu a obra, onde o vereador não buscou informações porque a obra não foi concluída, assim como o Ginásio de Esportes, a Unidade Básica de Saúde onde o mesmo não fez nenhuma cobrança, porque estava do mesmo lado do prefeito da época.

Isso o que o vereador Márcio Lima falou não é novidade para ninguém, porque é exatamente isso o que acontece, ninguém cobra nada quando estão comendo no mesmo coxo, e quando oposição, está tudo errado.

O Vereador falou também sobre os carros citados por Paulo, inclusive que o mesmo deixou passar a cobrança de um veículo (Fiat) do PSF que desapareceu e ninguém buscou informações sobre o paradeiro do mesmo, nem mesmo Paulo, dizendo ser muito fácil ser oposição.

Márcio disse também que nem tudo é como os vereadores pensam e querem fazer algo, porque no término dos trabalhos do ano anterior (2015) Paulo Moreira disse que arranjou 16 poços tubulares e os mesmos não apareceram. Por isso não deve criticar sem saber das dificuldades.

Quanto ao vereador Gildo Pinheiro, Márcio Lima usou da mesma sutiliza para criticar o colega vereador e deixá-lo irritado com suas explicações, dizendo que ele fez uma explanação muito bonita da história de Itaú e que gostou muito, foi na lua e parece que voltou só agora, levando os vereadores e público presente a sessão a dar gargalhadas, aumentando à ira de Gildo Pinheiro.

Márcio disse que Gildo voltou agora da lua, pelo fato do mesmo ter passado despercebido 8 anos da Avenida Fausto Pinheiro esburacada e não via porque talvez estivesse na lua. Criticando fortemente o vereador que esses empecilhos da obra estar parada e o atolamento, não é motivo para se tirar foto e levar a imprensa e redes sociais para se aproveitar do momento. Dizendo que fossem procurar o que fazer e não estar nas calçadas sem fazer nada, porque isso é coisa de quem não tem o que fazer, e sim vá trabalhar pelo povo.

Visivelmente irritado, Gildo Pinheiro fez uso da palavra voltando a usar o Livro Sagrado para desferir palavras em respostas de Márcio Lima dizendo que as palavras deve ser usada com educação, rebatendo o vereador Reikson Brasil dizendo que tem muito prefeito se escondendo por trás da crise, alertando que não está se referindo que o prefeito de Itaú está e não está. Afirmando que entraram verbas que não foram gostos no município, deixando o município as escuras diante da crise e que se piorou a organização.

Gildo afirmou que não estava fazendo críticas, mas está fazendo o seu dever de cobrar, e a cidade esta precisando de mais cuidados pelo administrador e as irresponsabilidades passadas existem, e que segundo ele, foram cobradas naquela época. Diante disso ele disse que não pode vedar os olhos e nem está na lua como disse Márcio Lima, está vendo um cenário de guerra ao olhar a Avenida Fausto Pinheiro, afirmando ainda que nunca atolou nenhum veículo, sendo desmentido e interrompido por Márcio Lima que irritou o vereador ao ponto do mesmo se exaltar e perguntar se Márcio queria que ele encerrasse suas palavras.

Diante da exaltação, Márcio Lima pediu educação e Gildo pediu respeito em sua fala, para que o mesmo seja coerente e não quebre o protocolo da casa, estando apenas rebatendo o que ele disse, pois tem direito de usar as palavras. Diante disso Gildo disse que já esperava pelas palavras irônicas e maltratadas de Márcio Lima, que maltrata as pessoas com palavras malditas, rebatendo o Vereador dizendo que é falta de conhecimento o vereador dizer que uma obra municipal não precisa colocar placa com informações das obras, dizendo também que uma cidade como Itaú não pode ficar sem médico durante cinco dias e que na campanha passada o atual prefeito prometeu em palanque, ambulância com UTI e semi UTI e as únicas que tem são emprestada e alugada. Já a lua é dos namorados.

Diante dos debates, para não dizer discussões, acredito que não seja necessário eu mim comprometer sobre o assunto, até porque sei que muitos politiqueiros, doentes, do nosso município, vão fazer as interpretações ao seu bel prazer, ao invés de procurar o melhor para todos, fazem parte dos palhaços que aplaudem os vereadores que ontem defendiam, hoje criticam, amanhã defendem e assim vice-versa, todos buscando o seu interesse e nada mais.

A vergonha da sessão desta sexta-feira, talvez fique por aqui mesmo, depois de um puxão de orelhas do Assessor jurídico da Casa Jasen Leite, os vereadores tenham mais vergonha na cara e ao invés de se digladiarem prefiram o silêncio para não se comprometerem, pois muitos nesta sessão perderão a oportunidade de ficar calado a se comprometer com a politicagem que envolve a cidade de Itaú-RN sendo contraditórios em suas palavras, vereadores da situação e oposição que só buscam o enriquecimento próprio, o financeiro, e nada mais além do financeiro.

Já o presidente da Câmara Antônio Dias (Toinho Galego), fez uso de sua autoridade enquanto presidente, disse que não admitiria mais, tamanha baixaria enquanto presidente, que a partir da próxima sessão será feito o uso do tempo para réplicas e tréplicas, pelo fato dos vereadores perderem a noção não só do tempo, mais do dever de um verdadeiro vereador e da própria casa legislativa, e não a politicagem, pois não irá tolerar tais atos.

Mesmo assim acredito que as baixarias não vão ficar só por aqui; esse ano, a política corruptora das amizades, da lealdade, da fidelidade, será tema muitas e muitas vezes até a chegada do pleito eleitoral, só espero que eu esteja errado.

Vamos aguardar!

Arlindo Maia da Redação do Cidade News