sexta-feira, novembro 06, 2015

Putin ordena suspensão de voos para o Egito

Turistas britânicos embarcam em voos para deixar o aeroporto de Sharm el-Sheikh, no Egito, nesta sexta-feira (6) (Foto: Asmaa Waguih/Reuters)O presidente russo, Vladimir Putin, aceitou nesta sexta-feira (6) a recomendação da chefia do serviço de segurança da Rússia e suspendeu os voos com
passageiros para o Egito até que os motivos da queda do avião que caiu no Sinai sejam esclarecidas.

O Airbus A321M operado por uma empresa russa caiu, com 224 pessoas, pouco após decolar do balneário de Sharm Al-Sheikh, no Mar Vermelho, a caminho de São Petersburgo. O Reino Unido e os EUA afirmaram que a aeronave pode ter sido derrubada por uma bomba, hipótese que o Egito e a Rússia não confirmam.

"O chefe de Estado russo aceitou as recomendações" do chefe dos serviços secretos (FSB), Alexandre Bortnikov, e "ordenou ao governo elaborar os mecanismos que permitam aplicar estas recomendações", declarou o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, citado pela agência pública Ria Novosti, segundo a agência France Presse.

Por volta de 45 mil russos estão de férias no Egito, segundo o responsável pela Agência de Turismo russa, Oleg Safonov, informou a Reuters.

Bortnikov a recomendou a suspensão dos voos civis russos com destino ao Egito depois de uma reunião do Comitê Nacional Antiterrorista.
"Considero que é necessário suspender os voos russos para o Egito enquant tentamos estabelecer as verdadeiras razões do que ocorreu", declarou Bortnikov, citado pela tv russa.
O presidente Vladimir Putin também encarregou o governo de assegurar a repatriação dos russos que se encontra ainda no Egito, segundo Peskov. Esse país é um dos destinos favoritos dos turistas russos.
Outros voos e suspeita
A Inglaterra afirmou nesta quinta-feira (5) que há uma significativa possibilidade de que um grupo ligado ao Estado Islâmico esteja por trás de um suposto ataque, segundo a Reuters.

Nesta sexta, as autoridades egípcias suspenderam a chegada de voos adicionais para a repatriação. O retorno dos 20 mil turistas britânicos de Sharm el-Sheikh pode ser mais demorado do que o esperado. Um comunicado da Easyjet afirmou que os voos foram suspensos para as companhias britânicas. 

No entanto, ao que parece, os voos programados para esta sexta-feira entre a localidade egípcia e as ilhas britânicas devem acontecer normalmente.
"Dois voos partirão de Sharm el-Sheikh em breve", afirmou a Easyjet, acrescentando, no entanto, que outros sete com destino ao Reino Unido e outro para a cidade italiana de Milão não operarão nesta sexta.
A companhia aérea indicou que a saída dos dois voos permitirá a volta de 339 passageiros ao Reino Unido.
A companhia aérea explicou que a saída dos dois voos permitirá a volta de 339 passageiros ao Reino Unido.
A suspensão ainda não foi confirmada pelas autoridades egípcias e seus motivos também são ignorados.
O governo britânico anunciou a intenção de assumir por conta própria o retorno dos 20 mil britânicos presentes na cidade egípcia por suspeitar que o avião russo que caiu no sábado passado na Península do Sinai, procedente de Sharm el-Sheikh, foi alvo de atentado, que matou as 224 pessoas a bordo.
Rússia e Egito consideraram "prematura" a suspeita e pedem que as autoridades britânicas aguardem os resultados da investigação oficial.
Os passageiros poderão levar apenas bagagem de mão e o restante de seus pertences será enviado posteriormente, uma medida que responde à desconfiança a respeito do controle das malas no aeroporto egípcio e à tese de que alguém colocou uma bomba no compartimento de bagagem, segundo a imprensa britânica.
No mesmo contexto, a companhia aérea holandesa KLM proibiu nesta sexta-feira malas no compartimento de bagagem de um voo procedente do Cairo.
Os primeiros voos procedentes do popular destino turístico de sol e praia no Mar Vermelho devem pousar no Reino Unido no início da tarde.

Egito se compromete a cooperar
Seis dias depois da queda do avião comercial russo no Sinai, Moscou e Cairo continuam sem apresentar qualquer explicação para o acidente, mas Londres e Washington citaram as suspeitas de um atentado.
A agência de aviação civil do Egito informou que 29 voos devem decolar nesta sexta-feira de Sharm el-Sheikh com turistas britânicos a bordo, mas o anúncio foi feito antes da suspensão dos voos extras.
O presidente egípcio Abdel Fatah Al-Sisi está em Londres e na quinta-feira teve uma reunião com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, durante a qual garantiu que seu país está disposto a cooperar com os "amigos" para garantir a segurança dos turistas.
"Estou completamente disposto a cooperar com todos os nossos amigos para assegurar que nosso aeroporto (de Sharm el-Sheikh) oferece a segurança necessária para que as pessoas venham", disse Al-Sisi em Londres.
O ministro britânico dos Transportes, Patrick McLoughlin, havia expressado a esperança de que muitos turistas britânicos estivessem em suas casas nesta sexta-feira à noite.
Ele também justificou o fato de Londres assumir o controle da repatriação, com o envio de especialistas em segurança, um gesto que poderia ser interpretado como uma ato de desconfiança em relação ao Egito, apesar de, há 10 meses, as autoridades britânicas terem aprovado as condições de segurança do aeroporto egípcio.
"Revisamos as medidas de segurança da maneira que estavam naquele dia. As coisas mudaram e o que aconteceu no sábado, mais as informações subsequentes, motivaram nossa grande preocupação com a segurança. Por isto, tomamos a decisão que tomamos".

Fonte: G1

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