quarta-feira, setembro 23, 2015

'Se pudesse, cancelaria todas as viagens ', diz empresário de SP

 http://img.readitlater.com/i/images.immedia.com.br/11/11858_2_L/QS/quality=10/EQS/RS/w640.jpgO dólar opera em alta nesta quarta-feira (23) e ultrapassou o recorde da véspera, chegando a R$ 4,1307. Na terça-feira, a moeda norte-americana fechou vendida a
R$ 4,05. O valor da moeda estrangeira está provocando preocupação para brasileiros que acabaram de voltar de viagem ao exterior e que estão planejando viajar nos próximos dias.

O empresário paulistano Alexandre Fernandes, 43 anos, tem duas viagens programadas para as próximas semanas e já fez as contas do prejuízo. Uma delas será de negócios, mas a mulher Elenice vai aproveitar as férias e acompanhá-lo com o filho Pedrinho. "Vou ser sincero, se pudesse, eu cancelaria tudo, todas as viagens programadas e viajaria aqui pelo Brasil mesmo", disse Fernandes.

“Tenho uma viagem dia 14 de outubro para Las Vegas. Vou a trabalho em uma convenção da School of Rock. Volto dia 22. Tinha previsto US$ 1 mil por pessoa, com comida, carro e pouquíssimas compras. Isso daria, quando fechei a viagem, R$ 2,5 mil. Hoje estimo que passe de R$ 4 mil”, disse Fernandes.

Ele vai entrar em férias na semana seguinte e vai partir em um cruzeiro no dia 28. “Fico até o dia 4 no Kiss Kruise e a estimativa de gasto durante a viagem era a mesma da viagem para Las Vegas. Hoje estou refazendo as contas, pois em cruzeiro é tudo com cartão de crédito ou dinheiro vivo.”

 Medo da fatura do cartão
O advogado Daniel Marcus, 39 anos, de São Paulo, acabou de voltar de férias com a família em Orlando, nos Estados Unidos. Ele planejou a viagem com meses de antecedência, mas precisou usar o cartão de crédito nos dois últimos dias.

"Fui com minha mulher e meu filho de 7 anos. Começamos a comprar dólar em março e peguei cotações de R$ 3,24. Em agosto cheguei a comprar dólar com a cotação de R$ 3,64. Levei aproximadamente US$ 5 mil para alimentação e transporte. Não pretendia gastar mais nada no cartão", disse ele.

Marcus chegou a fazer algumas compras pela internet também. "A cotação do dia, de hoje, no meu cartão, é de R$ 4,12. No free shop paguei a cotação de R$ 4,13. A expectativa é a de que só piore. A fatura do meu cartão fecha todo dia 15, então, tenho mais duas semanas que esse dólar só vai subir e esse valor que eu tenho no cartão vai ser uma surpresa bem desagradável."

Para evitar maiores supresas, ele e a mulher Maria do Carmo Vieira, chegaram a fazer saques que totalizaram US$ 2 mil durante a viagem. "Acompanhamos a cotação do dólar durante a viagem e essa foi uma saída para aproveitar o valor do dia."

Negócios na China
O empresário catarinense Marcelo Bonganhi, costuma visitar a Ásia há tempos, uma vez ao ano, mas está revendo suas estratégias de negócios naquele continente por conta da alta do dólar. "Esse ano estou com viagem marcada para o dia 23 de outubro. Vou para a China visitar a Canton Fair. Depois sigo para Taiwan e vou visitar fornecedores. A decisão para essa viagem foi discutida em reunião, devido a taxa do dólar e a instabilidade e queda nas vendas no mercado interno brasileiro".

Ele disse que cortou a Coréia do Sul da rota de sua viagem para minimizar os gastos. "Apesar de os valores das passagens aéreas estarem mais baixas em dólar, o valor final pago em reais ficou aproximadamente 50% mais caro se comparado com a passagem paga no ano passado", disse Bonganhi.

Com os fornacedores, o empresário espera baixar o valor das mercadorias e informar aos fornecedores que as compras para o próximo ano terão redução. "Cenário difícil, pois geralmente se consegue desconto com os fornecedores asiáticos aumentando as compras e não diminuindo. Nossa empresa, Neoprene Brasil, vem se reinventando nesses últimos anos, abrindo novas frentes e novos produtos. Dessa maneira continuamos com nossos objetivos de um mínimo de crescimento."

Já o músico paulistano Fábio Louzano, 43 anos, vai seguir em férias para a Espanha em 12 de novembro. "As passagens foram compradas há quatro meses, paguei US$ 450, cerca de R$ 1,6 mil na época. Vou economizar hospedagem em Madri ficando na casa de uma prima. Em Barcelona, ainda não sei onde ficar e espero conseguir parcelar em reais esse custo."

Fonte: G1

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