terça-feira, setembro 29, 2015

Mais um corpo é encontrado em casa de suposto 'serial killer' de São Paulo

Casa de suspeito de mortes em série é destruída por vizinhos e familiares de possíveis vítimasUm sexto cadáver foi encontrado nesta segunda-feira (28) pela família de uma suposta vítima nas proximidades da casa do pintor Jorge Luiz Morais de Oliveira, 41,
suspeito de uma série de mortes na favela Alba, no Jabaquara (zona sul de São Paulo).

O corpo, segundo a polícia, foi encontrado após familiares de uma pessoa desaparecida escavarem um terreno vizinho à casa do suspeito, que cumpre prisão temporária.

No sábado (26), já tinham sido achados quatro cadáveres e uma ossada enterrados na casa do pintor. Segundo a polícia, Oliveira confessou uma das mortes (de um rapaz de 21 anos, surdo e mudo e homossexual), alegando ter agido em legítima defesa após se negar a fazer sexo.

A Secretaria da Segurança Pública não deu detalhes do sexto cadáver localizado.

A série de mortes sob suspeita atraiu parentes de desaparecidos à casa do pintor.

A mãe e a companheira da estudante universitária Renata Christina Pedrosa Moreira, 33, sumida desde janeiro, compraram uma enxada e uma pá e foram ao imóvel, aberto e sem isolamento, para fazer uma escavação.

Elas disseram que, ao quebrar uma das paredes, encontraram pedaços de pele e ossos. Também acharam roupas de adultos, crianças, peças íntimas com sangue, uma bolsa de mulher com objetos de manicure e um boneco de vodu.

A mãe, Maria de Fátima Pedrosa, e a companheira da filha, Louise Cerdeira, 33, foram à casa graças à última localização do celular de Renata, que apontava aquela rua.

Maria disse que chegou a ir ao local antes e perguntar sobre a filha ao pintor. "Mostrei a foto dela e ele disse que não a conhecia." Segundo a família, a estudante é dependente de drogas, que costumava comprar na favela.

A polícia e a perícia não descartam a possibilidade de encontrar mais cadáveres na casa do pintor após nova análise da perícia que será feita com os bombeiros. Eles voltarão ao local com cães farejadores e equipamentos para escavação mais profunda.

A delegada Nilza Scapulatillo, do 35º DP (Jabaquara), diz não ser possível dizer que Oliveira seja um assassino em série ou homofóbico, mas que tem predisposição para matar. Ela negou falha da perícia por não ter isolado a casa do pintor. A defesa dele não foi localizada pela Folha.

Oliveira cumpre prisão temporária –que tem pena máxima de 10 dias– desde sábado. De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a polícia pedirá a prisão preventiva do suspeito.

Rivaldo Gomes/Folhapress
Mãe e companheira de estudante desaparecida que foram escavar casa de suspeito
Mãe e companheira de estudante desaparecida que foram escavar casa de suspeito em busca de provas

MORTE SUSPEITA

A polícia suspeita que Oliveira seja um assassino em série. Ele foi preso em flagrante e, segundo a polícia, confessou apenas a morte de Carlos Neto Alves de Matos Júnior, o travesti. A polícia encontrou escondidos na casa dele facas e um soco inglês sujos de sangue, assim como roupas femininas e um lençol manchados.

Com ferimentos de faca no braço e na coxa, o suspeito alegou que matou em legítima defesa. Ele disse que Júnior e outro homossexual foram à sua casa na tarde de quarta-feira (23) e, como ele se recusou a fazer sexo com eles, foi atacado. Mas conseguiu tomar a faca que o travesti portava e o matou.

A história, entretanto, foi desmentida pela mãe e irmã do pintor, que moram na casa em frente a dele. Elas disseram que o travesti, acompanhado de um amigo, chamavam por uma vizinha do pintor. Ele, então, pediu que os dois entrassem em sua casa para chamar a vizinha pelo muro do quintal.

As familiares relataram terem ouvidos gritos depois e viram o momento em que o acompanhante do travesti escapou correndo.

Oliveira fugiu após o crime, na quarta, e só reapareceu no sábado, após a mãe chamar a PM e ligar para ele, propondo que lhe contasse pessoalmente o que de fato aconteceu.

Na casa do pintor, havia um rastro de sangue do quintal ao quarto, onde o piso estava quebrado. A polícia desconfiou e cavou no local, onde encontrou o corpo do travesti. Oliveira disse, segundo a polícia, que ficou desesperado e resolveu ocultar o corpo.

No momento em que o acusado era algemado, policiais suspeitaram do chão do quintal, que estava com piso diferente do restante. Eles cavaram e encontraram mais três corpos e uma ossada. Nenhum foi identificado. 

Fonte: Folha de São Paulo

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