quarta-feira, julho 15, 2015

Fotos mostram manchas em roupas de mulher que sumiu após ritual

Ritual de Santo Daime foi realizado em chácara de Nerópolis, Goiás (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)Fotos divulgadas nesta quarta-feira (15) mostram roupas encontradas durante as buscas pela auxiliar de enfermagem Deise Faria Ferreira, de 41 anos, desaparecida após
participar de ritual da seita religiosa Santo Daime, em uma chácara de Goiânia. As peças, uma saia e uma blusa, reconhecidas pela família, apresentam algumas manchas, que podem ser de sangue da mulher. No entanto, isso só será comprovado após uma análise da Polícia Técnico-Científica.
Deise foi vista pela última vez na noite de sábado (11). No entanto, os parentes só foram comunicados do desaparecimento quase 24h depois. No dia seguinte, as buscas foram iniciadas.
O Corpo de Bombeiros informou, nesta manhã, que mais socorristas passaram a participar da  operação. Eles vistoriaram uma mata próxima à chácara em que Deise desapareceu, mas não encontraram novas pistas. Familiares tambem ajudam a procurá-la.
A Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) investiga o caso. A principal hipótese é de desaparecimento. Segundo a polícia, mesmo com a demora dos membros em comunicar o sumiço da mulher e com o longo período de buscas sem pistas, ainda não há motivos para se trabalhar com a suspeita de homicídio.
Depoimentos
Nesta manhã, três pessoas que frequentam a seita prestaram depoimento. Dentre elas, uma prima de Deise. No total, 14 pessoas já foram interrogadas. De acordo com os delegados que acompanham o caso, muitos relatos são contraditórios.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou ainda que, com a finalização da fase de depoimentos, os investigadores se concentram nos laudos da Polícia Técnico-Científica. Dentre eles, os das peças de roupa.

Deise Faria Ferreira, 41 anos, foi vista pela última vez em ritual de Santo Daime, em Goiás (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)Deise foi vista pela última vez em ritual de Santo
Daime (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Encontros
Irmã da auxiliar de enfermagem, Keila Faria conta que a irmã começou a participar dos rituais da seita há três meses. Desde então, Deise bebia o chá da substância alucinógena ayahuasca, que é indicado para limpeza espiritual. Segundo a família, a auxiliar de enfermagem passava mal todas as vezes que ingeria o líquido. Além disso, ela começou a ter problemas psicológicos.
“Ela começou a ficar falando, falando sem parar. Incontrolável e violenta com a família, se revoltou contra  a minha mãe e aí eu levei ela num psiquiatra. Na sexta-feira [10], ela suspendeu o medicamento e no sábado tomou o chá”, relata Keila.
A família também afirma que Deise parou de tomar medicamentos controlados a pedido dos integrantes dessa reunião. Ela fazia uso dos comprimidos, entre eles antidepressivos, sob indicação psiquiátrica.
Segundo os familiares, integrantes da seita falavam que esses medicamentos não faziam bem a ela. “[Nas mensagens] Ela falava que estava com vergonha do padrinho, como eles chamam o líder, por estar se intoxicando com esses venenos. A pessoa retornou falando que ela faria o tratamento no sábado e que tudo ia melhorar. Eles são contra o uso de remédios”, disse Keila.
Desaparecimento
Cerca de dez pessoas estavam na chácara para o ritual, na noite de sábado. Integrantes do grupo relataram para a família de Deise que ela ficou perturbada e saiu correndo da chácara após tomar o chá de ayahuasca.
A família de Deise só foi comunicada do desaparecimento quase 24 horas depois de ela ter sido vista pela última vez. De acordo com a irmã da auxiliar de enfermagem, Keila Faria, na noite de domingo (12), um homem a informou do ocorrido e entregou o carro dela.
A família teme não encontrar Deise com vida. “Um monte de gente numa chácara deixar essa pessoa sozinha sumir, sem nada, eu não tenho esperança de encontrar com vida mais”, lamenta a irmã da desaparecida.


Fonte: G1

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