Atendimento nas agências bancárias é suspenso por causa da greve dos vigilantes

Vigilantes de todo o Rio Grande do Norte iniciaram greve ontem. Profissionais que trabalham em bancos, shoppings, empresas e instituições públicas paralisaram

atividades por tempo indeterminado. Devido à mobilização, o atendimento bancário foi suspenso em algumas agências. 

A categoria reivindica aumento salarial de 12%, mais a concessão de vale-refeição de R$ 15 por dia trabalhado.Segundo o presidente do Sindicato dos Vigilantes (Sindsegur/RN), Luís Inácio, são mais de sete mil trabalhadores em greve em todo o Estado, sendo 1.100 em Mossoró. Ele afirma que o sindicato vem negociando com os donos de empresas desde o ano passado, mas devido a impasses nas negociações, resolveu deflagrar a greve estadual.

"Achamos um desrespeito os patrões não oferecerem sequer o aumento para cobrir o que a inflação tem corroído dos nossos salários. Hoje, o salário é de R$ 1.027, mais adicional de R$ 308 pelo risco de vida. Nós também não recebemos vale-refeição. Resolvemos nos mobilizar para garantir nossos direitos", disse. 

Devido à paralisação dos vigilantes, serviços como o atendimento aos clientes não funcionaram ontem, deixando clientes sem acesso à parte interna de muitas agências bancárias. Segundo o gerente da Caixa Econômica Federal, Aldemir Souza, a maioria dos bancos não deverá abrir as portas para atendimento ao cliente porque não seria possível fazê-lo sem segurança. Ele orienta clientes a usarem serviços como banco na internet e celular, ou ainda casas lotéricas e caixas eletrônicos.

"É importante frisar que a negociação não é feita entre os vigilantes e os bancos porque o serviço de segurança é terceirizado. Contudo, estamos aguardando resolução do problema, pois não é possível que as agências funcionem sem a presença dos seguranças", esclarece Aldemir Souza.

O presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Rio Grande do Norte (Sindesp/RN), João Rossine, afirma que não há como as pautas da categoria serem atendidas devido ao atual momento de crise econômica pelo que passa o País e, consequentemente, as empresas.

João Rossine conta que o Sindesp ofereceu aumento salarial de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que foi de 6,23% em fevereiro, aos vigilantes, mas a categoria rejeitou o acordo. Ele conta que tem negociado com os trabalhadores, que, com a paralisação geral, estariam descumprindo liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/RN) determinando que 50% se mantenham em atuação.

"Não temos condições de conceder aumento de 12% nem vale-refeição na crise que estamos. O salário de vigilante no RN é o maior do Nordeste. Hoje, o serviço está tão caro que perdemos alguns contratos e assim, sem crescer, não temos como conceder o aumento", conta.

Fonte: O Mossoroense