Gravações de conversas feitas pelo empresário George Olímpio mostram que o senador José Agripino (DEM) tinha um
Uma conversa entre George e o falecido ex-deputado federal João Faustino deixa isso bem claro: "Haveria uma participação do consórcio na campanha e até uma participação mensal depois da campanha, mas ele disse: essa participação mensal eu dispenso. Ele [Carlos Augusto] diz que se lembra, sabe das negociações que Zé Agripino fez, sabe que você se comprometeu".
Na sequência, George descreve a João Faustino como foi feito o pagamento de R$ 150 mil a mais que o R$ 1 milhão já acertado anteriormente. "Fora a negociação, daquele dinheiro, tem uma parte que foi dada. (…)e mais cento e cinquenta. Eu dei uma parte por último, que ele me pediu, eu dei por último. 150, um cheque, que ele pegou dinheiro daquele rapaz, que fica lá na tevê, na Tropical", relatou.
O agora delator do esquema sugere que João Faustino peça a José Agripino que intermedeie junto ao então procurador-geral do Estado, Miguel Josino, que já faleceu. "Não valeria, depois dessa conversa, uma ligação do senador José Agripino para Miguel Josino, nesse sentido? 'Miguel: defenda a lei, que é um absurdo o que está se dizendo da inconstitucionalidade'", pediu.
Como resposta George ouviu "Eu vou falar com José Agripino".
Ministério Público explica que foco não é a dispensa de tramitação
O Ministério Público emitiu nota esclarecendo que em nenhum momento detectou irregularidade na dispensa de tramitação. O posicionamento é uma reação ao pronunciamento do deputado estadual Ezequiel Ferreira de Souza (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa.
De acordo com o Ministério, o problema não foi a dispensa de tramitação, mas as condições em que ela ocorreu. "A propósito do pronunciamento do Deputado Ezequiel Ferreira na terça-feira (24) perante a Assembleia Legislativa, o Procurador-Geral de Justiça vem a público esclarecer que entende como normal e lícita a dispensa, parcial ou integral, do trâmite legislativo regimental quando da análise de projetos de lei pelo Poder Legislativo. O que foi denunciado perante o Poder Judiciário foi, em verdade, a cobrança e recebimento de dinheiro, por parte de um deputado estadual, a título de agilizar a aprovação da lei que implantou a inspeção veicular no Estado, conforme elementos probatórios robustos reunidos pelo Ministério Público potiguar e encaminhados à Justiça", frisou.
A nota explica que não há a intenção de qualquer questionamento acerca da dispensa de tramitação. "Embora um trecho destacado da entrevista do Procurador-Geral de Justiça ao Fantástico do último domingo (22) pudesse gerar alguma incompreensão quanto ao ponto, o fato é que em nenhum momento se pretendeu censurar qualquer prática da Casa Legislativa, mas tão só evidenciar o grave crime referido acima e suas circunstâncias", declarou.
O fim da nota reforça o respeito entre os poderes. "Reitera, por fim, o pleno respeito ao Poder Legislativo do Rio Grande do Norte, com quem sempre o Ministério Público manteve e manterá relação de cordialidade, harmonia e independência", concluiu.
Fonte: O Mossoroense
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