Consideradas leves, cinco penas por doping serão revistas no Brasil

A Corte Arbitral do Esporte (CAS) vai julgar novamente cinco casos de doping que envolvem brasileiros. São dois do futebol, dois da

canoagem e um do automobilismo. As audiências serão em março, no Rio.

As infrações ocorreram nos anos de 2013 e 2014 e já tiveram sentenças determinadas por tribunais da justiça esportiva brasileira, mas os veredictos desagradaram à autoridade responsável pelo antidoping no país.

Segundo o secretário nacional da ABCD, Marco Aurelio Klein, as punições foram indevidamente leves.

A CAS é o tribunal supremo do esporte e tem sede em Lausanne, na Suíça. Contudo, em atitude inédita, seus juízes farão as sessões extraordinárias no Rio a pedido da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem), órgão federal ligado ao Ministério do Esporte.

Em dois dos casos, a reportagem apurou que não haverá audiência pois as partes devem chegar a um acordo.

No entendimento da agência federal, as decisões e penas relativas aos cinco casos contrariaram os padrões do Código Mundial Antidoping da Wada (Agência Mundial Antidoping), que foi quem ingressou os casos no CAS.

A reportagem não conseguiu obter os nomes dos cinco atletas, cujos processos correm em segredo de Justiça. Eles foram notificados dos novos julgamentos.

promessa de rigor

Ao pedir a revisão desses casos, a intenção da ABCD é enviar alerta aos atletas em geral de que será aumentado o rigor no antidoping brasileiro daqui em diante.

"Queremos zero doping brasileiro na Olimpíada do Rio", afirma Klein à Folha, sobre o objetivo do órgão federal de que a delegação anfitriã não tenha sequer um caso positivo em 2016.

Ao todo, a ABCD revisou 37 julgamentos de doping de atletas brasileiros ocorridos nos últimos dois anos, cujas sentenças o órgão considerou discutíveis. Após análise deste universo, pediu os novos julgamentos.

Para 2015, a agência dispõe de orçamento de R$ 13 milhões e prevê a realização de 2.500 testes –de urina, sangue e passaporte biológico (o acompanhamento de índices coletados dos atletas).

À ABCD caberá fazer exames nos eventos-testes da Rio-2016 a partir do segundo semestre deste ano. Eles acreditam que o Laboratório Brasileiro de Controle Antidoping, no Rio, vai ser credenciado pela Wada em junho. 

Fonte: Folha de São Paulo