A vida de Fábio pode ser dividida em duas partes. Antes e depois da aproximação com a religião, em abril de 2007. O goleiro enfrentou
O camisa 1 chegou à Toca da Raposa II em 2005. Nas duas primeiras temporadas, nem de longe foi um exemplo de atleta, tornando-se figura assídua em festas e bares de Belo Horizonte. A agitada vida fora de campo interferiu dentro dele. O atleta acumulou fracassos, como falhas determinantes na eliminação da Copa do Brasil para o Paulista, o gol de costas sofrido na decisão diante do arquirrival Atlético-MG e uma grave lesão no joelho.
Hoje, Fábio é o goleiro que mais defendeu as cores do clube, com 605 partidas disputadas. E está na iminência de ultrapassar Zé Carlos, jogador que mais atuou com a camisa do Cruzeiro, com 633 embates contabilizados.
A mudança de postura teve início após os dois últimos acontecimentos. Assistir a um programa de televisão voltado para o público religioso, o convite do amigo Geovanni, ex-jogador de futebol, e o apoio de sua cônjuge foram fundamentais para que ele tenha se tornado adepto da Igreja.
"Nossa conversão, transformação de vida. O Geovanni e a Roberta (esposa do ex-companheiro da Fábio) nos levaram para a Igreja e eu decidi que era o melhor lugar para a nossa família. Comecei a perceber a maravilha que Deus estava fazendo nas nossas vidas. Foi de apoio e confiança, saber que ele daria a volta por cima, depois que conhecemos Deus, ver tudo", relatou Sandra Maciel ao UOL Esporte.
Antes da proximidade com a Igreja, o goleiro tinha uma 'vida vazia', conforme palavras de sua própria esposa. Ela conta que o extracampo interferia na carreira do atleta e que, neste momento, a família 'encontrou a paz'.
"Não sei se dá para dizer que tínhamos problemas. Era mais questão de uma vida vazia. Talvez priorizássemos ir à Europa ao invés do conforto da família. Estamos em paz em Belo Horizonte Talvez ele não se cuidasse da forma que um atleta tinha que se cuidar. Tinha a questão da bebida e da falta de descanso, que são maléficas para um atleta. Depois da conversão, nossa vida mudou e encontramos a paz, o que é o mais importante para a vida de um atleta", declarou.
"Os problemas poderiam acarretar hoje. Ele poderia não estar jogando mais, poderia ter se perdido como muitos atletas se perderam. Poderia nem ter alcançado a posição que ocupa hoje no Cruzeiro. Depois da conversão, tudo foi centrado, resolvido em oração. A gente estava na Espanha, descendo para assinar o contrato, vi que ele estava atrasado para pegar o voo de volta e ele disse: 'está tudo errado meu contrato'. Ele rasgou o contrato na hora e ficou. Se o Fábio fosse olhar só para ele, poderia ir para a Europa, mas e a esposa e os filhos. Depois da conversão, nossa vida mudou. Tudo é em paz. Não sei o que seria da nossa vida hoje sem a conversão, que para gente é o entendimento da Bíblia", acrescentou.
Embora tenha participado de uma mudança profunda na vida do goleiro somente em 2007, Sandra Maciel está ao lado de Fábio desde janeiro de 1995. Nas categorias de base do União Bandeirante, do interior do Paraná, o arqueiro teve a possibilidade de conhecer a atual esposa em uma lanchonete da cidade.
A amizade criada na década de 1990 tornou-se namoro e, posteriormente, casamento. O amor do casal perdura por duas décadas e deu a eles os filhos Pablo e Valentina. "Conheci o Fábio em janeiro de 1995, faz 20 anos. Minha cidade (Bandeirantes) é muito pequena, no interior do Paraná, tem só 32 mil habitantes. Estávamos em uma lanchonete da cidade, o Fábio chegou ao local para fazer um lanche e nos conhecemos ali. Éramos bem jovens, então nos tornamos amigos, começamos a namorar e estamos juntos até hoje. Temos dois filhos lindos, o Pablo e Valentina", comentou.
APOSENTADORIA
Fábio tem contrato com o Cruzeiro até maio de 2016. No ano passado, em entrevista coletiva na Toca da Raposa II, ele cogitou se aposentar ao término do vínculo com o bicampeão brasileiro. A esposa do jogador, de 34 anos, comenta o caso, diz que se assustou com a declaração do marido e revela que ele tem o objetivo de encerrar a carreira daqui seis temporadas.
"O Fábio disse aquela vez que queria se aposentar ao término do contrato, mas acho que seria muito cedo. Ele pensa em atuar até os 40 anos, mas ele pensa muito nos nossos filhos. Por mais que eles saibam da distância do pai, da importância do trabalho dele, o Fábio sente falta de ficar um pouco mais próximo. Ele é um ótimo pai, trabalha durante toda a temporada, mas nas férias quer ficar com os meninos. Acho que isso é importante", concluiu.
Fonte: Uol
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