sábado, maio 03, 2014

Obama pede análise de pena de morte após má execução em Oklahoma

Clayton Lockett agonizou por cerca de 30 minutos antes de morrer por ataque cardíacoO presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta sexta-feira que pediu ao secretário de Justiça, Eric Holder, uma análise ampla da pena de morte diante dos problemas surgidos em uma execução esta semana em Oklahoma,
que prolongaram o sofrimento de um réu que acabou morrendo por ataque cardíaco.

"Pedi que me dessem uma análise das medidas tomadas, e não só neste caso em particular, mas mais amplamente nesta área", afirmou Obama na entrevista coletiva conjunta que ofereceu com a chanceler alemã, Angela Merkel, na Casa Branca.

"Como sociedade devemos fazer perguntas difíceis e profundas" sobre a pena de morte, acrescentou Obama em referência à execução de Clayton Lockett, que na terça-feira morreu de um ataque cardíaco mais de 40 minutos depois de receber a injeção letal e apesar das autoridades penitenciárias tentaram suspender a execução ao perceber que os fármacos não faziam o efeito esperado.

"O que aconteceu em Oklahoma é profundamente perturbador", acrescentou o presidente. Ele se apressou em destacar que o preso, de 38 anos, tinha cometido "crimes terríveis" e reiterou sua opinião que "há certas circunstâncias nas quais o crime é tão terrível que a pena de morte é apropriada". Entre essas circunstâncias o presidente dos Estados Unidos mencionou os massacres coletivos e o homicídio de crianças.

Obama também apontou que a aplicação da pena de morte nos EUA tem "problemas significativos", como a desproporção de condenados negros e de outras minorias, ou o fato de que após a execução, ficou provado que alguns réus eram inocentes.

"Tudo isto abre questões significativas sobre como se aplica a pena de morte", assinalou.

Lockett tinha recebido esse pena por ter atirado em 1999 contra Stephanie Neiman, de 19 anos, e ter ajudado a enterrá-la viva em uma sepultura onde a jovem morreu.

Conforme relatórios emitidos posteriormente pelas autoridades penitenciárias, quando o preparavam para a execução, na terça-feira passada, o réu resistiu e recebeu uma descarga elétrica que causou uma lesão em seu braço.

Como consequência disso e porque tinha uma veia estourada no braço, se a agulha com a mistura de químicos foi injetada na perna. Os compostos não tiveram o efeito esperado e, após 43 minutos nos quais Lockett sofreu convulsões e as autoridades, inclusive, chegaram a suspender a execução, o condenado morreu por conta de um ataque cardíaco.

Nos Estados Unidos, atualmente, há mais de três mil pessoas condenadas a morte. Embora os negros sejam pouco mais de 12% da população, eles representam 41% dos condenados à morte. Desde que a Corte Suprema restabeleceu a pena de morte nos EUA em 1976, foram executadas 1.378 pessoas.

No caso de homicídios inter-raciais, 20 brancos foram executados por ter matado uma pessoa negra. No entanto, 270 negros foram executados pelo homicídio de um branco.

Reprodução Cidade News Itaú via Uol

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