quinta-feira, maio 01, 2014

Desabamento de mina na Colômbia deixa mortos e soterrados

Equipes trabalham no local do soterramento na Colômbia (Foto: Luis Robayo/AFP)Ao menos três pessoas morreram no desabamento de uma mina de ouro artesanal que operava de forma ilegal no departamento de Cauca, no oeste da Colômbia,
enquanto as equipes de resgate se apressavam nesta quinta-feira (1º) para resgatar entre 25 e 30 pessoas que ficaram soterradas.
"Conseguimos retirar três corpos, dois feridos foram transferidos" ao hospital, afirmou à rádio Caracol Víctor Claros, comandante do Corpo de Bombeiros do departamento de Cauca.
Os corpos encontrados estavam a 20 metros de profundidade. Organismos de socorro continuam trabalhando na região e entre 25 e 30 pessoas permanecem presas no interior da mina, acrescentou Claros.
"É impossível que estejam com vida porque a terra e a lama são em grande quantidade", declarou o comandante do Corpo de Bombeiros. "Acredito que é possível descartar que existam pessoas com vida", afirmou.
Segundo Claros, os mineiros trabalhavam na região, próxima ao município de Santander de Quilichao, quando uma avalanche de terra e lama os soterrou na noite desta quarta.
Na mina de ouro onde ocorreu o desastre trabalham quatro retroescavadeiras. Os trabalhos de resgate em um profundo túnel de 15 metros são observados por 1.500 pessoas, declarou à AFP uma fonte oficial que pediu para não ser identificada.
A equipe de resgate é composta por agentes especializados apoiados por cães treinados, disse a fonte.
Risco latente
"As condições de informalidade trabalhista e infraestrutura significavam um risco latente para os trabalhadores" da mina de ouro artesanal, afirmou em um comunicado a Defensoria do Povo, encarregada por velar pelos direitos humanos dos colombianos.
O organismo emitiu desde o início do ano alertas pedindo o fim deste tipo de atividade no departamento, o que levou as autoridades a apreenderam máquinas escavadeiras.
No entanto, "os trabalhos de exploração ilegal de ouro prosseguiram", acrescentou o organismo estatal.
De acordo com a Defensoria, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), presentes no oeste do país, se beneficiam deste tipo de atividade "mediante a cobrança de quotas pela entrada e operação das retroescavadeiras".
A guerrilha das Farc é a mais importante do país, com 50 anos de existência e cerca de 8 mil combatentes, segundo números oficiais.
Um relatório recente da Agência Nacional de Mineração declarou que de janeiro a setembro de 2013 ocorreram 66 emergências relacionadas a esta atividade, nas quais 71 pessoas faleceram e 51 ficaram feridas.
Na Colômbia há 14.357 unidades de produção mineradora, 56% das quais não têm licença de exploração.
A participação da mineração no PIB colombiano foi de 2,3% em 2012, de acordo com o Departamento de Estatísticas.


Reprodução Cidade News Itaú via G1

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