sábado, fevereiro 08, 2014

Mulher de Pizzolato é impedida de visitar marido na prisão

Mulher de Pizzolato é impedida de visitar marido na prisãoA mulher de Henrique Pizzolato, Andrea Haas, foi impedida de visitar seu marido na prisão de Módena, na manhã deste sábado, 8. A esposa do condenado chegou à cadeia
antes das 7h45, carregando uma bolsa com tangerinas, remédios, camisas, toalha e um pulôver de lã. Mas, menos de 30 minutos depois, Andrea deixou o local, visivelmente frustrada pela recusa da polícia e sem poder entrar na cadeia.

Andrea tentava fazer sua primeira visita à prisão onde o marido está detido e onde aguardará o julgamento de sua eventual extradição. A administração da cadeia se recusou a explicar o motivo pelo qual ela não foi autorizada a entrar. Mas indicou que não haveria um sinal verde da Justiça.

"Tudo Isso é uma grande mentira", declarou Andrea, justificando o motivo pelo qual não daria declarações à imprensa brasileira. Na mão, uma pasta amarela com documentos e uma sacola de supermercado com roupas e outros bens que entregaria ao marido.

Irritada com a presença de jornalistas, ela chegou a xingar por conta do assédio e entrou na prisão. Antes, se recusou a responder o motivo pelo qual Pizzolato usou documentos falsos e porque houve a fuga.

Mas atacou a imprensa por não ter dado a versão do condenado. "Todos os documentos foram apresentados para a imprensa e vocês tiveram a oportunidade de divulgá-los. Mas nunca divulgaram. Só divulgaram mentiras. Porque vou falar mais?", questionou.

Perguntada o motivo pelo qual Pizzolato estava tranquilo na audiência perante o tribunal na sexta-feira, ela respondeu: "deve ser porque a Justiça aqui é correta, integra, que faz a coisa certa". "Por isso ele estava sereno", completou.

Cela. A administração da prisão de Módena explicou que Pizzolato está em uma cela de 9 metros quadrados e divide o local com um italiano. Num quadrado de 3 metros por três, a polícia garante que está respeitando as regras estabelecidas pela Corte Europeia de Direitos Humanos, com base em Estrasburgo.

No local, há uma ducha e banheiro privado. Se o detentos podem ter um computador, eles estão impedidos de qualquer acesso à internet e um bloqueio a celulares é implementado. Na cela, os detentos podem ter livros, jornais e uma televisão, ainda que os canais sejam controlados.

O brasileiro poderá fazer uma ligação de dez minutos a um familiar por semana e receber seis horas de visita no mês. Andrea e Pizzolato se encontrariam em uma sala com outros doze detentos. Pelas regras da prisão, Pizzolato tem o direito de passar quatro horas do dia fora da cela. Há uma academia de esporte e um campo de futebol.

Os 550 detentos em Módena tem o direito de trabalhar em postos que variam desde ajudante de cozinha, distribuição, almoxarifado, em atividades agrícolas e mesmo fora da prisão, se autorizado. Uma conta é aberta em seu nome para receber o salário.

Segundo a polícia local, a refeição dos detentos é a mesma das forças de ordem, com um menu composto por pasta, pratos da cozinha italiana ou carne. Bebidas alcoólicas estão proibidas.

'Risco de fuga'. Nessa sexta, o Tribunal de Bolonha puniu o brasileiro por sua fraude de documentos e falsidade ideológica e negou o pedido do ex-diretor do Banco do Brasil para acompanhar em liberdade provisória seu processo de extradição. A sentença do tribunal, acompanhada pelo Estado, deixa claro que, por estar próximo a uma fronteira e pelos antecedentes, Pizzolato não poderia ser deixado em liberdade.

Numa audiência de duas horas, os italianos consideraram que existe "risco de fuga" por parte do brasileiro, optaram por mantê-lo na prisão de Modena por um tempo indeterminado e deram 40 dias para que o Brasil formalize o pedido de extradição. A defesa de Pizzolato qualificou a decisão de "dura" e confessa que, agora, não conta ainda com uma estratégia para evitar a extradição.

Foragido desde novembro, o condenado por envolvimento no mensalão foi preso nessa quarta na Itália. Em sua primeira audiência diante da Justiça, a defesa de Pizzolato argumentou que não havia risco de que ele deixasse o país. Mas as autoridades rejeitaram tanto a liberdade condicional quanto a prisão domiciliar.

Reprodução Cidade News Itaú

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