domingo, março 24, 2013

Após quatro anos de exílio, ex-presidente Musharraf retorna ao Paquistão


O ex-presidente do Paquistão, o general Pervez Musharraf, chegou neste domingo ao aeroporto internacional de Karachi em um voo de Dubai para participar das eleições de maio pelo partido da Liga Muçulmana de Todo o Paquistão (APML, sigla em inglês).

O ex-mandatário aterrissou no aeroporto Quaid e Azam por volta das 12h20 locais (4h20 de Brasília) em um voo da companhia aérea Emirates, onde esperavam milhares de seguidores pela sua chegada, segundo os veículos de comunicação locais "Geo" e "Dawn". 

Rashid Qureshi, que foi o porta-voz presidencial de Musharraf e agora é o secretário-geral do APML, detalhou que Musharraf foi recebido no aeroporto por milhares de seguidores em uma"grande recepção", pois o fundador do APML é "muito importante" para o futuro do partido nas próximas eleições.

A princípio, a agenda de Musharraf para este domingo (24) incluía a visita ao mausoléu do pai da nação, Muhammad Ali Jinnah --conhecido no Paquistão como Quaid e Azam (o Grande Líder)-- para lhe render homenagem e fazer um discurso para "milhares de pessoas".

No entanto, Qureshi afirmou que por motivos de segurança tiveram que cancelar essa visita. Com isso, os seguidores que iam acompanhar Musharraf no mausoléu vão para o aeroporto para "lhe demonstrar apoio".

O secretário-geral do APML para o Sindh garantiu que devido aos "incidentes que (Musharraf) sofreu no passado", praticados por "extremistas talibãs" e "líderes políticos", as medidas de segurança para protegê-lo serão "excepcionais".

"Esses líderes políticos sentem ciúmes de Musharraf pela prosperidade econômica e pelo progresso conseguido" durante seus anos no poder, afirmou Qureshi.

Talibãs ameaçam matar ex-mandatário
Um porta-voz do movimento talibã paquistanês (TTP), Ehsanullah Ehsan, assegurou ontem ao veículo de comunicação local "Dawn" que o grupo dispõe de um esquadrão de insurgentes que vão se martirizar com explosivos para assassinar Musharraf, se este cumprir com sua promessa de retornar ao Paquistão.

"Estamos treinando militantes suicidas com o objetivo de assassinar" o ex-presidente, afirmou Ehsan.

Musharraf, no entanto, anunciou recentemente em seu exílio voluntário em Dubai que não teme voltar ao Paquistão: "O povo diz que há processos judiciais contra a minha pessoa e que vou correr riscos, mas eu não tenho medo, pois confio em Alá", afirmou.

O ex-presidente garantiu que o APML vai participar das eleições parlamentares que serão realizadas no próximo dia 11 de maio e que apresentará candidatos em todos os distritos.

Musharraf, que chegou ao poder no Paquistão em 1999 após um golpe de Estado e abandonou o cargo em 2008, vive desde a sua renúncia entre Londres e Dubai.

A justiça paquistanesa emitiu em 2011 várias ordens de prisão contra Musharraf por não ter protegido a vida da ex-primeira-ministra Benazir Bhuto, assassinada em um atentado em dezembro de 2007, quando o militar era presidente.

No entanto, na sexta-feira um tribunal da província de Sindh pavimentou o caminho para o retorno de Musharraf depois de garantir sua liberdade mediante o pagamento de uma fiança, caso volte ao país.

O Executivo paquistanês anunciou na quarta-feira as próximas eleições gerais, as primeiras em 65 anos de história independente do país asiático que vão acontecer após a conclusão do mandato de um governo civil. 

Reprodução Cidade News Itaú

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