sábado, janeiro 26, 2013

Diretora do HWG nega denúncias de irregularidades


A diretora do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, Fátima Pinheiro, desmentiu as denúncias veiculadas em rede nacional na tarde desta quinta-feira (24) em que mostrava um paciente bombeando, ele mesmo, a ventilação mecânica. A denúncia mostrava ainda o desabastecimento da farmácia do Hospital, que estava com 50% dos medicamentos necessários. “Esta imagem que mostra um paciente realizando o próprio bombeamento da ventilação mecânica é uma montagem. Nunca aconteceu isso aqui no Hospital. O ambú (bomba) não é daqui, a ambientação não é aqui e nem mesmo a roupa dos maqueiros é a mesma que é utilizada pelos profissionais do Walfredo Gurgel”, afirmou a diretora. A gerente de enfermagem do Pronto Socorro Clóvis Sarinho, Mariana Pereira, que também acredita ser uma montagem o vídeo, não entende como um paciente estava consciente e foi entubado.

Hoje, o Hospital Walfredo Gurgel conta com 284 leitos e mais 120 macas com pacientes atendidos precariamente nos corredores. Na manhã desta sexta-feira (25), todos os leitos de enfermaria estava ocupados, assim como os 50 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nos corredores, 50 pacientes de clínica médica aguardavam transferência, além de 33 pacientes que aguardavam o encaminhamento para realizar cirurgia eletiva, sendo que 17 estavam nos corredores e 16 nas enfermarias do 4º andar. Vinte pacientes, que necessitam de ventilação mecânica, aguardam um leito de UTI.

Uma cena na manhã de hoje chamou a atenção. Uma paciente do município de Boa Saúde foi deixada pela ambulância da prefeitura no Walfredo. Ela aguardava, em uma maca no chão, com o respirador de oxigênio, o atendimento médico. A triagem foi realizada na própria recepção do hospital, com a paciente ainda no chão.

A diretora Fátima Pinheiro reconhece que há uma constante superlotação no Hospital, mas responsabiliza os municípios que praticam a ambulâncioterapia. “Grande parte dos atendimentos é de pacientes oriundos do interior e que poderiam ser resolvidos na rede básica. Mas como a rede básica não funciona toda a demanda recai sobre o Walfredo Gurgel. Acredito que essa realidade vai começar a mudar, pois o novo secretário municipal de Saúde, Cipriano Maia, é muito competente e um defensor do SUS e assumiu o compromisso de colocar a rede básica e os PSFs em funcionamento”, afirmou.

O problema do desabastecimento afeta quase todos os setores do Hospital Walfredo Gurgel. O chefe do setor de queimados reclama da falta de medicamentos. “É uma pomada que se usa no curativo dos queimados, que não tendo essa pomada o índice de infecção aumenta muito”, explica Edilson Carlos de Souza, chefe do Setor de Queimados. Até nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) faltam medicamentos. “Tem faltado antibióticos, alguns materiais para punção venosa”, conta Hylana Lopes, enfermeira da UTI.

Na farmácia central, os espaços vazios nas prateleiras atestam o desabastecimento. Hoje a farmácia que atende todo Walfredo Gurgel opera com menos de 50% dos itens indispensáveis para a rotina do maior hospital de urgência e emergência do Estado. Cerca de dez tipos de antibióticos estão em falta. Nesta quinta-feira, o hospital estava sem soro fisiológico. Fátima Pinheiro considera que o abastecimento não está apenas com 50%, pois, segundo ela, a Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) abastece o Hospital com 40% e o próprio hospital também compra medicamentos. “Hoje, estamos com uma média de 60% de abastecimento, não é o ideal, mas dá para funcionar sem maiores problemas”.

“A gente já solicitou empréstimo a outros hospitais até o nosso chegar. Assim, a gente vive”, diz Carla Magalhães, gerente da Divisão de Farmácia. De acordo com Carla Magalhães, chefe do setor de farmácia, hoje ainda faltam 18 tipos de antibióticos no hospital.
A diretora Fátima Pinheiro, que pediu exoneração na última terça-feira (22), conta que ainda não sabe quando deixará a direção do Hospital, mas garantiu que ficará o tempo que for necessário. “Só irei abandonar o barco quando o novo diretor chegar. Acredito que ele virá com boa vontade e que terá apoio do Governo, já que ele foi uma indicação da própria governadora. Espero que ele tenha o mesmo apoio da categoria que tive, pois durante esse período nunca tive problemas com médicos, nem com funcionários, apenas com juiz”, destacou.

Em relação ao déficit de profissionais, que tem comprometido as escalas, Fátima Pinheiro conta que solicitou à Sesap 200 técnicos de enfermagem, 37 enfermeiros e médicos para o Centro de Recuperação Pós-Operatório (CRO), Porta de Entrada do Pronto Socorro e intensivistas. “O secretário prometeu que enviará 80 técnicos de enfermagem, seis médicos para a porta de entrada, seis médicos intensivistas para o CRO e mais 17 enfermeiros. É uma promessa e promessa é dívida”, destacou. Além disso, há falta de profissionais de assistência social e na área administrativa.

Reprodução Cidade News Itaú

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