sábado, setembro 08, 2012

Moradores debatem sobre instalação de parques eólicos em dunas do Rio Grande do Norte


Uma das mais belas paisagens de Rio Grande do Norte, as dunas de Galinhos (160 km de Natal), está sendo modificada para dar lugar a um parque de energia eólica (a partir dos ventos). Mesmo sob protesto dos moradores, o Idema (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte) autorizou a instalação de 72 aeogeradores sobre as dunas para geração de energia eólica.

Em 2009, o consórcio Brasventos ganhou em leilão da Aneel o direito de instalar e explorar três parques eólicos no Estado - dois em Galinhos e um no município vizinho de Guamaré. O investimento é de R$ 620 milhões. A previsão para o inicio da geração de energia nesses parques é o primeiro semestre de 2013.

Acontece que as dunas são o cartão postal de Galinhos, cidade com cerca de 2.000 habitantes que vive do turismo, da pesca e da extração do sal, e a instalação ali dos equipamentos pode mudar a paisagem e a economia locais. A cidade está dividida. Um grupo de cerca de 250 moradores já participou de um abaixo-assinado apoiando o consórcio Brasventos a instalar o parque no município. Já outro grupo é contra a presença dos aerogeradores nas dunas.

A movimentação de tratores e retroescavadeiras para a instalação dos aerogeradores vem mobilizando toda a região. Entidades do setor turístico entregaram no início do ano ao Idema um documento com cerca de 500 assinaturas pedindo o não licenciamento da instalação do parque eólico.Segundo a secretária de Turismo de Galinhos, Chesma Alves, o turismo das dunas faz circular no município mensalmente cerca de R$ 350 mil, totalizando R$ 4,2 milhões por ano. 

“Nossa reivindicação é pela não implantação dos aerogeradores nas dunas. Queremos preservar a área do jeito que ela está hoje e transformá-la numa APA (Área de Preservação Ambiental)", disse o presidente da Associação dos Bugueiros de Galinhos, Mário Helisson da Silva Lima, o “Ecinho”.

A hoteleira Ana Müeller, dona da pousada Peixe Galo, diz não entender como o Idema dá licença para destruir as dunas do Capim. “O mais sensato seria deslocar o parque para outra área, preservando as belezas naturais de um ‘paraíso’ ainda pouco explorado pelo turismo potiguar”, diz ela

A guia de turismo Patrícia Araújo, da empresa Marazul, que faz passeios para o litoral potiguar a partir de Natal, vai semanalmente para Galinhos com grupos de turistas.  Segundo ela, os turistas têm reagido com indignação com a presença das máquinas nas dunas.


Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú

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