domingo, agosto 19, 2012

Falta de milho persiste no RN


Pelo menos no curto prazo, as reuniões da governadora Rosalba Ciarlini na Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) pouco surtiram efeito na realidade dos produtores rurais do Rio Grande do Norte. Relatos vindos das cidades Caicó e Currais Novos, na região Seridó, dão conta que os armazéns continuam sem receber milho suficiente para atender a demanda.

O alimento subsidiado pela Conab e vendido a preços mais baixos até chega aos centros de armazenamento, mas se esgota rapidamente. A explicação para a escassez é que os caminhões preferem rotas em que há carga de retorno, como é o caso dos estados do Mato Grosso e Goiás, que estão em período de safrinha.

Em Currais Novos alguns produtores chegaram a comprar o produto, no entanto na hora de receber as sacas de milho foram surpreendidos com a informação de que o armazém estava vazio.

"Comprei 24 sacos de milho, peguei o boleto na quinta e quando cheguei pela manhã não tinha nada", revela o diretor financeiro do Sindicato dos Produtores de Leite (Sinproleite) e produtor do município de Florânia, Lirani Dantas. A situação foi a mesma com o produtor Agildo Lopes, também de Florânia. "Pagamos e não recebemos. Não é correto vender o que não tem", diz. O armazém curraisnovense atende municípios da região de Serra de Santana, Santa Cruz e parte do Seridó.

Informado sobre a situação no armazém de Currais Novos, o superintendente da Conab no RN, João Maria Lúcio da Silva, revela que o crescimento da demanda dificultou ainda mais o abastecimento. "Tínhamos 2.500 cadastros em maio e agora temos 9 mil pessoas registradas", afirma. Quanto à falta de milho para quem já pagou pelo produto, o superintendente classifica os casos como "ingerência" do armazém. "Se acontece isso, trata-se de uma ingerência, pois é dada baixa em cada nota emitida. Não pode ocorrer", explica.

João Maria Lúcio adianta ainda que a unidade a Conab em Natal tem repassado 15 toneladas diariamente para Caicó e Currais Novos como uma forma de apoiar o abastecimento dosmunicípios. A expectativa do superintendente é que na primeira quinzena de setembro a chegada do milho seja regularizada. "Não é privilégio do RN. Isso vem ocorrendo em todo o Nordeste", ressalta. Além das unidades de Currais Novos e Caicó, são mais seis armazéns (Natal, Mossoró, Assu, João Câmara, Lajes e Umarizal) em funcionamento atualmente no estado.

De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do RN (Faern), José Vieira, todas as unidades estão sofrendo com falta de milho. Em Caicó, o gerente do armazém da Conab, João dos Santos, conta que chegam semanalmente cerca de 150 toneladas de milho, quando o ideal para atender os produtores seria receber 500 toneladas por semana. "Chega pouco milho e a procura é grande, pois atendemos um total de 24 municípios", afirma.

Nos encontros realizados em Brasília na semana passada o presidente da Faern formalizou um pedido de 100 mil toneladas de milho até março de 2013 para o RN. O estado já tem contratadas 30 mil toneladas do produto obtidas emduas licitações. Da primeira, que previa a chegada de 17 mil toneladas até o dia 30 de junho, faltam cerca de 4 mil. Enquanto isso, do segundo leilão vieram em torno de mil das 13 mil toneladas contratadas. Segundo José Vieira, outra licitação de 33.550 toneladas, prevista para o dia 10 de agosto, foi adiada, deixando a situação ainda mais preocupante.

Fonte: DN Online/Cidade News Itaú

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