quinta-feira, janeiro 26, 2012

Operação no Vuco-Vuco será investigada

Um jovem de 20 anos foi baleado ontem durante uma operação da Polícia Civil, sob suspeita de estar com um celular roubado. Ele alega que foi vítima de um erro policial e que o celular apreendido com ele não era roubado. A Polícia, no entanto, diz que chegou até ele após a prisão de um assaltante, que disse ter vendido o celular que roubou ao jovem. O caso será investigado através de uma sindicância interna presidida pelo delegado regional de Mossoró, Claiton Pinho. Ele prevê concluir a investigação da ação policial dentro de trinta dias.
O suspeito, Leonardo Bezerra da Silva, 20 anos, conhecido como "Dadá", foi preso na manhã de ontem, próximo ao mercado popular conhecido como "Vuco-Vuco", situado no bairro Santo Antônio (zona norte). Ele estava saindo do local quando foi abordado por policiais da Furtos e Roubos.
A partir daí começam as contradições entre as duas versões. Ele declarou que havia achado um telefone celular e que foi ao Vuco-Vuco comprar uma carcaça nova para o aparelho. Ao ser abordado por policiais acabou sendo alvejado com um tiro na perna esquerda. A vítima foi levada para o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) por uma viatura da Polícia Militar e está fora de risco, segundo informou o serviço social do Tarcísio Maia.
O delegado Luís Fernando Sávio, da Especializada em Furtos e Roubos, afirmou que Leonardo Bezerra era alvo de uma investigação e negou que ele tenha sido preso por engano, como afirmou o suspeito.
Na terça-feira, explica o delegado, uma estudante foi assaltada e o suspeito foi preso. Ao ser interrogado, o assaltante disse que havia repassado o telefone celular para Leonardo.
Ao fazer uma busca nos procedimentos da Defur, Luís Fernando afirma ter encontrado uma outra investigação contra Leonardo, referente ao furto de um estabelecimento comercial. O caso está em aberto. 
"A gente tinha informação de onde ele estava e eu mandei o pessoal ir lá conferir. Ele tentou fugir e jogou o telefone celular para se livrar. Na perseguição, ele foi baleado na perna", explica Luís Fernando.

SOB INVESTIGAÇÃO
A operação realizada ontem por policiais da Defur será investigada pela Segunda Delegacia Regional de Mossoró.
O delegado Claiton Pinho vai presidir a investigação. Ele disse à reportagem que é comum instaurar procedimento administrativo em ocorrências de maior gravidade, quando há pessoas feridas ou mortas.
Ele explica que a intenção é verificar se houve algum tipo de excesso na conduta dos policiais, como afirma o suspeito.
"Se não houver necessidade de muitas perícias, acreditamos que seja concluído dentro de 30 dias", prevê o delegado.
Questionado se é possível posicionar-se neste primeiro momento sobre o caso, ele afirma que "ainda é cedo". "Por enquanto é prematuro para fazer uma avaliação do que aconteceu. Vamos ver o que irá surgir durante a investigação".

ORIENTAÇÃO
Claiton aproveita o caso para orientar a população quanto à necessidade de denunciar casos de abusos cometidos por policiais (sem se referir diretamente ao caso investigado).
Aquele que se sentir prejudicado por algum tipo de trabalho feito pela Polícia Civil pode fazer denúncias diretamente na Delegacia Regional, que fica no bairro Alto de São Manoel (zona leste). Se a conduta questionada for de policiais militares, a denúncia pode ser feita no II ou no XI Batalhão de Polícia, situados nos bairros Nova Betânia (norte) e Alto de São Manoel (leste), respectivamente.

Fonte: Defato

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