domingo, janeiro 22, 2012

Investigações feitas com maior cautela

"Pergunta quem é e depois atira". Essa foi uma das máximas das forças policiais por muitos anos e continua sendo mantida em muitos lugares, apesar do avanço no processo investigativo. A tecnologia e a qualificação profissional têm sido as principais armas no combate a essa prática antiga. A Polícia Civil em Mossoró tem buscado transpor essa máxima, apostando no trabalho de investigação. Na sexta-feira passada, suspeitos de assaltos e receptação foram presos, fruto de uma investigação demorada.
Na maioria dos casos, a Polícia recebe uma denúncia da população e depois de alguns dias observando (quando é feito esse trabalho campana, como é conhecido no meio), resolve abordar os suspeitos. Nesse tipo de trabalho, os policiais dificilmente sabem o que vão encontrar, quantas pessoas irão prender e apostam na sorte. Se der flagrante (como eles dizem) bom, se não é bronca (referem-se a responder processos por invadir uma casa sem ordem judicial). Quando encontram uma arma, drogas ou objetos roubados, a operação forçada se justifica (há flagrante). Quando não, é ilegal.
No caso da operação realizada na sexta-feira passada pelos delegados Odilon Teodósio, Claiton Pinho, Denys Carvalho de Luís Fernando, todos de delegacias da cidade, antes de irem às casas dos suspeitos houve uma investigação minuciosa. De acordo com Claiton, que é delegado regional de Mossoró (é uma espécie de gestor das delegacias na região), primeiro foram levantadas as informações, identificados todos os suspeitos dos assaltos e também os receptadores. Depois de levantar essas informações, a Justiça foi acionada e deu ok à Polícia. Foram expedidas ordens para a operação.
Autorizados pela Justiça, cerca de 30 policiais de Natal e Mossoró foram à rua. De casa em casa, eles conseguiram apreender armas, relógios, telefones celulares, objetos de ouro, drogas e outro produtos que foram adquiridos nos assaltos praticados pelos adolescentes (pelo menos quatro foram identificados, além de um adulto, que também roubava). O delegado Claiton faz questão de destacar a importância do planejamento operacional, mostrando o resultado dessa ação como exemplo do sucesso. "Essa é a nova política que está sendo implantada na Polícia Civil de Mossoró", frisou.
A princípio, oito adolescentes e cinco adultos foram detidos sob suspeita de envolvimento com os assaltos e a receptação dos objetos roubados. No entanto, ficaram somente quatro maiores e dois menores. Essas prisões eram parte do planejamento da primeira parte. A segunda consiste na identificação de outros envolvidos, tanto com os assaltos quanto com a receptação. "É a primeira fase de um trabalho que estamos realizando. Vai ter seguimento porque estamos trabalhando em parceria com várias delegacias. Mais receptadores serão presos, assim como vários assaltantes", adianta.

Núcleo de Inteligência funcionando em Mossoró
A administração da Polícia Civil em Mossoró e região passou por mudanças recentemente. Os gestores são outros e as condições de trabalho começam a surgir, mesmo que ainda timidamente. Um dos grandes avanços é a proposta de criação de uma sub-sede do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil, funcionando a partir de Mossoró. A unidade existe somente na capital, atendendo todo RN.
Essa nova metodologia ressaltada pelo delegado regional de Mossoró, Claiton Pinho, tem sido possível graças a instalação do Núcleo, que aos poucos ganha a estrutura necessária para trabalhar mais profissionalmente em casos de maior complexidade. O Núcleo será usado para investigar os crimes de maior relevância, como quadrilhas de assaltante de bancos e cargas, sequestradores, pistoleiros e outros. 
O delegado Odilon Teodósio saiu do comando da Delegacia de Narcóticos (DENARC) de Natal, uma das mais importantes unidades policiais do RN, para assumir a direção da Divisão de Polícia do Oeste (DIVIPOE). O policial veio para o interior com a missão de mudar a cara da Polícia Civil e com a promessa de que receberia as condições necessárias.
O Núcleo de Inteligência terá uma estrutura diferenciada, com equipamentos eletrônicos modernos para auxiliar nas investigações. Segundo Odilon, a Divipoe irá funcionar de maneira semelhante ao Departamento Especializado em Investigação e Combate ao Crime Organizado (DEICOR), que atua a partir de Natal em todo o Rio Grande do Norte. 
"É uma equipe diferenciada, com treinamento mais especializado para atuar em casos de maior complexidade. Será uma coisa de maior envergadura mesmo. Essa coisa do feijão com arroz, que é feita no interior, não ficará conosco", disse Odilon em entrevista concedida ao DE FATO em dezembro de 2011, quando informou a criação do Núcleo de Mossoró.

Fonte: Defato

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