segunda-feira, janeiro 23, 2023

Influenciadores digitais são processados por golpes financeiros na França; vítimas perderam até €100 mil

Uma ação coletiva foi iniciada na Justiça francesa por dezenas de pessoas que acreditam ter sido enganadas ao investir em produtos financeiros promovidos por influenciadores digitais. A informação foi divulgada pelo advogado da acusação nesta segunda-feira (23).


Imagem de redes sociais de Marc Blata — Foto: Reprodução/marc_blata


Duas denúncias coletivas, que reúnem 88 queixas conjuntas, principalmente por “fraude” e “quebra de confiança” foram apresentadas sexta-feira (20) ao procurador de Paris, disse o advogado Alexandre Dacos em coletiva de imprensa.


As denúncias visam principalmente as práticas de um casal de influenciadores, Marc e Nadé Blata, e uma rede que atua junto com eles. Contactados pela AFP, o casal de influenciadores não respondeu.



As queixas correspondem à venda e promoção pelos Blata de dois produtos financeiros: o NFT “Animoon” e o canal de negociação “Blatagang”, no qual milhares dos seus seguidores têm investido, sem conseguir os ganhos prometidos, segundo o advogado.


Marc Blata em imagem publicada em redes sociais — Foto: Reprodução/marc_blata


De acordo com Dacos, o prejuízo total dos envolvidos está estimado em € 6,3 milhões e “milhares de investidores perderam desde algumas centenas a € 100 mil” nestes dois projetos.


Puxada de tapete

O advogado da empresa Ziegler & Associés, especializada em golpes criptográficos, diz que se trata de um esquema bastante comum, conhecido como “puxada de tapete”. Ele envolve um programador que atrai, muitas vezes com a ajuda de influenciadores, investidores para um novo projeto de criptomoeda. Em seguida, ele se retira antes que o projeto seja construído, deixando os investidores com uma moeda sem valor.



Marc Blata, com mais de 4 milhões de inscritos no Instagram e atuante na promoção desses produtos, conquistou notoriedade nas redes sociais com revelações sobre o mundo dos reality shows, das estrelas do rap ou do futebol.


O procedimento é "inédito", segundo o Coletivo AVI, que atua ajudando vítimas de influenciadores e que iniciou o processo. Em um comunicado, a associação indica que quer "alertar o público sobre os perigos de promoções de certos “famosos sem escrúpulos", "apontar a passividade das plataformas" e também incentivar outras vítimas a denunciar.


Fonte: RFI

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