terça-feira, outubro 25, 2022

Polícia Civil investiga trote que deixou aluno da UFOP em coma; vítima teria sido obrigada a tomar cachaça, molho de soja e pimenta

A Polícia Civil investiga a denúncia de um trote que deixou em coma um estudante da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).


Mais um trote em repúblicas é investigado em Ouro Preto, Região Central do estado. — Foto: Francisco Jenna - Setic/ Prefeitura de Ouro Preto


Airton Almeida veio do Maranhão para estudar Engenharia, passou por um trote em agosto deste ano e foi parar na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ouro Preto, com sintomas relacionados ao uso abusivo de álcool.


O médico que atendeu o paciente na ocasião, chamou a polícia, devido ao grave estado de saúde. No Boletim de Ocorrência da Polícia Militar consta que o estudante foi levado ao local por colegas e que uma testemunha relatou que ele tinha feito uso de bebida alcoólica.



Devido à severidade do caso, Airton foi transferido para a Santa Casa de Ouro Preto, onde foi intubado e passou 16 dias internado, metade deles na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).


Segundo a mãe do estudante, ele teria sido obrigado a beber diversos copos de cachaça e até molho de pimenta misturado com molho de soja, e que, após embriagado, os colegas de república teriam dado nele um banho de água gelada misturada com pó de café.


A República Sinagoga, onde morava, informou que "as supostas condutas que vem sendo imputadas ao moradores divergem da realidade dos acontecimentos, que serão esclarecidos perante as autoridades competentes".


Também disse que "agiram com o estrito espírito de irmandade que norteia a convivência republicana, adotando todas as medidas para conduzir o morador afetado ao hospital, preservando sua integridade física e sua vida, bem como dando todo o suporte à família".


A mãe de Airton contou ainda que os médicos também citaram sinais de abuso sexual, mas que a família não teve acesso aos laudos e nem ao boletim de ocorrência, e que tentou uma reunião com reitoria da universidade, também sem êxito.


Um ano após o ocorrido, o maranhense trancou a matrícula e voltou para casa com problemas de saúde. Segundo a família, o estudante sofria diversos tipos de abusos enquanto morava na república.



Airton relatou que era obrigado a realizar serviços pesados, como carregar caixas de cerveja e entulhos, que sofria xenofobia e era motivo de chacota entre os outros moradores da república.


A República Sinagoga é uma das 59 vinculadas à UFOP, espalhadas pelo centro histórico da cidade.


De acordo com o site da universidade, a autogestão é assegurada a todas as repúblicas e cada uma tem seu critério de seleção, que dura três meses, mas que nesse período avalia o espírito de solidariedade e senso de comunidade destas.


Fonte: g1

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