domingo, julho 17, 2022

Capitão da PM que comandou pelotões da Rota é investigado por ameaça a mulher grávida



A Polícia Militar do Estado de São Paulo apura uma denúncia feita contra um capitão da corporação. Durante entrevista, André da Silva Rosa descreveu uma abordagem violenta a uma mulher grávida. A denúncia chegou à Corregedoria da PM na terça-feira (12) por meio de um soldado reformado, que procurou o órgão com o vídeo.


Na gravação, o capitão concede entrevista a um podcast e conta que usou métodos ilegais para perseguir uma mulher que estava grávida e que devia dinheiro a ele. O próprio policial diz que invadiu uma casa no Jardim Mirna, no extremo sul da cidade de São Paulo. Ele, contudo, não diz quando o caso aconteceu.


"Aí cheguei, bati na porta dela. 'Quem é?' Abre aí que é a polícia. 'Que?' Abre aí que é a polícia, senão vou derrubar. Mano, se você não me pagar eu vou começar a chutar a sua barriga, eu vou pular em cima de você, eu vou arrancar a sua orelha na mordida", descreve o capitão, aos risos do apresentador do podcast.


Em seguida, ele conta que a mulher acionou um homem para pagar a dívida. "Liga para esse fulano aí, ele tem dinheiro. Você vai ficar na dívida com ele. 'Ele vai me matar'. Eu também vou, a diferença é que eu vou te matar hoje. Se você ficar devendo para ele, você ganha uns dias de vida".


O capitão André da Silva Rosa comandou pelotões da Rota, tropa considerada de elite dentro da PM, de 2008 e 2013. Recentemente, servia em um batalhão na zona leste da capital paulista.


Policiais e especialistas de segurança dizem que a ação que o policial descreveu é crime. André pediu afastamento da PM para se candidatar nas eleições de outubro.



No código penal, uma lei de 1997 define que constitui o crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando sofrimento físico ou mental.


O mesmo ocorre quando a pessoa que tenha autoridade ou guarda submete outra com grave ameaça ou violência para causar castigo pessoal. Também há definição específica sobre crime cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou pessoa com mais de 60 anos.


Caso condenado, um policial que cometer tal crime perde o cargo ou função pública que exerce e não poderá servir tal função pelo dobro da pena que receber. O crime de tortura é inafiançável e não dá direito a receber graça ou anistia.


A Ouvidoria das Polícias pedirá nesta segunda-feira (18) que o caso seja investigado.


A defesa do policial disse que "a denúncia é política" e afirmou que André sequer foi formalmente informado sobre ela. Os advogados dizem que tomarão as medidas cabíveis quando o capitão for citado na Justiça.


Fonte: g1

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