domingo, outubro 03, 2021

Vendedora diz que subgerente tentou exorcizá-la após postagem com oração a São Jorge



Uma vendedora da loja Schutz do Barra Shopping, na Zona Oeste do Rio, foi à polícia, no mês passado, registrar uma ocorrência contra a subgerente da unidade por suposto crime de intolerância religiosa.


Letícia Santos, de 21 anos, contou na delegacia ter publicado em uma aplicativo de mensagens uma oração a São Jorge. Segundo ela, dois dias depois a subgerente do estabelecimento tentou "exorcizá-la".


Em tese, a prática de exorcismo é utilizada em algumas religiões para expulsar demônios ou espíritos malignos de pessoas ou objetos.


O caso aconteceu entre os dias 22 e 24 do mês passado. Em 22 de setembro, Letícia contou ter publicado a oração ao santo e que, no dia seguinte, foi abordada pela subgerente, que pediu à vendedora que apagasse a postagem.


Na versão de Letícia, a subgerente teria alegado que a publicação era algo "feio", e completou questionando à vendedora se a família dela sabia "disso" (da publicação) e se ela não "sentiria vergonha" da conduta.


De volta ao trabalho, um dia depois, Letícia afirmou à polícia que a subgerente, em conversa com a faxineira da loja, teria dito: "Vamos colocar um louvor para expulsar esse demônio de São Jorge que a Letícia fica postando".

A subgerente também teria exigido que Letícia colocasse um louvor para tocar no som da loja. Letícia não conhecia nenhum, e então a ordem foi repassada à faxineira. O louvor foi colocado para tocar no último volume, segundo depoimento da vendedora.


A princípio, o caso foi registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca), e depois foi encaminhado à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, a Decradi. A unidade passou a investigar a história, em sigilo.


O que afirma a Schutz

Em nota, a loja Schutz declarou ser uma "companhia de moda com mais de 26 anos de história, sempre fomentando um ambiente e cultura de diversidade e respeito, que representa o DNA da marca".



Sobre o caso, a empresa informou que "não tolera nenhum tipo de discriminação, seja ela religiosa, de raça, sexo ou qualquer outro tipo, seguindo as diretrizes do Código de Ética da marca".


E acrescentou que ao saber dos fatos, tomou "as medidas cabíveis necessárias para o momento". A empresa comunicou que "está contribuindo para apuração e esclarecimento do fato, bem como oferecendo todo o apoio às partes envolvidas".


Fonte: G1

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