quarta-feira, julho 21, 2021

Faxineira atacada com ácido pelo ex-patrão descreve 'dor insuportável': 'Nem deu tempo de discutir'

A faxineira Francieli Priscila Correa Froelich, de 31 anos e que teve o rosto atingido por um líquido de ácido pelo ex-patrão, afirmou ter sentido uma 'dor insuportável’ após o idoso de 70 anos usar uma garrafa para jogar o líquido em seu corpo, em Catanduva (SP).


O caso aconteceu por volta das 16h da última segunda-feira (19), no bairro Vila Santo Antônio. Um vídeo gravado por uma testemunha registrou o momento em que o idoso saiu de uma casa segurando nas mãos um pedaço de madeira e o líquido (veja acima).


Em seguida, o homem se aproximou da vítima, jogou o ácido no corpo dela e a empurrou até o meio de uma rua.


Em entrevista ao G1, Francieli contou que não conseguiu fazer nada para evitar que o líquido atingisse seu corpo. Segundo ela, o homem jogou ácido muriático, que é um tipo de ácido clorídrico e só deve ser usado para limpar pisos e remover restos de cimento, junto com formol e soda.


“Foi uma dor muito insuportável. As meninas do posto de saúde me lavaram. A roupa que eu estava derreteu. Meu corpo ficou todo queimado. Depois fui para o Hospital Padre Albino. Minha garganta está toda irritada e inchada. Não estou enxergando direito com um olho”, afirmou.


Homem jogou ácido no rosto de ex-funcionária — Foto: Arquivo pessoal


Francieli Priscila diz que trabalhava na casa do suspeito como faxineira havia quatro anos. Ela também cuidava e fazia comida para o ex-patrão.


“Eu conheço o idoso há mais de 10 anos, mas trabalhava na casa havia quatro anos. Ele convivia muito com a minha família. A gente já tinha até viajado junto. Eu o tratava como um pai”, desabafou.

Sobre o motivo das agressões, a faxineira relatou que trabalhava na casa do idoso e na semana retrasada tropeçou em um balde com um produto que o homem preparava para vendar.


“Ele ficou bravo. Vim embora para minha casa. Em seguida, fiquei doente durante uma semana e não fui trabalhar. No outro domingo, liguei para comunicar o idoso que não iria mais trabalhar”, contou.


Durante a ligação, Francieli afirma que ela e o homem discutiram e, em seguida, trocaram insultos por motivos pessoais.


“Na segunda-feira, liguei novamente, porque o idoso tinha comprado uma cama e precisava vir buscar. Ele começou a me ofender e a dizer que estupraria meu filho e o jogaria no mato”, contou a mulher.



A faxineira ainda relatou que perdeu a cabeça com as ameaças e resolveu ir na porta da casa do ex-patrão para tirar satisfações.


“Foi quando o idoso me jogou o ácido muriático. Não deu tempo de discutir. Ele já saiu com um pedaço de pau e uma garrafa com o produto. Pensei que era cloro”, relatou.


“Espero que a Justiça seja feita. É só isso que eu quero. Ele me agrediu com o pedaço de pau também. Ele bateu na minha cabeça. Eu também cheguei a agredir o idoso depois que o produto atingiu meu rosto”, complementou a faxineira.

Depois de ser socorrida e receber atendimento médico, o marido e o filho de Francieli foram à delegacia para registrar boletim de ocorrência por ameaça e lesão corporal.


Investigação

O idoso se apresentou na delegacia da Polícia Civil na tarde desta quarta-feira, acompanhado do advogado.


Segundo a polícia, o homem negou que tenha atacado a mulher com ácido e alegou que também foi agredido. Em seguida, foi liberado. O caso está sendo investigado.


Fonte: G1

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