segunda-feira, abril 12, 2021

Em meio a alta de casos de Covid-19, Índia autoriza vacina Sputnik V

O Fundo Soberano Russo, que representa a vacina Sputnik V, afirmou nesta segunda-feira (12) que o órgão regulador da Índia aprovou o uso do imunizante no país.


Ampolas da vacina russa Sputnik V — Foto: Reprodução/TV Globo


A Índia é o 60º país a registrar a vacina, informou o Fundo em um comunicado. A aprovação foi dada logo após a conclusão dos ensaios clínicos de fase 3, realizados no país, que registrou uma forte alta no número e casos.


A Índia superou o Brasil e se tornou a nação com o segundo número mais alto de infecções do mundo, só ficando atrás dos Estados Unidos, agora que enfrenta uma segunda onda gigantesca, tendo dado cerca de 105 milhões de doses de vacina para uma população de 1,4 bilhão de habitantes.


O país enfrenta uma segunda onda de casos muito mais forte que a primeira, que ocorreu em setembro e não chegou a ter nenhum dia com mais de 100 mil novos infectados.


Mas ela tem sido menos letal, segundo dados do governo indiano. Foram 904 óbitos nas últimas 24 horas, ainda abaixo do pico de 1,3 mil mortes em setembro.


Importação para o Brasil

Apesar de ter contratos já assinados no país, a Sputnik V ainda não foi aprovada pela Anvisa para uso emergencial no Brasil.


A vacina foi desenvolvida pelo Instituto Gamaleya e se tornou a primeira a ser autorizada para uso emergencial no mundo, em agosto de 2020, antes mesmo do fim dos testes clínicos.


No Brasil, o Maranhão acionou o Supremo Tribunal Federal para autorizar importação e uso emergencial da vacina.


O pedido ocorre porque a Anvisa informou a 9 estados interessados na vacina que os dados enviados pelos desenvolvedores estão incompletos: a principal ausência é da íntegra do relatório da agência de saúde russa que liberou o uso da vacina.


Tecnologia e eficácia


A vacina Sputnik V teve eficácia de 91,6% contra a doença, segundo resultados preliminares publicados na revista científica "The Lancet". A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%.


A Sputnik V usa a tecnologia de vetor viral. Nesse tipo de vacina, um outro vírus (nesse caso, o adenovírus) "leva" o material genético do coronavírus, o RNA, para dentro do nosso corpo. Mas esse adenovírus é modificado para não conseguir se replicar (reproduzir). Por isso, ele não causa doença.


No caso da Sputnik, o adenovírus que leva o coronavírus para dentro do corpo é diferente em cada dose: na primeira, é o Ad26 (mesmo da vacina da Johnson). Na segunda, é o Ad5, mais comum. Ambos são adenovírus humanos.


Os cientistas russos explicam que usar adenovírus diferentes pode ajudar a criar uma resposta imunológica mais poderosa – em comparação ao uso do mesmo vetor duas vezes –, pois diminui o risco de o sistema imunológico desenvolver resistência ao vetor inicial.


Fonte: G1

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