sexta-feira, março 19, 2021

Estados e municípios alertam o governo para falta de medicamentos para intubação



Um dos principais desafios do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vai ser a escassez de medicamentos para intubação de pacientes de Covid.


Em plena pandemia, o Ministério da Saúde tem dois ministros: Eduardo Pazuello que está de saída e Marcelo Queiroga, que não tomou posse. Desde que foi escolhido, Queiroga passa o dia em reuniões. Nesta quinta (18), foi no Palácio do Planalto. Antes do encontro com o presidente Jair Bolsonaro, ele afirmou que o que vai fazer diferença é seguir a ciência.


“Governo federal nem governo nenhum tem uma vara de condão para resolver todos os problemas. Existe a ciência do nosso lado, existe a necessidade de implementação de protocolos assistenciais para qualificar ainda mais nossos recursos humanos para buscar resultados melhores. O presidente escolheu um médico para o ministério, um médico que é oriundo de uma sociedade científica, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que foi sempre quem protagonizou a medicina baseada na ciência em evidência. O presidente me deu autonomia para montar a minha equipe, e eu peço a vocês um pouco de paciência para que, em um curto prazo, nós consigamos trazer medidas adicionais às que vêm sendo colocadas em prática para que esse cenário melhore”, declarou Queiroga.



O apelo de governadores, prefeitos e profissionais da saúde é para que o Ministério da Saúde responda imediatamente à emergência imposta pela pandemia. E alertam: a iminente falta de medicamentos para intubação de pacientes em UTIs não espera a transição de ministros. O chamado kit intubação - com medicamentos para anestesia, sedação e relaxamento muscular - está quase zerado e em grande parte do país e pode não durar os próximos 20 dias.


O Conselho Federal de Farmácia diz que vê com extrema preocupação a falta de medicamentos essenciais à qualidade da assistência e a manutenção da vida de pacientes em estado grave, com Covid e outras patologias, e reivindica das autoridades que todas as medidas possíveis sejam adotadas no sentido de garantir a imunização da população, o mais rápido possível.


O Fórum de Governadores e a Frente Nacional de Prefeitos endereçaram ofícios ao presidente Jair Bolsonaro e ao futuro ministro Queiroga, pedindo providências imediatas para solucionar a falta de oxigênio e de medicamentos para o enfrentamento à Covid; que a União reforce a aquisição dos medicamentos e também determine o redirecionamento de insumos e produtos – citam como exemplo a indústria metalúrgica, que usa oxigênio com o mesmo grau de pureza do hospitalar.


O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Carlos Lula, disse que o governo vem sendo alertado há semanas. Estão faltando onze medicamentos do kit intubação em pelo menos dez estados. O estoque de bloqueadores musculares é crítico em quase todo o país.


O Ministério da Saúde informou que fez, nesta quarta (17), uma requisição administrativa de 665.507 medicamentos para intubação para um período de 15 dias.


Essa medida está prevista na Constituição. Diante de iminente perigo público, o governo pode usar temporariamente bens privados, podendo haver indenização. Segundo o Ministério da Saúde, a requisição não inclui o estoque já contratado previamente pelos estados e municípios.



Mas o presidente do Conselho de Secretários de Saúde acha que só a requisição não será suficiente: “Urge o Ministério da Saúde não só fazer um registro de preço nacional, não só fazer requisição administrativa, mas a gente tem de começar a pensar, sim, em fazer uma compra internacional para abastecer o mercado nacional, sob pena de nos próximos dias a gente não ter essa medicação para fazer o manejo adequado dos pacientes em leitos de terapia intensiva”, afirma Carlos Lula.


A Anvisa se reuniu nesta quinta-feira (18) com representantes do setor de hospitais provados e com a Associação Médica Brasileira e anunciou que vai adotar medidas para que os insumos cheguem aos hospitais sem prejuízo para a eficácia, a qualidade e as segurança dos medicamentos. A Anvisa não deu detalhes sobres as medidas que pretende adotar.


Fonte: G1

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