segunda-feira, agosto 17, 2020

China concede primeira patente de vacina contra Covid-19 para CanSino, diz mídia estatal

O governo da China concedeu a primeira patente de vacina para a Covid-19 do país à farmacêutica CanSino, informou o jornal estatal "Diário do Povo" no domingo (16). O jornal publicou documentos da Administração Nacional de Propriedade Intelectual da China que afirmam que a patente foi concedida no dia 11 de agosto.


Foto da vacina candidata da CanSino Biologics para a Covid-19, tirada em 24 de março. — Foto: China Daily via Reuters
Foto da vacina candidata da CanSino Biologics para a Covid-19, tirada em 24 de março. — Foto: China Daily via Reuters


Isso significa que a CanSino tem a propriedade sobre a vacina e o direito de vender as doses. De acordo com o resumo da patente, a vacina apresenta boa imunização em testes com camundongos e pode ser produzida rapidamente em grande escala.


O médico virologista Maurício Lacerda Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, explica que a concessão da patente é um trâmite burocrático. Com ela, se algum outro laboratório tentar produzir a vacina, ele vai "esbarrar" nesse obstáculo. Por isso, afirma o médico, é possível que outras farmacêuticas chinesas, como a Sinovac (veja mais abaixo), também já tenham entrado com seus pedidos.


"Com certeza [as outras] estão em processo avançado. Isso demora meses [para ser concedido], explicou.

A vacina da CanSino, Ad5-nCoV, é uma das principais candidatas chinesas na busca de uma vacina para a doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). No mês passado, a empresa anunciou que pretendia lançar estudos de fase 3 da imunização no Brasil, na Rússia, no Chile e na Arábia Saudita.


Corrida


A vacina da CanSino usa um vírus do resfriado comum, o adenovírus tipo 5 (Ad5), para transportar o material genético do coronavírus para o corpo – como a aprovada pela Rússia na semana passada.


Em julho, pesquisadores chineses anunciaram que a vacina era segura e induziu resposta imune, segundo testes preliminares feitos em Wuhan, onde foram identificados os primeiros casos de COvid-19 no mundo.


A imunização se tornou a primeira na China a passar para testes em humanos, em março, mas outras concorrentes, incluindo as desenvolvidas pela Sinovac e pela Sinopharm, acabaram sendo aprovadas primeiro para testes de fase 3. Nesta etapa, os testes são feitos para determinar, em maior escala (normalmente, com milhares de voluntários), a eficácia de uma vacina contra uma doença.


Outra candidata chinesa, a Coronavac, da Sinovac, já está sendo testada em fase 3 no Brasil.


Fonte: G1

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