O tenente-coronel da Polícia Militar, André Luis Fernandes da Fonseca, preso nesta terça-feira (14) no âmbito da operação Níquel, da Polícia Federal, e apontado como líder de uma organização criminosa responsável pelo contrabando de cigarros, além de outras mercadorias estrangeiras no Estado, está com o nome na lista dos oficiais que podem ser promovidos ao posto de coronel no dia 21 de abril deste ano.
Tenente-coronel da PM, André Luis Fernandes, foi preso na operação Níquel, apontado pela Justiça Federal como líder de organização criminosa.
A definição sobre a possibilidade de promoção do oficial foi divulgada no Boletim Geral da Polícia Militar desta terça-feira (14), mesmo dia em que ocorreu a prisão do policial. O documento que o portal Nominuto.com teve acesso traz o "Limite Quantitativo dos oficiais que podem concorrer à constituição dos Quadro de Acesso". Além do tenente-coronel Fernandes, outros 15 militares da mesma patente completam a lista para fins de promoção ao cargo máximo da corporação.
Procurada pela reportagem do Nominuto.com, a assessoria de comunicação da PM informou que a publicação com a lista de possíveis policiais a serem promovidos é um procedimento previsto em Lei, mas não garante a ascensão ao cargo.
"Isso é um procedimento administrativo comum. Limite quantitativo é uma lista das pessoas que têm o direito à promoção, mas isso não indica que ele será promovido. Tem vários policiais que entram nessa lista várias vezes e não conseguem subir de cargo", revelou o tenente-coronel Eduardo Franco, assessor de comunicação da corporação.
Franco disse ainda que, para ser promovido, o policial passa por uma avaliação subjetiva com critérios definidos em uma Comissão de Promoção de Oficiais e que a prisão dele praticamente anula a possibilidade de elevação de posto. "São coronéis da polícia que avaliam as pessoas que estão nesse limite quantitativo e concedem a promoção, por isso acho pouco provável", explicou.
Ontem, o Juiz Federal Walter Nunes da Silva Júnior, titular da 2ª Vara Federal, decretou a prisão de sete pessoas no âmbito da operação. Foram determinadas as prisões de Aldenir Garcia da Silva, conhecido como "Careca", André Luís Fernandes da Fonseca, Assaf Elias Assaf, Sildaire Gregório da Silva, conhecido como "Sid", Leonardo Aparecido do Vale, Julierme Rodrigues de Souza e Thiago Bruno de Queiroz.
Além disso, foram determinadas buscas e apreensões e ainda o bloqueio de valores somando R$ 16.185.368,00. Os valores envolvem os bens dos que tiveram a prisão determinada e ainda de José Raimundo Correia Moraes, Luciana de Souza Araújo Silva, Tony Edson Ramos Agostinho Silva, Jardson da Silva, JS Transportadora e Rameca do Nascimento Silva.
No caso de André Luís, que é tenente coronel da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, o magistrado destacou que ele exercia função de liderança na organização.
"O Tenente-Coronel da Polícia Militar André Luís Fernandes da Fonseca exerce função de liderança na organização investigada, possuindo domínio sobre as atividades operacionais e financeiras, bem como desempenha comando sobre os demais integrantes do grupo. Ademais, foram trazidos à investigação dados de que André Luís Fernandes comanda ações para a garantia da continuidade das operações do grupo, como blindagem de eventuais intervenções policiais, havendo suspeitas, inclusive, de que ele conta com a ajuda de integrante da Polícia Rodoviária Federal lotado neste Estado para viabilizar o escoamento do produto, tamanha a facilidade no transporte das mercadorias", escreveu.
Fonte: No Minuto
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!