quarta-feira, dezembro 04, 2019

Mulher que assinou plano de voo de avião da Chapecoense alega ameaças e renova refúgio no Brasil

A ex-funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea da Bolívia (Aasana) Celia Castedo Monasterio, que assinou o plano de voo da Chapecoense do avião da LaMia, que caiu na Colômbia em novembro de 2016 e matou 71 pessoas, renovou pedido de refúgio no Brasil por mais um ano, segundo o que informou a Polícia Federal nesta terça-feira (3).

Celia Castedo Monasterio — Foto: Ricardo Mello/TV Morena
Celia Castedo Monasterio — Foto: Ricardo Mello/TV Morena

Célia esteve na delegacia da PF em Corumbá, região do Pantanal, no dia 25 de novembro, para dar entrada no pedido. Ela mora na cidade desde dezembro de 2016, quando teve o primeiro pedido aceito pela justiça brasileira, após justificar que na Bolívia passou a ser perseguida após as declarações sobre o acidente aéreo.


Celia disse às autoridades bolivianas que alertou o representante da LaMia de que a quantidade de combustível era insuficiente e que não seria possível chegar a outro aeroporto no caso de uma emergência. As observações de Celia Castedo eram de que o tempo de voo era igual à autonomia do avião, que isso não era adequado, e que fazia falta um plano alternativo. A principal advertência se referia ao tempo de voo previsto entre Santa Cruz de La Siera e o aeroporto da cidade colombiana de Medellín (quatro horas e 22 minutos), que era o mesmo registrado para a autonomia de combustível que tinha a aeronave.

Com esse documento da renovação do pedido de refúgio, ela não pode ser presa pelo processo do avião enquanto estiver em território brasileiro. Mesmo se por acaso a Bolívia lançá-la na lista vermelha da Interpol, não pode ser presa antes do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, responder se vai aceitar ou não o refúgio dela.

O refúgio é uma proteção legal que o Brasil oferece a cidadãos de outros países que estejam sofrendo perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, ou ainda, que estejam sujeitos, em seu país, a grave e generalizada violação de direitos humanos


O plano de voo do avião da LaMia, que transportou o time da Chapecoense, mostra que o piloto decolou da Bolívia para a Colômbia, sem combustível suficiente para enfrentar qualquer imprevisto. O plano é um documento que as empresas aéreas são obrigadas a apresentar antes da viagem, com informações como rota, altitude e autonomia do avião.

Infográfico mostra detalhes da queda da aeronave — Foto: Arte/G1
Infográfico mostra detalhes da queda da aeronave — Foto: Arte/G1

Fonte: G1

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