sábado, abril 21, 2018

Secretário de Saúde contesta OMS e diz que vacinação contra a dengue continua no Paraná

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OMS recomenda que somente quem já teve dengue tome a vacina

O secretário de Saúde do Paraná, Antônio Carlos Figueiredo Nardi, que tomou posse nesta sexta-feira (20), afirmou que a campanha de vacinação contra a dengue seguirá nos 30 municípios onde foram distribuídas as duas primeiras doses da imunização.

Na quinta-feira (19), a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou que a vacina da dengue não deve ser tomada por quem nunca teve a doença. Há cerca de cinco meses, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a restrição da aplicação da vacina.

"Nós temos todo um acompanhamento dos casos clínicos sem nenhuma reação adversa registrada no Paraná. Continuaremos a realizar a terceira dose", disse o novo secretário, que tomou posse em Maringá, no norte do estado, onde atuou como secretário de Saúde entre 2006 e 2015.

Segundo ele, as pessoas que tomaram ou que façam parte do público-alvo da campanha "não têm com o que se preocupar". "Pelo contrário, tem que receber a terceira dose para garantir a imunização", afirmou Nardi.

Recomendação
A OMS recomendou que seja feito um teste antes da aplicação da "Dengvaxia", fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. De acordo com a organização, a imunização deve ocorrer apenas quando há confirmação de que o paciente já foi exposto ao vírus.

A recomendação, segundo a agência Reuters, foi feita em um encontro em Genebra, na Suíça. Os representantes da OMS disseram que a vacina deve ser tratada de forma "mais segura".

"Agora temos informações mais claras de que a vacina precisa ser tratada de forma mais segura, sendo aplicada exclusivamente em pessoas já infectadas", disse Alejandro Cravioto, presidente do Grupo de Especialistas em Aconselhamento Estratégico da OMS (SAGE).

Em nota divulgada também na quinta, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que a vacina não foi contraindicada, mas sim recomendada para que seja aplicada em pessoas soropositivas.


Conforme a Sesa, não existe teste rápido que possa garantir resultados fidedignos em 100% das pessoas examinadas. Em resposta, a Anvisa disse que existem mais de 70 registros válidos de produtos para diagnóstico in vitro da dengue com metodologias diversas, incluindo testes rápidos.

A pasta explicou ainda que, tendo em vista que 80% dos casos de primeira infecção são assintomáticos, mesmo quem não teve o diagnóstico e vive em cidades endêmicas e epidêmicas pode ter tido contato com o vírus.

Reações
A vacina da Sanofi é a primeira do mundo licenciada contra a dengue. Após uma análise e resultados de pesquisas, o próprio laboratório informou em novembro de 2017 que a vacina poderia aumentar o risco de dengue grave em pessoas que nunca tinham sido expostas à doença.

Porém, a Sesa afirmou que as evidências científicas demonstram claramente que a vacina não causa dengue.

Além disso, a pasta informou que monitora os vacinados nos 30 municípios que receberam a campanha e não registrou nenhuma reação adversa grave.

"Somente foram notificadas reações locais leves. Todos os casos identificados de manifestações adversas tiveram recuperação total, com tratamento de rotina", disse trecho da nota.

A Sesa afirmou também que 47 pessoas vacinadas foram notificadas com dengue leve sem confirmação laboratorial, apenas suspeita clínica, o que representa 0,01% do total de vacinados.

Campanha de vacinação
A aplicação da terceira dose da vacina contra a dengue no Paraná começou no dia 20 de março. A dose é fornecida para quem já tomou a primeira e a segunda em etapas anteriores. O público-alvo nesta etapa é de 110 mil pessoas.

Para receber a vacina é necessário apresentar documento de identificação e a carteira de vacinação. Em Paranaguá e Assaí, têm direito à vacina moradores com idade entre 9 e 44 anos.

Nos demais municípios, devem ser imunizados quem tem entre 15 e 27 anos. Veja os municípios que estão vacinando.


Nardi disse que a cobertura do público-alvo ainda está baixa nesta etapa. Segundo ele, uma possível prorrogação do prazo final da campanha será discutida entre a pasta e os municípios.

Até a quinta, conforme a secretaria, foram vacinadas nesta etapa 26.322 pessoas - cerca de 24% do total. A campanha vai até o dia 28 de abril, caso não seja prorrogada.

Fonte: G1

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