sábado, julho 29, 2017

Espanha rejeita extradição de advogado acusado pela Lava Jato

A Justiça da Espanha rejeitou um pedido de extradição de um advogado acusado de envolvimento no escândalo de corrupção da Petrobras apresentado pelo Brasil no âmbito das investigações da operação Lava Jato.
Os procuradores da Lava Jato acusam o advogado Rodrigo Tacla Duran, que tem dupla nacionalidade brasileira e espanhola, de ser um dos operadores financeiros do esquema de pagamento de propina da Odebrecht envolvendo a Petrobras.
Ele foi alvo de mandado de prisão da 36ª fase da operação, deflagrada em novembro do ano passado, mas está fora do Brasil desde abril de 2016, de acordo com a Polícia Federal.
O caso do advogado será julgado na Espanha, de acordo um comunicado da Justiça espanhola. Ele é acusado de lavagem de dinheiro, corrupção e de pertencer a organização criminosa.
O gabinete da Procuradoria-Geral da República disse em nota que avaliará se vai enviar o caso às autoridades espanholas na esperança de que eles processem Duran. Eles não disseram quando uma decisão seria tomada.
A agência Reuters não conseguiu fazer contato com a defesa de Duran. Ele foi preso em novembro passado na Espanha e teve liberdade provisória concedida em fevereiro.
Mais de mil pessoas subornadas
Em entrevista ao jornal "El País", Duran afirmou que mais de mil pessoas, incluindo chefes de Estado, foram subornadas pela Odebrecht em todo o mundo. No Brasil, seriam 500 pessoas. Segundo ele, há políticos e autoridades brasileiras envolvidos que ainda não tiveram seus nomes revelados.
Duran diz aos jornalistas da publicação espanhola que o valor gasto em proprinas foi "muito maior" do que os R$ 1,12 bilhões que empresa admitiu pagar. Ele diz que a Odebrecht gastava cerca de RS$ 960 milhões por ano em propina, por meio de contas em paraísos fiscais e transferências internacionais. A construtora tinha "mais de uma centena" de empresas em paraísos fiscais, segundo disse na entrevista.
Ele ainda disse que a construtora organizava festas para políticos do Panamá e da República Dominicana com garotas de programa brasileiras, com o objetivo de agradecer e chantagear autoridades. Ele disse que fotos eram tiradas nessas fotos e que a empresa usava as informações sobre os casos extraconjugais dos políticos envolvidos.
Na entrevista o advogado ainda fala que não fugiu do Brasil e que foi a Madri para participar de inspeções em duas duas empresas espanholas. Ele afirmou que foi procurado pela Odebrecht e autoridades brasileiras para participar de um acordo de leniência, o que recusou.

Fonte: G1

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