sexta-feira, julho 01, 2016

Suspeita é de erro humano, diz polícia sobre mortes de paraquedistas

http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/O delegado da Polícia Civil de Boituva (SP) Carlos Antônio Antunes, responsável pela investigação da morte dos paraquedistas Gustavo Corrêa
Garcez, de 39 anos, e Marcos Guilherme Padilha, de 47 anos, durante um salto no Centro Nacional de Paraquedismo (CNP) nesta quarta-feira (29), afirmou em entrevista para a TV TEM que a suspeita é de que houve erro humano cometido por um ou pelos dois atletas. Os paraquedas das vítimas foram apreendidos pela polícia e vão passar por perícia.
“Acreditamos, até pelas primeiras informações, que houve um erro humano entre os dois paraquedistas. Mas não sabemos ao certo de que forma isso ocorreu. A investigação partirá de duas situações: testemunhais, pois vamos ouvir outros atletas que estavam saltando, e apreensão dos paraquedas para ver se houve falha de equipamento”, informou o delegado Nunes.
Gustavo Corrêa Garcez  e Marcos Guilherme Padilha morreram após se chocarem durante o salto e caírem com os paraquedas abertos no Centro Nacional de Paraquedismo, diz o presidente do CNP, Nilson Pereira Leitão. “Na hora de fazer uma curva para entrar para o pouso um colidiu com o outro. Evidentemente o paraquedas enroscou um ao outro. Eles perderam sustentação e os dois foram de encontro ao solo e gerou essa fatalidade". Segundo a polícia, as vítimas estavam no quarto salto do dia e próximos do chão no momento do choque, cerca de 30 metros de altura.  
Ainda de acordo com o delegado Antunes, a informação de testemunhas é de que os atletas formavam os anéis olímpicos no ar durante o salto e que o treinamento era para os Jogos Olímpicos. "Foi um treinamento de salto de formação. Não temos ainda certeza se era para a Olímpiada, mas houve a informação de que eles faziam a formação dos anéis, o símbolo da Olímpiada entre 30 atletas. Eles fizeram o salto normalmente, a formação, e quando estavam próximos à aterrissagem, houve uma colisão entre os dois atletas, a colisão dos velames. E os paraquedas perderam a sustentação e vieram a se chocar contra o solo", conclui.
A Confederação Brasileira de Paraquedismo disse que lamenta o ocorrido, e que vai acompanhar de perto as investigações, mas que prefere não comentar o caso no momento porque ainda não há dados concretos.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou que o órgão só cuida de acidentes ou incidentes que envolvam aeronaves.
Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que não regulamenta atividades desportivas por se tratar de prática de um esporte radical. Porém, para o lançamento de paraquedistas, a agência exige que o piloto tenha licença LPQD (lançamento de paraquedista) e obedeça diversos requisitos de segurança expedidos pelos regulamentos da Anac, tais como o número de ocupantes da aeronave, a procedência da mesma aeronave, entre outros fatores.
Além disso, o operador deve informar ao Controle do Espaço Aéreo (DECEA), da Aeronáutica, sobre a ocorrência do procedimento para que seja expedido um comunicado chamado Notam (aviso aos aeronavegantes).
Treino para Jogos Olímpicos
Um atleta que participou do evento e não quis ser identificado afirmou ao G1 que o treinamento reunia paraquedistas experientes de várias equipes. O objetivo do salto, composto por cerca de 30 pessoas, era desenhar no ar os anéis olímpicos, informou ele.
Centro Nacional de Paraquedismo em Boituva (Foto: Reprodução/TV TEM)Atletas saltaram no Centro Nacional de
Paraquedismo (Foto: Reprodução/TV TEM)
A versão também foi dada por um membro da família de uma das vítimas. "Ele contou para a gente que ia treinar para fazer os anéis olímpicos na praia de Copacabana durante o show de abertura dos jogos. Ele era um paraquedista renomado e não sabemos o que pode ter acontecido", afirmou.
A reportagem do G1 entrou em contato com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, que negou a informação. "Esse salto não teve nada a ver com a cerimônia dos jogos. Não tem nenhuma apresentação de paraquedismo prevista na cerimônia", afirmou a assessoria do comitê por telefone.
O G1 ouviu também Carmem Pettena, responsável pela organização do evento em Boituva. Carmen negou que o salto fosse um treinamento para a abertura dos Jogos Olímpicos. “Era um evento com os melhores atletas do Brasil, o time dos sonhos do Brasil. Estávamos fazendo treinamentos para batermos um recorde em novembro. Foi uma fatalidade e estamos arrasados com o que aconteceu”, afirma.
O acidente
O avião com os atletas decolou por volta das 16h30, no CNP em Boituva. Depois da queda dos atletas, equipes do resgate do Corpo de Bombeiros foram acionadas. Os bombeiros encontraram um dos paraquedistas inconsciente e o outro já em parada cardiorrespiratória.
As vítimas, que eram de São Paulo (SP), foram para o hospital São Luiz, em Boituva, mas não resistiram aos ferimentos e morreram na unidade hospitalar. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal de Itapetininga (SP) e já foram liberados para familiares.

Fonte: G1

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