O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 28 anos, apontado como serial killer, foi condenado, por um júri popular, a 22 anos de prisão pela morte da estudante
A adolescente foi morta no banco de uma praça do Setor Sudoeste da capital durante uma tentativa de assalto na frente da irmã mais velha.
Esta é a quinta condenação de Tiago Henrique, que responde a mais de 30 homicídios. Ele já foi condenado por quatro assassinatos, sendo que para cada um pegou 20 anos de prisão. Além disso, o vigilante já havia sido condenado por assaltos a uma lotérica e por porte ilegal de arma de fogo.
Tiago está preso desde outubro de 2014, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. A pedido da defesa, ele não compareceu ao julgamento desta segunda-feira.
A estudante Carla Barbosa Araújo foi morta no dia 23 de maio de 2014. Ela e a irmã, de 17 anos, estavam sentadas no banco de uma praça quando foram abordadas pelo criminoso. O autor do crime anunciou assalto e atirou na vítima após as jovens afirmarem que não portavam celulares.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) denunciou Tiago Henrique por homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Ambas as qualificadoras foram aceitas pelo júri, que era formado por cinco homens e duas mulheres.
O promotor Agnaldo Bezerra convocou duas testemunhas, mas somente uma delas compareceu ao julgamento. O delegado Thiago Damasceno esteve presente e respondeu às perguntas a respeito do crime que investigou. Já a segunda testemunha, a irmã da vítima que estava presente no momento do crime, não foi ao júri.
A assessoria de imprensa do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) informou ao G1 que não vai recorrer da decisão.
O advogado de defesa, Hérick Pereria de Sousa, pontuou durante o julgamento que houve brechas na investigação e alegou que Tiago Henrique era inocente da acusação e pediu que as qualificadoras fossem removidas. Segundo ele, não havia exame de balística que comprovasse que o disparo que matou a vítima saiu da arma do condenado.
A defesa ressaltou que um dos jurados votou pela absolvição de Tiago e que já recorreu da decisão. “Pedia a anulação desse júri para que haja outro, porque não há provas suficientes que mostrem que Tiago foi o autor desse homicídio, muito menos que sustentem as qualificadoras”, afirmou.
Crime
Na época do crime, o delegado Adriano Costa, que investigava o caso, afirmou que a irmã da estudante contou que elas tinham comprado guloseimas em um comércio e foram para a praça. De acordo com a testemunha, Tiago anunciou um assalto, apontou a arma dele contra o peito da vítima e atirou após elas afirmarem que não portavam celulares. Ele fugiu em uma motocicleta preta.
Condenações
No dia 16 de fevereiro, Tiago Henrique teve o 1º júri popular pela morte de Ana Karla Lemes da Silva, de 15 anos. A adolescente foi morta no dia 15 de dezembro de 2013 com um tiro no peito, em uma rua do Setor Jardim Planalto, na capital. Ele foi condenado a 20 anos de prisão.
A segunda condenação de Tiago Henrique ocorreu no dia 2 de março pela morte da auxiliar administrativa Juliana Neubia Dias, de 22 anos, assassinada em julho de 2014. A jovem foi morta quando estava dentro do carro com o namorado e uma amiga. Os jurados também o condenaram a 20 anos de prisão.
A terceira condenação foi pela morte da estudante Ana Rita de Lima, de 17 anos, ocorrida em dezembro de 2013. O júri popular, realizado no último dia 17, o sentenciou a 20 anos de reclusão.
No último dia 29 de março, Tiago foi condenado pela morte da estudante Arlete dos Anjos Carvalho, de 16 anos, ocorrida em janeiro de 2014, em Goiânia. A sentença foi, mais uma vez, de 20 anos de prisão.
Em todos os casos, a defesa do vigilante e a acusação discordaram da pena e protocolaram recursos. Os advogados de Tiago pedem a redução dos anos de condenação. Já os promotores de Justiça visam o aumento do período de prisão.
Além dos homicídios, a Justiça condenou o suposto serial killer a 12 anos e 4 meses de prisão em regime fechado por ter assaltado duas vezes a mesma agência lotérica do Setor Central, na capital goiana.
O vigilante ainda possui uma condenação a 3 anos de prisão em regime aberto e ao pagamento de multa pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. Neste caso, a pena foi revertida por prestação de serviços à comunidade e pagamento de R$ 788.
Fonte: G1
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