sexta-feira, março 04, 2016

Desdobramentos da Lava Jato e crise política agravam queda histórica da economia

Ricardo Valério apontou cenários da crise (Foto: Divulgação)A queda história de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) – índice que soma todas as atividades econômicas do país – em 2015, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
era esperada por economistas, mas surpreendeu em intensidade. Fatores como desdobramentos da Operação Lava Jato, crise internacional e falta de reformas políticas, foram alguns dos pontos apontados por economistas ouvidos pelo portalnoar.com.

O presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-RN), Ricardo Valério Menezes avaliou que a queda que não acontecia de 1990 é preocupante e deve persistir em 2016. “Somente na década de 1930 aconteceu dois anos de quedas seguidos, a tendência é que em 2016 haja um novo recorde negativo, quando é esperada uma nova queda na faixa de 3,2%, muito disso causado pela crise política e desdobramentos da Operação Lava Jato que afeta todo o mercado”, avaliou Ricardo.

O cenário de juros altos, inflação e desemprego, como também a diminuição de acesso ao crédito aprofundaram a recessão. “Houve uma queda de 4% no consumo das famílias, o que representa 60% do PIB. A falta de investimentos públicos devido à tentativa de equilíbrio fiscal, a desconfiança e falta de segurança jurídica para investimentos privados gerou a diminuição de competitividade e produtividade”, explicou o presidente do Corecon.

Em nível mundial, a queda do PIB brasileiro só não foi maior do que Ucrânia e Venezuela. “Vamos aguardar que surja alguma figura estadista que possa colocar o país nos trilhos. Em 2016 teremos mais um ano de queda e somente em 2017 deve haver uma retomada tímida”, sinaliza Ricardo Valério.

O professor do Departamento de Economia da UFRN, William Eufrásio, afirmou que a queda segue um contexto cíclico do capitalismo, apontando referências nacionais e internacionais que causaram o desempenho brasileiro.

“Desde a grande crise internacional de 2008, o PIB brasileiro oscilava pouco, mas em 2014 e 2015 o declínio não foi suportado, o que se deve a fatores como o cenário da economia internacional, a grave crise do petróleo, as alterações e políticas econômicas em 2012 e 2013 e a incapacidade de reformas”, destacou William.

Ainda segundo o professor da UFRN o ambiente político nos últimos dois anos o “Congresso parou”, principalmente após o início da Operação Lava Jato. “Está sendo usada como instrumento político sem haver dissociação entre os culpados e suas empresas, o que gera penalidades ao mercadoe  trabalhadores. O ano de 2016 continuará sendo confuso e somente no final de 2017 ou 2018 teremos um cenário amis favorável”, analisa.

Fonte: Portal noar

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