segunda-feira, junho 29, 2015

Diante da crise, bancos da Grécia não abrirão e saque será restrito

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Diante do risco de calote e da falta de acordo com credores, a Grécia decidiu fechar os bancos até ao menos a segunda-feira (6) e impor medidas de controle de capital, restringindo os saques nos caixas
eletrônicos a € 60 diários por pessoa (R$ 210).

Com a decisão, os bancos ficarão fechados ao menos até o dia seguinte ao plebiscito no país sobre as negociações com os credores. A restrição não deve incluir saques das aposentadorias nem turistas estrangeiros. Os caixas eletrônicos devem voltar a funcionar na tarde desta segunda-feira (29).

O anúncio das medidas foi feito pelo premiê Alexis Tsipras (Syriza), pela TV, sem muitos detalhes –ele, na verdade, aposta em uma última conversa com líderes europeus nesta segunda para salvar o país de um colapso e evitar sua saída da zona do euro.

Imagens deste domingo mostraram longas filas nos caixas eletrônicos em Atenas, com a população tentando se precaver contra um cenário de escassez de dinheiro.

O impacto do colapso grego nas Bolsas globais é incerto, mas a expectativa é de forte queda na segunda, ainda que a crise europeia esteja mais branda que em 2011, quando a saída da Grécia do euro parecia provável.

Para o Brasil, o impacto poderá ser sentido ainda no comércio exterior, caso a crise se alastre para a União Europeia –o bloco é o destino de 18% das exportações brasileiras. A Grécia responde por menos de 0,1% das vendas do país.

O agravamento da situação levou o presidente dos EUA, Barack Obama, a pedir à chanceler alemã, Angela Merkel, solução que evite a saída da Grécia da zona do euro.

O governo grego precisa quitar dívida de € 1,6 bilhão com o FMI na terça-feira (30). Para tanto, quer desbloquear o acesso a € 7,2 bilhões, última parcela do socorro de € 240 bilhões recebido de FMI e BCE (Banco Central Europeu) desde 2010.

Sem acordo, o país teme ficar sem dinheiro e tenta controlar a insolvência de seus bancos. Os depósitos, em maio, estavam no menor patamar em 11 anos (€ 139 bilhões) e ao menos € 5 bilhões foram sacados nas últimas duas semanas.

O fechamento dos bancos ficou inevitável depois de o BCE informar que não vai aumentar o fundo de assistência emergencial, que serve para os bancos gregos reporem os recursos sacados.

"Todos os depósitos, salários e aposentadorias estão garantidos", disse Tsipras, que pediu "paciência" à população e voltou a acusar os credores de chantagem.

O rompimento das negociações deu-se de vez no sábado, quando os países da zona do euro e os credores (FMI e BCE) recusaram-se a prorrogar por um mês a dívida.

A Grécia havia pedido o prazo para esperar o plebiscito de 5 de julho, anunciado somente na noite de sexta (26). A consulta foi aprovada no fim de semana pelo Parlamento em meio às incertezas sobre seus efeitos práticos.

Em troca de um acordo com Atenas, os credores exigem mais cortes de gastos e uma reforma profunda na Previdência. O governo da sigla Syriza, eleito em janeiro sob o discurso contrário a medidas de austeridade, fez uma proposta de ajuste de € 7,9 bilhões, que não foi aceita.

PESQUISA

Duas pesquisas divulgadas por jornais da Grécia neste domingo (28) apontam que a maioria da população é a favor de um acordo com os credores e, consequentemente, da permanência na zona do euro. Os dois levantamentos foram feitos entre quarta (24) e sexta-feira (26), em meio às negociações com os credores e antes do anúncio do governo de uma consulta popular no dia 5 de julho sobre o tema.

O Parlamento do país aprovou na madrugada deste domingo a realização da votação.

Segundo pesquisa do jornal "Proto Thema", feita pelo instituto Alco, 57% defenderam um acordo com os credores para o país continuar no bloco da moeda única e 29% responderam preferir um rompimento. Ao todo, mil pessoas foram ouvidas. Já o jornal "To Vima" divulgou pesquisa do instituto Kapa com 1.005 entrevistados em que 47,2% são favoráveis a uma solução dentro da zona do euro e 33% votaram contra (18% estavam indecisos). 

Fonte: Folha de São Paulo

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