sexta-feira, setembro 19, 2014

Escócia decide contra a independência e fica no Reino Unido

A Escócia rejeitou a independência do Reino Unido no referendo realizado na quinta-feira (18), com a vitória do "não" por mais de 55%
dos votos, informou na madrugada desta sexta (19) a rede BBC, baseada na apuração de 31 das 32 seções eleitorais.

Os países Escócia, Inglaterra, Gales e Irlanda do Norte integram o Reino Unido, que tem Londres como capital e foi unificado em 1707.
O "não" obteve 1.914.187 votos, ultrapassando os 1.852.828 votos necessários para se vencer o referendo, com a proposta de independência sendo rejeitada por 55,42% dos eleitores.

A vitória do "sim" na principal cidade da Escócia, Glasgow, com 53% dos votos, não foi suficiente para alcançar o lado unionista.

O primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, admitiu a derrota no referendo: "a Escócia decidiu que este não é o momento de ser um país independente", disse, em um comunicado televisionado. Ele agradeceu aos "1,6 milhões de votos pela independência" do país.

A vice-primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, admitiu que "há uma real decepção com o fato de que não conseguimos a vitória, por pouco", neste histórico referendo celebrado pelos escoceses.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, falou "com Alistair Darling (líder da campanha do "não") para felicitá-lo pelo bom trabalho".

Participação recorde
A apuração foi retardada devido ao alto índice de participação, em torno de 84%, exceto por algumas exceções, como em Glasgow, onde a participação foi de 75%.

No total, 4.285.323 eleitores estavam habilitados: todos os residentes legais na Escócia - britânicos ou não - com idades acima de 16 anos. Os escoceses que vivem no exterior não puderam votar.

Os eleitores responderam à pergunta: "A Escócia deve se tornar um país independente?"

Em alguns dos 32 distritos, a assistência dos eleitores às urnas se aproximou a 90% apesar de na maior delas, Glasgow, com cerca de meio milhão de eleitores, ter caído para 75%.

Motivação
Os militantes pró-separação defendiam que a Escócia é um dos países mais ricos da região, e esse seria um dos principais motivos porque a Inglaterra não quer abrir mão deles. Eles ainda querem investir em energia limpa, o aumento de impostos para garantir melhores serviços públicos e em uma política baseada em igualdade de direitos, inspirando-se em países como Suécia e Noruega, ao contrário da Inglaterra, que se inspira em países "bélicos", como os Estados Unidos.

Uma possível vitória dos separatistas assusta as autoridades britânicas. Poucos dias antes da votação, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, fez um apelo pedindo que os escoceses permaneçam no Reino Unido, o qual, segundo ele, "se tornou o que é hoje graças à grandeza da Escócia". "Por favor, não façam pedaços desta família de nação", apelou o premiê. "A independência da Escócia não será uma separação, mas sim, um doloroso divórcio", acrescentou. 

Consequências
A independência da Escócia teria enormes consequências constitucionais, políticas, econômicas e sociais para o país e poderia deixar o país fora de organizações como a UE (União Europeia) e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Além disso, o país poderia ter um êxodo de empresas, investidores e companhias financeiras diante das incertezas de uma nova moeda e estrutura de governo. 

A independência também poderia ter aspectos negativos para os trabalhistas no Reino Unido, que superam amplamente os conservadores na região e contam com 41 deputados no Parlamento britânico, diante de apenas um membro do Partido Conservador. (Com agências internacionais)

Fonte: Uol

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