A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou uma operação nesta quinta-feira (26) para desarticular o que considera ser o principal esquema de exploração do jogo do
A organização criminosa dividia o Distrito Federal em duas partes. Segundo a polícia, a área norte era comandada por João Carlos dos Santos e a parte sul ficava sob a tutela do advogado Helio Cesar Alfinito. Os outros quatro presos ocupavam funções importantes no esquema, como a contabilidade e a administração da lavagem do dinheiro. Segundo a Polícia Civil, os suspeitos respeitavam suas respectivas áreas de atuação e não havia concorrência entre eles.
O grupo tem ligações com o jogo do bicho do Rio de Janeiro. Era na capital carioca, inclusive, que a quadrilha buscava adquirir máquinas mais modernas e conhecimento para sofisticar o esquema. Os sorteios do jogo do bicho seguiam o cronograma carioca e eram realizados eletronicamente na cidade. O grupo utilizava máquinas de aposta semelhante às usadas para pagamento com cartão de crédito ou débito. As apostas variavam de R$1 a R$100. De acordo com as investigações, a quadrilha movimentava, em média, R$ 3 milhões por mês. A polícia informou ainda que, em dezembro, o grupo fechou o caixa com R$ 2,8 milhões arrecadados.
Segundo o diretor do Departamento de Polícia Especializada da Polícia Civil, Luiz Alexandre Gratão, as investigações começaram há seis meses para mapear as operações do grupo. "O foco foi identificar e prender os líderes do esquema para dar um basta com isso no Distrito Federal. Não queremos que a situação chegue ao que se vê hoje no Rio de Janeiro. Agora que identificamos os cabeças do grupo vamos descer até a base da pirâmide", disse Gratão.
A operação cumpriu 27 mandados de busca e apreensão e efetuou seis prisões em flagrante. Os policiais apreenderam computadores, agendas e outros materiais em casas e escritórios de Brasília. Uma empresa de bobinas em Goiânia também foi alvo do escrutínio da polícia, que desconfia que ela era usada para lavagem de dinheiro. A polícia identificou ainda uma imobiliária em Brasília que também pode ter sido usada para limpar o dinheiro do esquema. Empresas de outros ramos comerciais também podem ter sido utilizadas mas a Polícia Civil ainda não confirma quais são. Os bens do grupo, como carros de luxo, casas e contas bancárias foram bloqueados pela justiça.
CASTOR DE ANDRADE
De acordo com o diretor, os líderes do grupo são próximos do sobrinho de Castor de Andrade, um dos principais chefes do jogo do bicho no país na década de 90. No entanto, o diretor ressaltou que não é possível confirmar a participação do sobrinho no esquema.
Os seis suspeitos estão detidos na carceragem da Polícia Civil e devem ser encaminhados para o Complexo Penitenciário da Papuda na próxima semana. Um deles, Willians Fernandes de Moraes, é policial militar. Um policial civil também é investigado no esquema. A Polícia chegou a realizar buscas em sua casa hoje. Outros servidores públicos também são suspeitos de envolvimento com o esquema.
A polícia informou que as investigações continuam em andamento e novas prisões podem ser efetuadas. A polícia descartou envolvimento do grupo com o esquema de Carlinhos Cachoeira. Ele foi preso e condenado pela Justiça Federal no ano passado após investigações comprovarem que ele comandava um esquema de jogos ilegais em Goiás. Políticos e policiais estavam envolvidos. O ex-senador Demóstenes Torres perdeu o cargo após se declarar amigo de Cachoeira cote ter seu envolvimento com o contraventor flagrado em interceptações telefônicas.
Reprodução Cidade News Itaú
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