segunda-feira, maio 28, 2012

Juiz lamenta morte de torcedores mas não autoriza fim da Gaviões no meio do processo

Mesmo lamentado as mortes ocorridas em conflitos de torcidas uniformizadas, o juiz da 31ª. Vara Cível da Capital, Luiz Fernando Cirillo, negou liminar ao promotor Roberto Senise, que pede a dissolução da Gaviões da Fiel e da Mancha Alviverde (na Capital) e de outros quatro grêmios de Campinas. Em seu pedido, Senise alegou que algumas uniformizadas haviam se transformado em “quadrilha ou  bando, promovendo brigas e mortes pelas ruas”. Mas o juiz não aceitou o argumento do promotor:

“Lamentavelmente, a ocorrência de mortes relacionadas com atividades das torcidas de futebol não é novidade, para que a liminar constitua solução eficaz”, escreve o juiz Cirillo em seu despacho, publica sexta-feira (25).

 O despacho do juiz se refere apenas à Gaviões.  Cada uma das seis torcidas responde separadamente no processo. Apesar dos conflitos de rua, o juiz não vê tanta “urgência” civil para dissolver a Gaviões.

No entendimento do juiz, a Gaviões deve continuar funcionando porque “não há urgência ou necessidade que justifiquem a abstração da garantia processual”. O juiz quis dizer que há necessidade de continuar a ação civil, que propõe multa de R$ 500 mil, até o final e, depois disso, avaliar se o fechamento das organizadas é viável.

 O MP ainda não decidiu se recorrerá da decisão do titular da 31ª Vara Cível a uma instância superior.

O promotor Roberto Senise deixou a Promotoria do Consumidor para assumir a Promotoria Eleitoral. Em sua liminar contra as uniformizadas, ele pediu o fim imediato do funcionamento da Mancha Alviverde (Palmeiras), Gaviões da Fiel (Corinthians), Serponte e Jovem Amor Maior (Ponte Preta), Guerreiros da Tribo e Fúria Independente (Guarani).

O ponto principal do pedido de  liminar assinado pelo promotor pode ser resumido em um parágrafo:

“A violência, ao invés do esporte, tornou-se o mote dessas torcidas organizadas, travestindo-se de associação com fins lícitos, para entidade promotora de atos ilícitos, configurando-se em verdadeira atuação de quadrilha ou bando”, argumenta Senise em sua petição enviada à Justiça.

No último dia 25 de março, houve um confronto de torcedores da Gaviões da Fiel com os da Mancha Verde, no bairro da Cachoeirinha, zona Norte de São Paulo. Dois torcedores do Palmeiras acabaram mortos no conflito de rua.

O promotor lembra em seu pedido que um torcedor da Gaviões fora vítima de violência em outra briga de rua, promovida no dia 29 de março de 2011 entre as duas torcidas. O rapaz  tentava escapar da perseguição dos adversários quando se atirou no Rio Tietê e morreu. O corpo do  só foi encontrado dias depois.

Fonte: Uol Esporte/Cidade News Itaú

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