sexta-feira, janeiro 27, 2012

Estado avalia estrutura de 23 açudes

No mês de janeiro de 2011, açudes de pequeno porte se romperam na região de Santa Cruz, desaguando no Açude Guarita (4,5milhões de metros cúbicos de água), na cidade de Tangará. O sangradouro não suportou e a água lavou a parede do açude, ameaçando rompimento e inundação de pequenas três cidades e centenas de pequenas comunidades.
Na região de Florânia, um açude de pequeno porte se rompeu e destruiu a BR 226. Em Campo Grande, dois açudes particulares se romperam e destruiu a BR 110, de acesso à cidade. Em 2009, o açude de Riacho da Cruz se rompeu, destruindo a RN que liga a cidade ao município de Itaú. Registros como estes estão cada vez mais frequentes, relevando um quadro preocupante. 
Ontem, o secretário Gilberto Jales, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), informou que o Governo do estado contratou uma empresa para fazer levantamento da estrutura das paredes dos açudes públicos do Rio Grande do Norte, objetivando futuramente confecção de projetos e busca por recursos federais para recuperá-los. Quanto aos açudes particulares, Gilberto Jales disse que o Poder Público não pode investir para recuperá-los.
A SEMARH não tem o número fechado de quantos açudes de particulares de pequeno porte existem no território do Rio Grande do Norte. Estima-se 2 mil. O Governo Federal tem o controle, através do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), de 19 açudes, destacando-se as barragens Armando Ribeiro Gonçalves, Açude Marechal Dutra (Gargalheiras), em Acari, entre outros. Estes açudes passaram por manutenção há poucos anos.
O secretário Gilberto Jales destacou que o Governo do Estado está fazendo uma licitação internacional para comprar equipamentos modernos para monitorar todos os açudes, barragens e lagoas do Rio Grande do Norte. Este monitoramento ajudaria o Governo do Estado a se antecipar em ações preventivas num possível rompimento, assim como trabalhando a questão do controle hídrico no RN para fins de abastecimento e também de irrigação.
Gilberto Jales lembra que o proprietário de açudes de pequenos portes que precisar de ajuda, numa situação de alto risco de rompimento, deve comunicar esta situação imediatamente à Comissão Municipal de Defesa Civil. Geralmente, nestes casos, a Prefeitura Municipal de Defesa Civil destina uma equipe para uma monitoração e, em seguida, comunica o Governo do Estado.

Grandes reservatórios estão com mais de 70%
Os principais açudes de água doce do Rio Grande do Norte estão com mais de 70% de sua capacidade de armazenamento de água, chegando a 80%. É o que consta no monitoramente da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH). Segundo o secretário Gilberto Jales, existe uma equipe monitorando o nível volumétrico destes anos.
Para o meteorologista Gilmar Bristot, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMPARN), o volume de chuvas previsto pelo órgão para o Rio Grande do Norte em 2012 é acima da média. Com esta informação e o atual nível dos açudes, o secretário Gilberto Jales disse que a expectativa é de que os principais reservatórios do Rio Grande Norte transbordem.
Esta possibilidade levanta duas questões. Primeiro em relação à garantia pelo abastecimento das cidades, em especial a Barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, que tem capacidade para armazenar até 2,4 bilhões de metros cúbicos de água e abastece mais de 600 mil habitantes de 40 cidades da região Oeste, Central e a cidade de Mossoró.
A segunda questão é com relação aos açudes do Pataxó, Armando Ribeiro Gonçalves e a Barragem de Santa Cruz. A sangria destas cidades ameaça a população das regiões de várzea das cidades de Apodi, Assú, Carnaubais, Porto do Mangue, Pendências, Alto do Rodrigues e, principalmente, Ipanguaçu. Esta última foi inundada em 2004, 2008, 2009 e 2011.
Neste caso, o secretário Gilberto Jales disse que o trabalho de monitoramento é acompanhado pelas equipes de Defesa Civil dos municípios e também do Governo do Estado, num trabalho de orientação de como reagir numa possível inundação. Neste quesito, Gilberto Jales destaca a atuação, se necessário, do Corpo de Bombeiros.

Fonte: Defato

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