Big Brother da África do Sul também teve acusação de estupro

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Ofunneka e Richard chegaram à final do programa na África do Sul

A polêmica envolvendo o participante Daniel na 12ª edição do Big Brother Brasil não é exclusividade da edição nacional do reality show. Em 2007, um integrante do programa na África do Sul também foi acusado de estuprar uma estudante que participava da atração.

Na edição sul-africana, Richard Bezuidenhout, de 24 anos, abusou sexualmente da assistente médica Ofunneka Molokwu, de 29. O caso, semelhante com o de Daniel, aconteceu durante uma festa organizada pela produção do programa. Depois de ingerir altas doses de álcool, Ofunneka deitou-se e desmaiou.

O estudante da Tanzânia sentou-se ao seu lado e passou a violentá-la com as mãos. Depois da reprovação de outros participantes do programa, Richard foi para outro canto da festa. A produção entrou em cena, prestou cuidados médicos à participante e exibição do programa ao vivo foi cortada.

Assim como na edição brasileira, quando Daniel teria supostamente violentado a participante Monique enquanto ela estava bêbada, os atos de Richard provocaram a ira de alguns fãs do programa. À época, muitas pessoas exigiam que o estudante respondesse legalmente por seus atos.

No entanto, os dois seguiram no programa até o final. Após votação popular, Richard ganhou o BB da África do Sul e faturou o grande prêmio -- Ofunneka ficou em segundo. Após o fim do programa, a participantes concedeu uma entrevista ao TVSA, site especializado em conteúdo televisivo do país, em comentou a polêmica.

Ofunneka afirmou que, mesmo após ver o vídeo, não “soube dizer” se foi realmente abusada sexualmente. “Eu bebi, exagerei e desmaiei. Não posso dizer com certeza o que aconteceu. Eu não sei realmente a verdade”, disse.

Apesar disso, ela preferiu não acusar diretamente seu companheiro de programa. “A primeira pessoa que eu tenho que culpar sou eu mesma por ter bebido mais do que o esperado. Quanto às outras pessoas [...] Eu não sei quem culpar ou o que dizer”, completou.

Após a polêmica envolvendo os dois participantes, o responsável pelo programa foi demitido. Apesar disso, nenhuma outra ação legal foi tomada em relação ao caso.

A África do Sul é o país com o mais alto índice de estupros no mundo, sendo que frequentemente bebês, crianças e adolescentes são vítimas. De acordo com números de grupos de ajuda e organizações locais, a estimativa é de que o país registre um caso de estupro a cada 26 segundos.

As organizações acreditam que muitos casos não são denunciados porque as vítimas têm medo de se pronunciar ou são convencidas de que são culpadas pelo que aconteceu.

O caso do Big Brother sul-africano pode ilustrar esse cenário. Questionada sobre o que aconteceu no programa, Ofunneka afirmou que “as pessoas vêem as coisas de forma diferentes. Portanto, não sei o que as pessoas podem estar pensando, elas inclusive podem estar contra mim. Eu simplesmente me fechei para o que qualquer pessoa diz a respeito [do que aconteceu]”, completou.

Edição brasileira

O caso envolvendo os dois participantes brasileiros aconteceu na madrugada de sábado para domingo (15/01). As cenas, exibidas pelo sistema pay per view do programa, mostram Monique deitada imóvel ao lado de Daniel, enquanto o carioca faz movimentos suspeitos coberto por um edredom.

No dia seguinte, a direção do programa disse ter conversado com os participantes e negou que tenha acontecido um estupro. A edição do programa exibida no último domingo ignorou a polêmica e tratou a relação dos participantes como um simples caso.

Fonte: Portal Uol