quinta-feira, dezembro 19, 2013

Doador de Cláudia Regina é suspeito de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal

As empresas de Edvaldo Fagundes foram "visitadas" nesta terça-feira pela Polícia Federal. Foto: CedidaO empresário mossoroense Edvaldo Fagundes, conhecido como “Edvaldo do Sal”, voltou a ser notícia nesta semana. Porém, não foi no noticiário ligado à economia,
tampouco, à política, mesmo sendo Edvaldo um dos principais doadores da campanha de Cláudia Regina e sendo responsável, inclusive, por uma das condenações dela na Justiça Eleitoral. Nesta semana, o empresário foi notícia por suspeita de comandar um esquema de apropriação indébita previdenciária, sonegação fiscal, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

As empresas de Edvaldo Fagundes foram “visitadas” nesta terça-feira pela Polícia Federal, durante a operação Salt, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão para colher informações que permitissem a continuidade das investigações contra o empresário. A PF, por sinal, não confirmou que se trata de Edvaldo, contudo, para a imprensa mossoroense, o nome do empresário estampou todas as notícias sobre o assunto. “Polícia Federal afirma já ter elementos para condenação do grupo Edvaldo Fagundes”, intitulou jornal O Mossoroense.

Polícia Federal afirma já ter elementos para condenação do grupo Edvaldo Fagundes. Foto: DivulgaçãoContudo, é bem verdade que, apesar de ter saído do noticiário político para o policial, é impossível não relacionar Edvaldo Fagundes à cassação de Cláudia Regina. Depois do DEM, partido da prefeita afastada, ninguém doou mais dinheiro para a campanha de Cláudia Regina em 2012. Foram mais de R$ 473.264 repassados por Edvaldo e suas empresas, de forma legal, à campanha da candidata.

“De forma legal” porque uma das condenações sofridas por Cláudia Regina na Justiça Eleitoral foi, justamente, baseada em irregularidades na prestação de contas dela. A candidata democrata teria, por exemplo, praticado “caixa 2″ ao não colocar na relação de gastos o uso do helicóptero de Edvaldo Fagundes, que voou por Mossoró, com as cores da coligação de Cláudia Regina, durante boa parte do pleito eleitoral.

Na ação da PF, por sinal, o helicóptero de Edvaldo Fagundes foi um dos bens do empresário que foram bloqueados pela Justiça. Foto: Divulgação“Analisando pelo prisma qualitativo, tanto mais grave considero as irregularidades identificadas, posto que os representados, de forma vergonhosa e descarada, ludibriaram a fiscalização da Justiça Eleitoral, ao deixarem de registrar doações de bens/serviços estimáveis em dinheiro e, principalmente, apresentarem valores de avaliação de bens/serviços doados em montante consideravelmente aquém daqueles praticados pelo mercado, o que viola, no entendimento desta magistrada, não somente a literalidade da norma jurídica, mas, também, o próprio ordenamento jurídico eleitoral, e a seriedade que se deve imprimir nas prestações de contas”, afirmou Ana Clarisse ao condenar a prefeita com base, em parte, nas doações de Edvaldo Fagundes.

O empresário também foi citado em casos de compra de votos por anunciar a doação de dinheiro para uma instituição de caridade em caso de vitória de Claudia Regina. Foto: DivulgaçãoNa ação da PF, por sinal, o helicóptero de Edvaldo Fagundes foi um dos bens do empresário que foram bloqueados pela Justiça. Além dela, a loja de tecidos Líder, doadora direta da campanha de Cláudia Regina, aparece como uma das originárias da ação que causou nesta terça-feira a Operação Salt.

Contudo, é bem verdade que essa não foi a única polêmica que Edvaldo Fagundes se envolveu quando se fala na campanha de Cláudia Regina. O empresário também foi citado em casos de compra de votos por anunciar a doação de dinheiro para uma instituição de caridade em caso de vitória da candidata democrata. Porém, para a Justiça Eleitoral, esse caso, em específico, acabou não se confirmando como irregularidade.


Dinheiro também foi apreendido pela Polícia Federal. Foto: Divulgação
Dinheiro também foi apreendido pela Polícia Federal. Foto: Divulgação


ENTRE A POLÍCIA E A POLÍTICA

É bem verdade, entretanto, que não foi só na Operação Salt que Edvaldo Fagundes se destacou nas páginas policiais. No início do ano, a juíza federal Emanuela Mendonça Santos Brito, da 8ª Vara Federal, bloqueou os bens de 32 empresas e 29 pessoas ligadas ao Grupo Líder na cidade de Mossoró e região. Foram mais de R$ 400 milhões em bens bloqueados.

As empresas atuam no ramo de sal, tecido, construção, transportes e locação de veículos; venda de veículos e peças; maricultura; lojas de conveniência e consultoria de gestão empresarial (todos considerados integrantes do Grupo Líder). A magistrada salientou na decisão que os documentos apresentados pela Fazenda Nacional mostram que Edvaldo Fagundes aplicou a estratégia, desde o início das suas atividades na década de 90, de usar os nomes dos seus empregados para constituir empresas que, de fato, são suas.

Reprodução Cidade News Itaú

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