sábado, maio 04, 2024

Cerca de 800 kms de estradas ruins e péssimas ficam de fora dos primeiros lotes do PEF

Ordem de serviço para o primeiro lote foi assinada na última sexta. Governo pretende investir mais recursos nas estradas/ Foto: Divulgação


Cerca de 800 kms de estradas estaduais classificadas como ruins e péssimas no RN ficaram de fora dos três primeiros lotes anunciados pelo Governo do RN do programa de recuperação de rodovias, que terá custo inicial de R$ 428 milhões. O número corresponde à quantidade de rodovias em pior estado listadas no relatório de monitoramento de estradas do DER, ao qual a TRIBUNA teve acesso, que não estão presentes na lista de lotes anunciados pelo governo para o programa. Ao mesmo tempo, centenas de quilômetros em 15 trechos de RNs classificadas como regulares e até em bom estado foram incluídos no Programa de Restauração de Rodovias Estaduais. O Estado diz que usou critérios técnicos para a seleção das rodovias nos primeiros lotes e explica que pretende usar o restante do valor de empréstimo do Programa de Equilíbrio Fiscal (PEF), cerca de R$ 1,6 bilhão, para recuperar o restante da malha rodoviária.



Na semana passada, a TRIBUNA DO NORTE publicou reportagem apontando que o plano de recuperação de estradas não seria suficiente para recuperar todas as rodovias estaduais classificadas como ruins e péssimas pelo próprio governo. O relatório de monitoramento interno das rodovias potiguares foi produzido pelo DER, neste mês de abril, a pedido da Controladoria Geral do Estado. Nele, as rodovias estaduais são divididas em sete distritos, com trechos classificados de cinco formas: Ótimo, Bom, Regular, Ruim e Péssimo. O relatório está presente no processo SEI 02510004.00304/2023-41, ao qual a TRIBUNA teve acesso.



O relatório não detalha o que qualifica a estrada em determinado critério. A Confederação Nacional de Transportes (CNT) aponta que estradas ruins ou péssimas apresentam problemas graves em sua pavimentação, como buracos, fissuras, desgaste acentuado, além de deficiências na sinalização, acostamento precário e falta de manutenção adequada. Essas condições prejudicam a segurança e a fluidez do tráfego, aumentando os riscos de acidentes e impactando negativamente o transporte de pessoas e mercadorias.



Na prática, pelo que foi anunciado pelo Governo, o Estado vai recuperar neste primeiro momento cerca de 435 kms de estradas ruins e péssimas. Entre os 800 kms classificados como ruins ou péssimos que ficaram de fora estão trechos em várias cidades do Estado como Assu, Grossos, Carnaubais, Jucurutu, Caicó, São João do Sabugi, Ouro Branco, Jardim do Seridó, Parelhas, Guamaré, Macau, Bento Fernandes, Riachuelo, João Câmara, Boa Saúde, São José de Mipibu, Goianinha, Arês, São Bento do Trairi, Senador Eloi de Souza, Serrinha, Santo Antônio, Monte Alegre, Canguaretama, Vila Flor, Pedro Velho, Montanhas, Nova Cruz, Brejinho, Passagem, Espírito Santo, Jundiá, Nísia Floresta, Georgino Avelino, Ceará Mirim, Santa Maria, São Paulo do Potengi, Macaíba, Vera Cruz, entre outras.



O relatório do DER foi produzido pela Diretoria de Obras e Operações (DOO) e Divisão de Conservação e Melhoramentos (DCM) e mostra que, dos 3.379 km de malha viária estadual, cerca de 1.243 km são classificados como ruins ou péssimos pela equipe técnica do próprio governo, o que corresponde a 37,11% do total das RNs. O relatório aponta ainda que, dos 3,3 mil km da malha viária do RN, 284,4 km estão em condições ótimas, 365 km em estado bom e 1.489 km em situação regular.


Critérios

Durante assinatura da ordem de serviço para início das obras do primeiro lote, que terão cerca de 750km contemplados, o secretário estadual de Infraestrutura do RN, Gustavo Coelho, disse que a conservação da rodovia não é o único critério que a qualifica para estar neste primeiro momento nas obras do Programa de Restauração de Rodovias Estaduais.



“Temos um levantamento mais criterioso com outros critérios também, como fluxo de circulação de veículos e pessoas, cargas. Aquelas vias que demandavam maior segurança viária foram indicadas, inclusive, como prioritárias. Os critérios são a qualidade do pavimento, mas também o estudo de tráfego. Essa é apenas a primeira etapa, teremos outras e vamos contemplando outros trechos seguindo os mesmos critérios: tráfego, segurança viária, transporte de riquezas e tudo mais”, explica.



“Vamos fazer restauração de trechos críticos e recapeamento asfáltico de toda a rodovia, com sinalização e pavimentação completa”, explicou.



Coelho reforçou ainda que o Estado tenta outro empréstimo junto ao Banco Mundial na ordem de R$ 900 milhões para recuperar estradas potiguares. Deste montante, cerca de 90% deve ser usada nas rodovias.

Além disso, o Estado também aposta nas outras parcelas do PEF para investir em estradas nos próximos anos.


Com recursos da ordem de R$ 1,6 bilhão, o Estado já conseguiu a primeira parcela, de R$ 428 milhões. As outras parcelas dos próximos anos estão condicionadas a uma série de quesitos que o Estado precisa cumprir no tocante ao controle de gastos e legislação.


Prefeitos lamentam exclusão de estradas


Prefeitos de cidades que não foram contemplados em nenhum dos lotes ouvidos pela TN lamentaram e dizem não saber o motivo de suas rodovias, mesmo sendo classificadas como ruins ou péssimas pelo próprio governo, não terem sido incluídas na primeira etapa do programa de recuperação.



Um desses casos é da RN-120 num trecho de 28km apontado como péssimo entre as cidades de Bento Fernandes, Riachuelo e João Câmara. O prefeito Manoel Bernardo (DEM) cita prejuízos e lembra que a RN interliga as regiões do Mato Grande, Litoral Norte e Potengi.



“A estrada de fato é péssima, já vem há alguns anos sem manutenção. É uma RN que liga as BRs 406 e 304. E é uma rodovia que liga duas regiões importantes do Estado, que é a Potengi com o Mato Grande. Infelizmente o Governo não tem dado essa atenção à região do Mato Grande, não sei se é algum preconceito conosco, mas benefício do Governo do Estado para nossa região é difícil”, disse. “Talvez porque somos adversários? Não sei. Pode ser isso, mas qualquer outra coisa. Não acredito que o Governo vá punir toda uma população porque o prefeito não votou. Em João Câmara, a governadora teve mais de 60% dos votos e a população está sendo punida por isso”, acrescentou.



Outro prefeito que também lamentou não estar na primeira etapa do programa com recursos do PEF foi José Amazan Silva (PSD), de Jardim do Seridó. A RN-089, com 22 km de trechos “ruins” segundo o relatório, não foi incluído. O local também abrange a cidade de Ouro Branco.



“A rodovia está intransitável. O que impacto é a perda de tempo e risco da vida do cidadão, desgaste de equipamentos, carros e pneus. Não faço ideia (porque não entrou nos lotes), mas sem dúvida deveria”, apontou.



Na Grande Natal, a cidade de Macaíba é uma das que foi contemplada com um trecho de recuperação de 13 km classificado como ruim, no entanto, outro trecho de 23 km na RN-160 ficou de fora.



“Num primeiro momento fomos atendidos com o tapa-buracos, mas foi paralisado e não voltou mais. O prefeito esteve novamente nessa semana fazendo novo pleito para que fosse dado continuidade. Esse tapa-buraco é imprescindível. São rotas de escoamento de produtividade rural e está prejudicando muito”, cita o secretário de Infraestrutura do município, Vitor Aguiar.


Governo assina ordem de serviço do primeiro lote


Nesta sexta-feira (03), o Governo do Estado assinou ordens de serviço para o início das obras no Lote 1, que compreendem cerca de 210km entre as cidades de Mossoró, Baraúna, Governador Dix-Sept Rosado, Tibau, Grossos, Rodolfo Fernandes, Marcelino Vieira, Viçosa, Portalegre, Francisco Dantas, Pau dos Ferros, Encanto, São Miguel e Coronel João Pessoa.



Fazem parte do lote, entre outras, a RN-015, trecho entre Mossoró e Baraúna; o trecho Mossoró/Governador Dix-sept Rosado da RN-117, e 41 quilômetros da RN-177, de Pau dos Ferros a São Miguel. Ao todo, são cerca de 210,5km licitados pela Secretaria de Estado da Infraestrutura (SIN).



Os dois outros lotes, contendo 24 trechos, estão em fase final de licitação. De acordo com o secretário de Infraestrutura, Gustavo Coelho, os serviços das estradas do primeiro lote serão iniciados em três frentes: De Mossoró a Baraúna; de Mossoró a Governador Dix-sept Rosado; e de Pau dos Ferros a São Miguel.



O secretário disse que a maioria das rodovias estaduais tem “estrutura fadigada” porque há muito tempo não passavam por manutenção adequada. “Não será uma simples operação tapa-buracos. Na linguagem da engenharia rodoviária, é restauração. Vamos mexer na estrutura do piso e fazer o recapeamento geral desses trechos selecionados, incluindo a sinalização horizontal e vertical, tão importantes para a segurança viária, informou o secretário.


Fonte: Tribuna do Norte

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Falta de estrutura inviabiliza tempo integral em escola no RN

Segundo o Governo, uma ordem de serviço para manutenção será assinada nos próximos dias. Obras começam no fim do mês/ Foto: Adriano Abreu


Por falta de instalações apropriadas para seus alunos, a Escola Estadual Tiradentes não foi capaz de implementar o ensino em tempo integral no ano de 2024. A escola tem problemas com infiltrações, goteiras espalhadas pelas salas e banheiros interditados por problemas nos encanamentos e na captação do saneamento básico. Além de dois banheiros da escola estarem desativados e sendo utilizados para depósito, um terceiro banheiro foi interditado após problema no seu sistema de fossa.



Já concluindo as atividades do ano letivo de 2023 com dificuldades nas instalações dos prédios da escola, para o ano de 2024 a escola aderiu ao programa da escola em tempo integral. A decisão foi tomada com o intuito de fornecer aos seus estudantes melhores condições de ensino, uma vez que ao manter o aluno em ambiente escolar por mais tempo favorece um maior aproveitamento dos planos pedagógicos propostos pelas instituições.


Segundo o diretor Ramon da Silva Jales, escola precisou adotar revezamento de horários/ Foto: Adriano Abreu


O sistema de tempo integral foi planejado para o ano de 2024, mas não chegou a ser posto em prática, uma vez que as melhorias acordadas pelo projeto não foram completamente implementadas. “O projeto garante melhorias além dos reparos já necessários na infraestrutura. É prometido uma agilidade na adequação do espaço, reconhecendo as condições mínimas necessárias para o conforto do aluno, porque ele vai precisar de um horário de descanso e de recreação. Chegamos a receber os eletrodomésticos necessários para melhor atender a maior demanda de alunos, como buffet self service e novos bebedouros. Eles não chegaram a tempo do início do ano letivo, mas chegaram e, além das melhorias na infraestrutura, nós também ainda estamos aguardando um novo freezer”, conta o diretor Ramon da Silva Jales.



Para poder continuar atendendo os 203 alunos matriculados na escola, o gestor precisou implementar um revezamento dos horários na escola, atendendo apenas alunos do 1º ao 5º ano ou alunos do 6º ao 9º ano por turno. “Foi necessária essa divisão dos alunos, e remanejar eles entre os horários, sendo alternado a cada semana, uma semana os alunos do 1º ao 5º vêm pela manhã, e na outra semana a tarde. E o mesmo para os alunos do 6º ao 9º ano. Assim eles continuam tendo as mesmas disciplinas, porém infelizmente cada aula com o espaçamento de 15 dias entre eles”, explica Ramon.



A dificuldade imposta pelo distanciamento entre os encontros é uma queixa da professora Janaina Lira, que atua na escola há 4 anos e reconhece que a necessidade da medida, mas percebe o distanciamento como prejudicial para a continuidade das aulas. “A quebra da constância e da continuidade quebra o raciocínio do aluno, e a cada aula que temos nós acabamos precisando revisar o que foi dado. Foi preciso reduzir a carga de conteúdo que havíamos planejado para ministrar, e isso vai acabar prejudicando o aluno lá na frente”, fala a professora.



Para melhor atender os alunos em sistema de tempo integral, o Programa Escola em Tempo Integral ainda prevê o aumento no custo da alimentação por aluno. “Um cálculo feito pelo MEC prevê uma adequação na merenda escolar em que enquanto para o aluno de um único período custe R$0,23 por dia, para cada aluno de período integral o cedido pelo órgão para o custeio da alimentação diária é R$1,26. Nós precisamos devolver esse fomento ao governo, uma vez que nas atuais condições nós não conseguimos implementar o tempo integral na escola”, conta o diretor.



A escola possui 213 matrículas efetuadas, das 306 vagas oferecidas pela instituição. Tendo cerca de 20 alunos por turma, os turnos são ocupados cada um por 5 turmas. O diretor declara também que, das vagas ofertadas, dezenas foram canceladas no início do ano letivo, quando a escola informou que não seria possível oferecer o tempo integral no formato idealizado pelo programa estadual.



Em nota, a Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer informa que “recebeu a direção da unidade de ensino nesta terça-feira (30) e ficou alinhado que a ordem de serviço para os serviços de manutenção será assinada nos próximos dias e as obras serão iniciadas até o final de maio”.


Fonte: Tribuna do Norte

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Ataque a tiros deixa um morto e outro ferido em Areia Branca na Costa Branca Potiguar


A ação criminosa aconteceu por volta das 22h00min desta sexta feira 03 de maio de 2024, na localidade conhecida como Beco da Liberdade próximo ao hospital em Areia Branca na região da Costa Branca do Rio Grande do Norte, onde duas pessoas foram baleadas.


Francisco Zanata da Silva 50 anos, não resistiu a gravidade dos ferimentos e morreu na hora. Já seu enteado identificado como, João Henrique de Souza Silva 18 anos, foi socorrido inicialmente para o hospital da cidade, mas deverá ser transferido para o Hospital Tarcísio Maia em Mossoró.


De acordo com informações repassadas pela Polícia Militar, um elemento chegou na residência das vítimas, conversou com Zanata e após uma breve conversa atirou contra o mesmo. Tentando escapar da morte, Zanata correu e entrou na casa de sua sogra, que fica em frente a sua residência, mas foi perseguido e morto.


O seu enteado também foi baleado na mão e foi socorrido pra o hospital. Após o crime, o assassino fugiu do local deixando uma motocicleta roubada de placa MYY7581 próximo ao local e tomou outra moto de assalto se evadiu do local com destino ignorado.




Fonte: g1

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Fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró recebem novo mandado de prisão e são indiciados por roubo e furto

Rogério Mendonça e Deibson Nascimento, no dia em que foram recapturados — Foto: PF/Divulgação


A Polícia Civil do Rio Grande do Norte cumpriu novos mandados de prisão e indiciou nesta sexta-feira (3) a dupla que fugiu da Penitenciária Federal de Mossoró em fevereiro deste ano por mais dois crimes.


Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, 35, vão responder por roubo majorado e furto qualificado cometidos durante a fuga - a primeira da história do sistema penitenciário federal.


A dupla foi recapturada no dia 4 de abril na cidade de Marabá, no Pará e voltou para a penitenciária de onde havia escapado cerca de 50 dias antes.


Se forem condenados pelos novos crimes, Deibson e Rogério poderão receber mais 18 anos de pena, cada um, segundo o delegado Paulo Torres, da Delegacia de Furtos e Roubos de Mossoró, responsável pelas investigações.


Os policiais foram nesta sexta (3) à Penitenciária Federal para cumprir o mandado e informar o indiciamento aos presos.


Os novos mandados de prisão preventiva contra os dois foram determinados pela Justiça pela prática de roubo majorado. O crime aconteceu na noite do dia 16 de março.


Na ocasião, a dupla invadiu uma casa, fez um casal de moradores refém, obrigou a mulher a fazer uma refeição para eles e fugiu do local com alimentos e celulares.


O outro crime, de furto, aconteceu no mesmo dia da fuga, 14 de fevereiro. Os criminosos arrombaram uma casa e roubaram roupas, um par de tênis e comida.


"Deibson permaneceu calado, mas Rogério confessou o roubo majorado, durante o depoimento. Falou que eles primeiro invadiram a casa e esperaram os moradores chegarem. Eles estavam com uma ripa, um pedaço de madeira, como arma", disse o delegado.


Ainda de acordo com Paulo Torres, o acesso aos celulares das vítimas foi o que mais facilitou o contato dos fugitivos com a rede de apoio montada por uma facção criminosa para tirá-los do Rio Grande do Norte.


Condenações

Juntos, Deibson e Rogério têm mais de 80 processos judiciais no Tribunal de Justiça do Acre - estado de onde saíram transferidos para o Rio Grande do Norte - e somam 155 anos em condenações, de acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre.


Eles são ligados ao Comando Vermelho, de acordo com o Ministério da Justiça. A facção é a de Fernandinho Beira-Mar, que também estava preso na unidade federal de Mossoró.


A dupla foi transferida para o presídio federal de Mossoró em 27 de setembro do ano passado após se envolver em uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco. A rebelião resultou na morte de cinco detentos, três deles decapitados.


Rogério da Silva Mendonça responde a mais de 50 processos, entre os quais constam os crimes de homicídio e roubo. Ele é condenado a 74 anos de prisão, somadas as penas.


Já Deibson Cabral Nascimento tem o nome ligado a mais de 30 processos e responde por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Ele tem 81 anos de prisão em condenações.


Font: g1

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Nunes Marques manda pagar R$ 430 milhões em honorários a advogados com dinheiro da educação no Maranhão; secretário recorre à PGR

Ministro do STF Kassio Nunes Marques — Foto: Nelson Jr./SCO/STF


A Secretaria Estadual de Educação do Maranhão acionou a Procuradoria Geral da República (PGR) para evitar que cinco escritórios de advocacia recebam cerca de R$ 430 milhões de honorários por conta de uma ação em que eles só passaram a atuar quando a causa já estava ganha.


A ação foi proposta em 2006 e transitou em julgado em 2015. Durante todo esse tempo, quem atuou no processo foi a Procuradoria Geral do Estado do Maranhão. Foi só em 2022 que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques reconheceu um sindicato representado pelos escritórios como assistente da parte autora.


A decisão de bloquear 15% de recursos do precatório milionário destinado a profissionais da educação foi tomada de maneira monocrática pelo ministro Nunes Marques. É mais uma decisão que causa perplexidade entre colegas na corte.


Em abril, também de forma monocrática e de ofício (por vontade própria), o ministro determinou a retirada da tornozeleira eletrônica de Rogério Andrade, considerado pelo Ministério Público o chefe da máfia mais perigosa do Rio de Janeiro.


A história do precatório milionário começa no governo de Roseane Sarney. O estado do Maranhão foi à Justiça cobrar diferenças que o Governo Federal não repassou ao estado no tempo do Fundef, um fundo de valorização do Magistério. A Secretaria de Estado do Maranhão alegava erro de cálculo por parte da União.


O caso foi parar no STF, que reconheceu a defasagem e obrigou a União a pagar a diferença. O dinheiro do precatório deveria beneficiar, exclusivamente, os profissionais do magistério da educação básica que estavam em cargo, emprego ou função, no exercício entre julho de 2000 e dezembro de 2006.


Mas agora, cinco escritórios que só entraram na causa em 2022 vão abocanhar 15% do total. O secretário estadual de educação do Maranhão, Felipe Camarão, considera que a decisão de Nunes Marques fere preceitos constitucionais e demais legislações pátrias.



Os escritórios Aldairton Carvalho Advogados Associados, Leverriher Alencar Júnior Sociedade Individual de Advocacia, Ricardo Xavier Advogados, Volk e Giffoni Ferreira e Cavalcante e Cavalcante Advogados Associados representam o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica das Redes Públicas Estadual e Municipais do Estado do Maranhão .


De acordo com Felipe Camarão, o sindicato figura na ação civil como assistente simples e somente na fase de execução, não possuindo os advogados "atuação técnicas na demanda, a justificar o arbitramento da verba honorária".


No oficio enviado à PGR, Felipe pede que o Ministério Público Federal evite o bloqueio e saque dos 15%, relativos a honorários advocatícios privados.


Fonte: Blog do Gustavo Guedes

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Maioria dos municípios brasileiros está despreparada para eventos climáticos extremos, diz pesquisa

Moradores se movimentam nas águas do Rio Taquari em Encantado, no Rio Grande do Sul — Foto: Diego Vara/Reuters


A maioria dos municípios brasileiros está despreparada para lidar com eventos climáticos extremos como os que atingem o Rio Grande do Sul, indicam as próprias administrações municipais. Os dados são de levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e obtido pelo g1.


Ao todo, prefeituras de 3.590 dos 5.570 municípios brasileiros responderam à pesquisa "Emergência Climática", realizada entre 1 de dezembro de 2023 e 24 de janeiro de 2024.


Questionadas se seus municípios estão preparados para o aumento de eventos climáticos extremos, as prefeituras responderam:


Não: 68%;

Sim: 22,6%;

Desconheço as previsões de eventos climáticos que poderão afetar o meu município: 6%;

Não respondeu: 3,4%.


A pesquisa considerou como "preparo contra os eventos climáticos extremos" ações como elaboração dos planos de mitigação e adaptação, medidas estruturais para enfrentar as emergências climáticas e captação de recursos.


"Ao se considerar as projeções climáticas para o Brasil, o panorama vislumbrado é mais desafiador do que otimista", diz a Confederação. "A CNM chama atenção da União e dos estados para o fato de os municípios, principalmente os de pequeno e médio porte, não conseguirem arcar sozinhos com os custos de gestão de riscos e prevenção de desastres".

Segundo o estudo, a maior parte dos municípios (43,7%) indicou que não possui um setor ou profissionais responsáveis por monitorarem diariamente e em tempo real as áreas sob riscos de desastres -- já 38,7% afirmaram possuir.


Em relação ao sistema de alerta móvel ou fixo para desastres, 57% das prefeituras indicaram não terem nenhum; enquanto 34% disseram usar meios de comunicação digital ou SMS; 19% usam meios de comunicação local, como rádio ou canais de TV; 11% adotam outros meios; 10% usam veículos com sirenes móveis; e 5% possuem sistemas fixos com alto falantes e sirenes.


Para o presidente do CNM, Paulo Roberto Ziulkoski, falta apoio aos municípios e investimentos contra os desastres naturais, o que faz com que prefeitos e prefeitas tenham que atuar "praticamente sozinhos, na ponta" das tragédias.


“Infelizmente, a situação se repete a menos de um ano, pois não podemos nos esquecer que em setembro de 2023 os municípios gaúchos foram afetados por ciclone extratropical. É incalculável o valor das vidas perdidas, e os prefeitos são obrigados a lidar, novamente, com os prejuízos e com o socorro à população”, disse.


Desastres no Brasil

Dados do Ministério do Desenvolvimento Regional mostram que o Brasil registrou 4.728 mortes provocadas por desastres naturais em pouco mais de três décadas — de 1991 a 2022.


O ano com mais mortes foi 2011, com 957 vítimas, quando fortes chuvas atingiram a Região Serrana do Rio de Janeiro. Mais de 900 pessoas morreram em cidades como Teresópolis e Nova Friburgo vítimas de deslizamentos, enxurradas e desabamentos, entre outros.



Houve aumento de 326% entre os anos de 2021 (93 mortes) e 2022 (397 vítimas), período mais recente de dados compilados pelo ministério juntos aos estados. Desastres ligados a chuvas mataram ao todo 4.040 pessoas no período, sendo:


Enxurradas: 1.880

Inundações: 644

Chuvas intensas: 617

Deslizamento de solo ou rocha: 605

Vendaval: 170

Alagamento: 123

Tornado: 17

Tragédia no Rio Grande do Sul


O Rio Grande do Sul enfrenta temporais que causaram 39 mortes e 68 desaparecimentos até o momento. Ao todo, 235 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 351.639 mil pessoas.


Conforme o levantamento do Ministério do Desenvolvimento Regional, o estado vive hoje a maior tragédia causada por desastres naturais. Até então, o ano com mais vítimas havia sido 2010, com 15 mortes.


Governador Eduardo Leite (PSDB) classificou os temporais que iniciaram em 29 de abril como o "maior desastre climático do estado" e que não tem "capacidade de fazer todos os resgates".


"Esses números podem mudar ainda substancialmente ao longo dos próximos dias, na medida em que a gente consiga acessar as localidades e consiga ter a identificação de outras vidas perdidas", disse.

O governo decretou estado de calamidade, situação que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.


No início da tarde de sexta-feira (3), o governo Lula (PT) enviou 100 integrantes da Força Nacional para o Rio Grande do Sul. A tropa federal ajudará nas operações de salvamento e resgate das pessoas atingidas pelas enchentes no estado.


Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no estado são reflexo de ao menos três fenômenos, agravados pelas mudanças climáticas:


a correntes intensas de vento;

a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva;

e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.

A previsão é de que a condição se mantenha até o sábado (4) com acumulados que podem chegar até 400 milímetros. O volume deve se somar aos mais de 300 milímetros de chuva registrados nos últimos 4 dias.


Fonte: g1

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