segunda-feira, dezembro 08, 2014

Delegado quer material genético dos suspeitos de estupro coletivo em GO

Suspeitos negam estupro coletivo contra adolescente em Indiara, Goiás (Foto: Luísa Gomes/G1)A Polícia Civil marcou para terça-feira (9) o depoimento dos cinco suspeitos de participação em um estupro coletivo contra uma adolescente de 17 anos em Indiara,
a 100 km de Goiânia. O delegado que comanda a investigação, Queops Barreto, afirma que vai solicitar na ocasião que os suspeitos doem material genético para comparar com o coletado na garota após a denúncia.
Dentre os suspeitos estão o vereador e vice-presidente da Câmara Municipal, Jean de Castro (DEM), e o irmão dele, o comerciante Jean de Castro, com quem a garota teve um relacionamento amoroso e agora disse estar namorando. Eles foram presos preventivamente na sexta-feira (5) porque, segundo o delegado, “tumultuavam” a investigação. O advogado dos suspeitos, Danilo Vasconcelos, afirma que já pediu a soltura deles, mas, como o pedido ainda não foi analisado, os seus clientes seguem detidos na Cadeia Pública de Indiara.
O depoimento do grupo já foi agendado e remarcado outras vezes desde o início da investigação, no último dia 10 de novembro. O último agendamento havia sido feito para terça-feira (2), mas na ocasião a menor foi até a delegacia e disse que queria mudar sua versão, pedindo o fim do inquérito.
De acordo com o delegado, um laudo emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) comprovou que a garota teve relações sexuais com mais de uma pessoa no dia do suposto crime e que foi violentada.
“Comprovou que houve os atos sexuais com a adolescente, que teve mais de uma pessoa praticando esses atos sexuais e que para a prática desses atos houve a ação de violência”, diz Barreto. O delegado afirma que pretende encerrar a investigação ainda nesta semana.
Crime
Inicialmente, a menor afirmou que foi violentada em uma festa na casa do atual namorado, que é irmão do vereador Jean de Castro, no dia 9 de novembro. Na época, a adolescente afirmou que, enquanto mantinha relação sexual com Leandro em um dos quartos da residência onde ocorria a festa, os outros quatro homens entraram e a abusaram sexualmente.“Eles me morderam, me bateu de chinelo, me deu tapa (sic)”, contou a jovem.

Menor chegou à delegacia acompanhada de suspeito de estupro coletivo, com quem está namorando em Indiara, Goiás (Foto: Vitor Santana/G1)Menor chegou à delegacia acompanhada de
suspeito (Foto: Vitor Santana/G1)
Ela afirmou que o vereador ficou com medo de ser flagrado pela namorada durante o ato e disse acreditar que o estupro já tinha sido planejado pelos suspeitos porque eles falavam entre si sobre “seguir um esquema” durante o evento. Na ocasião, a jovem relatou ter sofrido mudanças drásticas na rotina após ter denunciado o caso.
“Eu não estou nem saindo de casa por causa disso, nem de dia eu estou saindo. Saio daqui só acompanhada com o Conselho [Tutelar]. Eu não estou fazendo mais nada do que costumava fazer”, contou.
Namoro
Após denunciar o caso, a menor foi até a delegacia na última terça-feira (2) e prestou um novo depoimento, mudando sua versão inicial. Desta vez, ela afirmou que não foi violentada, que foi pressionada a relatar o crime e que agiu por ciúme. Ao chegar para ser ouvida, ela estava acompanhada de Leandro, um dos cinco suspeitos.
De acordo com a nova versão, não houve estupro. "A gente sempre foi amigo, sempre conversamos. Essa questão aí [denúncia] foi só ciúme meu mesmo", disse a adolescente. Ainda segundo a garota, ela foi pressionada a denunciar a existência de um abuso, mas se recusou a dizer quem a teria coagido e o motivo.

Adolescente de 17 anos diz que sido vítima de estupro coletivo em Indiara, Goiás (Foto: Sílvio Túlio/G1)

A adolescente afirmou que a grande repercussão do caso fez com que ela tomasse a decisão de rever as suas declarações. Após decidir se retratar, ela alega que procurou Leandro para pedir conselhos e os dois acabaram se reaproximando e começaram a namorar. Ela alega que não foi ameaçada ou coagida a retirar as acusações.
O delegado disse que explicou à menor que a ação é pública e incondicionada e que independe da vontade da vítima. Para Barreto, a defesa está induzindo as testemunhas e vítima a mentir.
Álibi
O vereador disse, em entrevista coletiva realizada no último dia 25 de novembro, que não teve contato físico com a garota e apontou a namorada como álibi para o momento em que o crime teria ocorrido.
Vereador nega estupro coletivo em festa em Indiara e aponta namorada como álibi, Goiás (Foto: Luísa Gomes/G1)Vereador nega estupro coletivo e aponta namorada
como álibi (Foto: Luísa Gomes/G1)
"Conheço ela [a vítima] há pouco tempo, de vista. Não tenho nenhum contato, não tive nada com ela, só a vi na casa [onde ocorreu a festa], a cumprimentei e pronto", afirma. Segundo ele, a falsa denúncia pode ter sido influenciada por adversários políticos dele na cidade.
A namorada do parlamentar, uma estudante que não quis ser identificada, também esteve presente na entrevista. Ela garante que estava na festa durante todo o tempo ao lado do vereador e não viu nada que indicasse a participação dele e até mesmo a ocorrência do estupro. "Ele não tem nada a ver com isso. Se eu não estivesse do lado dele, eu não estaria aqui para defendê-lo", alega.

Fonte: G1

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