segunda-feira, fevereiro 24, 2014

Ministério Público do RN lança campanha ‘Conta até 10 nas Escolas’

Seminário de lançamento foi realizado esta manhã com o objetivo de cultivar a paz nas escolas públicas e privadas do RN. Foto: Wellington RochaO relatório ‘Mapa da Violência 2013 – Homicídios e Juventude no Brasil’ aponta que o Rio Grande do Norte ocupa o 10º lugar entre os estados da Federação com maior índice de
violência e homicídio entre jovens de 15 a 24 anos. Os municípios potiguares Mossoró, Natal e São Gonçalo do Amarante aparecem entre as cem cidades mais violentas do país. Diante dessa realidade, o Ministério Público do Rio Grande do Norte lançou na manhã desta segunda-feira (24) a campanha ‘Conte até 10 nas Escolas’. O seminário de lançamento foi realizado na Procuradoria-Geral de Justiça e contou com a presença da promotora de Justiça, Tamar Oliveira Luz Dias, do Ministério Público da Bahia, membro auxiliar do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

O seminário foi uma iniciativa do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa da Cidadania (CAOP-CID) em parceria com o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), com o objetivo de lançar a campanha no RN. A ‘Campanha Conte até 10 nas Escolas’ já foi lançada nacionalmente e, mais do que um slogan, foi concebida como ação da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (ENASP), ganhando espaços sociais em todo o País.

O Ministério Público Estadual imprimiu e irá repassar para a Secretaria Estadual de Educação para distribuição com as escolas a cartilha da Campanha, voltada para o Ensino Médio, com o objetivo de cultivar a paz nas escolas e disseminar a ideia de que ‘Valente mesmo é aquele que não briga’.

“A ideia é chamar a atenção para dados nacionais em relação à violência de uma forma geral. Há índices muito elevados de homicídios na faixa etária de 15 a 24 anos e queremos, a partir desses dados, tentar fazer uma ação focada dentro das escolas do Ensino Médio para chamar a atenção desse público jovem que tem sido muito vitimado e tentar transformar essa realidade. Estamos instrumentando as escolas para trabalhar com paz”, destacou a representante do CNMP, Tamar Luz.

A promotora Tamar Luz explica que o material didático a ser trabalhado com os professores do Ensino Médio divide-se em quatro grandes temas: Vida e morte. Valorização da vida; Direito e deveres dos adolescentes. O ato infracional, o homicídio e o Tribunal de Júri; Violência nas escolas e bullying; e Enfrentamento da violência nas escolas. Propostas para uma cultura de paz e de respeito aos direitos humanos. “São roteiros de aula, bem detalhado e claros, que o professor é estimulado a utilizar em sala de aula”, afirmou.

A próxima etapa da campanha no Rio Grande do Norte será a realização do curso de Diálogos e mediação de conflitos: práticas restaurativas nas escolas, ministrada por um promotor de Justiça de São Paulo. Este curso só será ministrado nos 16 estados da Federação que concentrar os cem municípios mais violentos, do qual o RN está inserido.

O Procurador-Geral de Justiça do RN, Rinaldo Reis, explicou que o Ministério Público não atua, simplesmente, repressivamente, mas também tem uma atuação preventiva, com ênfase para a educação, ou seja, trabalhar para que o ilícito não aconteça. “Nessa faixa etária, percebemos que os jovens são muito intolerantes, reagem muito rapidamente e, na maioria das vezes, com violência, o que tem causado tragédias. A escola, nesse contexto, é o melhor ambiente para disseminarmos a cultura da paz, da tolerância, do perdão e de ver que não se deve desgraçar a vida por causa de uma banalidade. O Conte até 10 vai fazer com que as pessoas reflitam um pouco antes de agir instintivamente”, afirmou o procurador.

A secretária estadual de Educação, Betania Ramalho, ressaltou que a Campanha Conte até 10 tem um foco preciso em temas de violência por impulso. “Precisamos ter uma ação muito mais profissionalizada de conhecimento para que possamos enfrentar uma das mais graves crises desse país, que é a crise de valores, que influência muito nas questões mais sensíveis de uma formação humana. A escola é uma das mais afetadas com essa crise. Entendemos que é o conjunto de ações articuladas que são necessárias para discutirmos estratégias para minimizar essa crise perversa que perpassa todas as esferas da sociedade brasileira”, destacou a secretária.

Reprodução cidade News Itaú

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