O ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza foi denunciado na tarde desta quinta-feira (22) pelo Ministério Público Federal (MPF) por formação de quadrilha, inserção de dados falsos em sistema público e peculato, que é a apropriação de recursos públicos. Outras quatro pessoas também foram denunciadas. Não há pedido de prisão.
A defesa de Souza diz que a denúncia vai "contra a investigação interna e auditoria feita pela própria Dersa". A companhia diz que ela e o governo "são os grandes interessados quanto ao andamento das investigações" (leia mais abaixo).
Esta é a primeira denúncia oferecida pela Força-Tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo. Ela foi feita após uma investigação iniciada no Ministério Público Estadual de São Paulo pelos desvios de apartamentos e de pagamentos de indenizações. Durante as investigações, a Promotoria da Suíça informou que Souza mantinha o equivalente a R$ 113 milhões em contas fora do Brasil.
Paulo Vieira de Souza foi diretor da estatal que administra as rodovias em São Paulo entre 2005 e 2010. Os procuradores pediram a quebra do sigilo bancário dele. Além de autorizar a suspensão do sigilo, a juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo, determinou o bloqueio dos eventuais saldos que existam nas contas dele no exterior.
Os documentos suíços revelaram que o dinheiro estava em quatro contas bancárias, abertas em 2007, por uma offshore sediada no Panamá, cujo beneficiário é Paulo Vieira de Souza e que, em fevereiro de 2017, o dinheiro foi transferido da Suíça para um banco nas Bahamas.
A juíza diz que há fortes indícios dos crimes de peculato e falsidade ideológica, bem como o enriquecimento injustificado.
Por telefone, o advogado de Souza, Daniel Bialski, disse que a denúncia vai "contra a investigação interna e auditoria feita pela própria Dersa, que inocentou Paulo de qualquer ato ilícito ou favorecimento a quem quer que seja”.
“A denúncia, também, não se respalda nos elementos da investigação e nos diversos depoimentos recolhidos, que igualmente demonstram que, por parte de Paulo, não houve o cometimento de qualquer crime", afirmou o defensor.
A Dersa afirma, em nota, que "em 2011 organizou seu Departamento de Auditoria Interna, instituiu um Código de Conduta Ética, cuja adesão é obrigatória para todos os funcionários e contratados, e também abriu canais para o recebimento de denúncias que garantem o completo anonimato da fonte".
"Parte relevante das informações que embasam a denúncia do Ministério Público foi obtida internamente como fruto deste trabalho. A Empresa reforça seu compromisso com a transparência e permanece à disposição dos órgãos de controle para colaborar com o avanço das apurações", disse o comunicado.
Fonte: G1
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